O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Campeonato Brasileiro_Série D_Quarta Rodada


Zona de classificação
BOTAFOGO-PB BATE O VITÓTRIA DA CONQUISTA E É 2º DO GRUPO
 
O meia Lenilson decide o jogo e comemora com os companheiros os dois gols marcados
 
Em briga direta por uma vaga no G-2 do Grupo A4 da Série D do Brasileirão, o Botafogo-PB venceu o Vitória da Conquista por 2 a 0, neste domingo, no Estádio Almeidão, em João Pessoa. Com a vitória, o time paraibano ultrapassou o adversário e assumiu a segunda colocação da chave, com oito pontos. Já a equipe baiana permaneceu com seis, agora na terceira colocação.
Os gols do Alvinegro foram marcados por Lenílson, um em cada tempo. Superior em campo na maior parte do tempo, o Botafogo soube se aproveitar do fator casa e, mesmo com um campo pesado por conta das fortes chuvas na capital paraibana, impôs seu ritmo e conquistou a primeira vitória em casa na competição.
No outro jogo da rodada, o Juazeirense venceu o CSA e se manteve vivo na briga pela classificação. Já o time alagoano está praticamente sem chance. Na próxima rodada, o Botafogo folga, e o Vitória da Conquista faz o clássico baiano contra o Juazeirense no próximo domingo.
Botafogo joga melhor e sai na frente
O Botafogo jogou melhor durante boa parte do primeiro tempo. Logo aos três minutos, Warley aproveitou cruzamento de Pio e, de cabeça, forçou o goleiro Augusto a fazer a primeira boa defesa da partida. O Belo imprimia pressão contra o time baiano e, aos 15, depois de cobrança de falta de Pio, Augusto defendeu mais uma, dando rebote que Aidar quase aproveitou.
O sufoco do Alvinegro surtiu efeito quatro minutos mais tarde. Mais uma vez, Pio participou da jogada. O volante cobrou escanteio e Lenílson desviou de cabeça para as redes. Botafogo 1 a 0.
Depois do gol dos donos da casa, o Vitória da Conquista, enfim, conseguiu levar algum perigo à meta do Botafogo. Em cobrança de falta, Zé Leandro deu trabalho ao goleiro Rémerson, que teve dificuldades para defender. Mas o Belo logo voltou a pressionar e, aos 39, quase ampliou. Lenílson chutou forte, Augusto fez mais uma boa defesa e, na sobra, Warley chegou atrasado.
Os baianos ainda deram mais dois sustos no goleiro do Botafogo. No primeiro, Thales chutou bem e Rémerson espalmou para escanteio. No segundo, Edmar completou cruzamento vindo de escanteio e o arqueiro alvinegro fez mais uma boa defesa. Mas o primeiro tempo acabou mesmo com vantagem de 1 a 0 para o Botafogo.
Sacramentando a vitória
O segundo tempo começou com o time baiano indo para cima em busca do empate. Nos primeiros 10 minutos, a entrada de Tiaguinho no lugar de Thales deu um novo gás ao Vitória da Conquista, que levou perigo ao gol de Rémerson, como no lance em que Humberto finalizou e a bola passou perto.
Mas o ímpeto do Bode foi quebrado aos 12 minutos, quando Rafael Aidar foi derrubado na área por Éder. Pênalti para o Botafogo. Lenílson foi para a cobrança e, com estilo, tocou rasteiro no canto esquerdo de Augusto. Era o segundo do Alvinegro, que daí para a frente ficou mais tranquilo e voltou a frequentar a área adversária.
Aidar fez um bom segundo tempo. Com o campo molhado e pesado, Warley acabou não tendo boas oportunidades e o camisa 7 alvinegro foi o responsável pelas principais jogadas ofensivas do Belo. No Vitória da Conquista, o técnico Bira Veiga tentou mandar o time para o ataque, trocando os dois laterais e colocando Wellington e Danilo Santos para irem para cima.
O Botafogo passou a dar espaços para o Vitória da Conquista e tentava surpreender nos contra-ataques. Mas dos 30 minutos em diante, o jogo deu uma esfriada e o Botafogo conseguiu segurar o resultado e conquistar a sua primeira vitória jogando diante de sua torcida.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Campeonato Brasileiro_SERIE D_3ª Rodada



