O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

domingo, 24 de março de 2013

Campeonato Paraibano_ANÁLISE


 
O que vem pela frente


Edônio Alves
 

Encerrado o Campeonato do Nordeste com o melhor resultado possível para o futebol paraibano - o Campinense Clube campeão e o status de melhor futebol da região para nosso Estado -, eis que é a hora de perguntarmos, sinceramente, o que se seguirá dentro e fora do campo dos nossos estádios, depois que a festa acabou, a luz apagou, a noite esfriou na serra da Borborema e o bonde não veio; não veio a utopia e tudo acabou.

 Digo: tudo que tem a ver com a Copa do Nordeste, uma vez que só resta agora encarar as duas últimas fases do campeonato paraibano para comprovarmos de fato, se realmente o título regional da Raposa feroz terá repercussões positivas na melhoria do velho e bravo ludopédio da terrinha.

Eu já tinha dito aqui, noutra oportunidade, que essa conquista regional conseguida pelo Campinense só teria significado real para o nosso futebol se ela mudasse de vez o entendimento reinante nesse nosso patamar de futebol precário e quase amador e o transformasse numa atividade realmente profissional que pudesse dar emprego e alegria a todos os segmentos nele envolvidos, considerando os interesses dos torcedores e de todos os profissionais do setor.

Continuo batendo nessa tecla e é por isso que vou tratar aqui das possíveis repercussões do fato aludido e da realidade posterior a sua comemoração por todos os esportistas do nosso Estado, sem exceção de cor, time ou camisa. Quanto a isso, o farei considerando o que se encontra dentro e fora do campo de jogo, conforme já anunciei.

Dentro do campo, segue que o Campinense entrou de vez nas disputas do campeonato estadual (estreou vencendo o Atlético de Cajazeiras, na quinta-feira, por 3 a 2), juntando-se ao Sousa como reais candidatos a se classificarem na segunda fase do torneio, para formarem o grupo dos quatro melhores clubes do Estado que disputarão, num cruzamento olímpico, o direito de brigar pelo título deste ano do campeonato paraibano e conseguir calendário para continuar suas atividades no segundo semestre do ano, nas disputas da série D do Brasileirão, caso do campeão, ou garantir uma vaga no Nordestão do ano que vem, caso do vice-campeão. 

Falei do Campinense e Sousa, prováveis vencedores deste segundo turno do estadual (Botafogo e Treze são descartados por já terem ganho a primeira fase), e esqueci de incluir o Auto Esporte, que é líder isolado desta fase dois e pode muito bem roubar uma das vagas destes dois acima e se juntar a Botafogo e Treze, já classificados para o tal cruzamento olímpico que apontará os finalistas do campeonato estadual de 2013. É real a possibilidade disso acontecer com o Auto Esporte porque o clube corrigiu os erros da primeira fase do paraibano ao investir em contratações que realmente surtiram efeito e melhoraram consideravelmente o desempenho da equipe a partir da administração técnica posta em prática pelo treinador Jairo dos Santos.

Considerado o que está dito acima, a grande questão é saber se o Campinense fará um campeonato estadual com o mesmo poder de fogo que demonstrou na Copa do Nordeste. Se o mercado deixar e os jogadores do elenco do Nordestão forem mantidos, a decisão do estadual será entre Campinense e mais um. Se a diretoria e a comissão técnica do Botafogo não fizerem bobagem até esse momento chegar, esse um será o Botafogo, o melhor time do estadual até a chegada, agora, do Campinense Clube. Digo isso porque Treze, Sousa e Auto Esporte (o CSP correndo por fora, muito fora mesmo) têm times limitados e suas forças já chegaram até onde podem chegar. A não ser que o Galo da Borborema lance mão do seu cofre imaginário e contrate outro time - um time de galácticos - para concluir o campeonato. Resumindo: ao chegarmos à terceira fase do estadual, o campeonato se resumirá a quatro dessas equipes apontadas acima. Na fase final, só dois desses clubes restarão para que um deles possa finalmente levantar a Taça.

Fora de campo, entretanto, a coisa é mais complicada. Os dirigentes do nosso futebol terão que finalmente entender que só investindo forte e certo, faremos times competitivos como este do Campinense no Nordestão. Investir forte e certo, implica profissionalismo e alto conhecimento do setor. Implica também uma mudança radical de mentalidade no sentido de fazer o torcedor acreditar - e sentir - que vale a pena pagar para ir ao estádio ver seu time não apenas jogar, mas, principalmente, ser campeão. Esse foi o grande exemplo deixado pelo Campinense Clube com o título do Nordestão. Espero que tenha valido a pena.

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