O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Copa da África do Sul - 27º dia

ESPANHA VENCE A ALEMANHA POR 1 a 0
e faz final inédita da Copa do Mundo

Zagueiro Puyol testa para o gol e decreta a derrota alemã
O dia de ontem, 07/07, vigésimo sétimo de competições da Copa da África do Sul, foi ocasião para uma partida de futebol, realizada pela fase semi-final entre Alemanha e Espanha, marcar, a partir mesmo do resultado do jogo, 1 a 0 para a Espanha, uma sequência de fatos inéditos na história dos mundiais de futebol. A começar pela performance dos dois times em campo. Foi inédito, por exemplo, o fato de a Alemanha abdicar de impor seu ritmo de jogo ao time espanhol, algo que vinha sendo justamente a marca de sua bela campanha nesta Copa até o dia de ontem. Ao invés disso, a Alemanha respeitou demais a Espanha cedendo espaço no campo para que a Fúria desenvolvesse o seu conhecido estilo de jogo, baseado no domínio espacial sistemático, algo que sempre consegue devido a grande habilidade técnica dos seus jogadores. Tal domínio é imposto ao adversário através de um toque de bola permanente e criativo, que quase sempre culmina com o arremate para o gol por um dos seus atacantes. Jogando em seu próprio campo, e impondo uma marcação forte, a Alemanha parecia que detinha o controle racional da partida, o que lhe permitiria defini-la a seu favor sem muito esforço e quando aparecesse a oportunidade em forma de contra-ataques. Tudo aparências, nada mais. O toque de bola espanhol era vigoroso e produtivo, e aos poucos foi comunicando à Alemanha que era a Fúria que controlava a partida tanto técnica quanto racionalmente. E aqui entra a qualidade do seu técnico, Vicente del Bosque, que soube anular as peças de investida da Alemanha: Lahn, pelo lado esquerdo – sobre quem jogou o jovem Pedro na marcação -, e Podolski, idem, vítima da marcação implacável de Sérgio Ramos. Restavam Özil e Schweinsteiger para criar as jogadas de ataque, mas a Alemanha abdicou de atacar pelos motivos já apresentados. Com o conhecido revesamento de ocupação dos espaços – desta vez dentro do campo alemão – feito por parte dos jogadores espanhóis, que para isso giram e investem por meio de uma dinâmica troca de funções durante o jogo, a Espanha reinou em campo e soube esperar o momento certo para definir a partida. A ocasião veio de uma bola parada, na cobrança de um escanteio vinda da esquerda. O vigoroso zagueiro Puyol subiu mais do que a alta zaga germânica e testou inapelavelmente para o gol: Espanha 1 a 0, e a Fúria disputa agora a sua primeira final de Copa do Mundo contra a Holanda, inaugurando uma série de novidades na história dos mundiais, a seguir elencadas:

1º duelo entre os dois países em Copas

Holanda e Espanha se enfrentaram nove vezes, mas nunca em um Mundial. O confronto mais antigo foi a final dos Jogos Olímpicos de 1920. Os espanhóis levaram a medalha de ouro. No total, são quatro vitórias para cada lado e um empate.

Primeira final da Espanha

Antes de alcançar a final de 2010, a melhor posição dos espanhóis em uma Copa havia sido em 1950, com um quarto lugar. Depois disso, a Espanha ainda conseguiu uma quinta posição em 2002.

Primeira final europeia fora do continente

Nas oito Copas disputadas anteriormente fora da Europa, somente Tchecoslováquia (1962), Itália (1970 e 1994), Holanda (1978) e Alemanha (1986 e 2002) chegaram a uma final. Seus adversários foram sul-americanos.

Um europeu ganhará fora do continente

Nas seis finais disputadas por europeus em outro continente, os sul-americanos ganharam todas. Brasil bateu Tchecoslováquia (no Chile), Itália (no México e nos EUA) e Alemanha (Coreia/Japão). Argentina superou Holanda (em casa) e Alemanha (no México).

Primeiro título de Holanda ou de Espanha

A Espanha faz sua 1ª decisão e a Holanda já perdeu duas. Na primeira, comandada por Cruyff, o Carrossel Holandês foi batido pela Alemanha, em 1974. Quatro anos depois, caíram diante da Argentina, em Buenos Aires.

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