Chegando junto
BOTAFOGO-PB VENCE O CSA EM ALAGOAS
 E JÁ É SEGUNDO DO GRUPO
 
Volante Zaquel protege a bola do adversário e comanda a garantia da primeira vitória do Belo na Série D
 
O Botafogo-PB conquistou sua primeira vitória no Brasileiro da Série D em grande estilo. Jogando fora de casa, o time paraibano derrotou o CSA neste domingo, por 1 a 0, e assumiu a vice-liderança do Grupo A4, agora com cinco pontos. O autor do único gol da partida foi o atacante Rafael Aidar.
O Azulão perdeu a segunda partida seguida na competição nacional e continua na lanterna da chave, sem ter ainda pontuado. O Botafogo folga na tabela da Série D na próxima semana e só volta a jogar no dia 21 de julho, em casa, às 16h, contra o Vitória da Conquista-BA. Já o CSA tem compromisso marcado para sábado, às 16h, com o líder Sergipe, em Maceió.
Um destaques da partida, Rafael Aidar explicou como foi a jogada do gol.
- Puxei da esquerda para direita e acertei um belo chute. Treino muito esse tipo de jogada e fui feliz nesta tarde. Essa vitória em Maceió foi muito importante para o Botafogo - declarou o atacante.
Jogo é equilibrado na primeira etapa
A expectativa das torcidas em relação a esse jogo era grande. Os times contrataram durante o recesso, treinaram por quase 30 dias e prometiam uma boa apresentação. O primeiro tempo foi equilibrado, com uma chance real para cada lado, mas as equipes ficaram devendo.
Com três meias, o CSA pretendia tocar a bola para chegar ao ataque com qualidade. Isso na teoria. Na prática, a oportunidade apareceu somente aos 13 minutos, em cobrança de falta de Rone Dias que passou muito perto do gol de Genivaldo. Estreando o zagueiro Marcel, o meia Lenílson, e o atacante Rafael Aidar, o Botafogo não se intimidou com o fato de jogar fora de casa e era perigoso nos contra-ataques. Numa dessas subidas, Warley cruzou na medida para a conclusão de Rafael, que errou o alvo
Bota pressiona e chega à vitória
O Botafogo se assanhou com as vaias que o adversário recebeu da própria torcida no intervalo e quase abriu o placar no primeiro minuto do segundo tempo, com Warley, que arrematou e viu a bola bater na trave de Flávio.
O CSA só acordou aos 10 minutos da etapa final, após bela jogada de Brida e Marielson. O meio-campista soltou a bomba e Genivaldo fez grande defesa. Mas o time paraibano estava melhor em campo e foi premiado com o gol. Aos 15 minutos, Rafael Aidar recebeu ótimo passe do estreante Lenílson e chutou cruzado, da esquerda, para vencer o goleiro Flávio. Os donos da casa ainda tentaram o empate. O técnico Beto Almeida trocou o zagueiro Odair pelo atacante Wilson, mas o Botafogo foi eficiente na marcação e garantiu a vitória. Antes do término da partida, Rodolfo, do CSA, e Fábio Neves, do Bota, se desentenderam e ainda foram expulsos.
ESCALAÇÃO:
CSA: Flávio; Igor (Rodolfo), Odair Lucas (Wilson), Wagner Silva e Brida; Robson, Elyeser, Marielson (Cecel), Alex Henrique e Rone Dias; Everaldo. Técnico Beto Almeida.
Botafogo-PB: Genivaldo; Ferreira, Marcel, André Lima (Everton) e Celico; Zaquel, Pio, Doda (Fábio Neves) e Lenilson; Rafael Aidar e Warley (Fausto). Técnico: Marcelo Vilar.

domingo, 7 de julho de 2013

Futebol_ANÁLISE


O jogo da desconstrução

 

POR Edônio Alves

 

Encerrada a Copa das Confederações com sucesso total para a Seleção Brasileira de futebol, eis que reiniciam as disputas do Campeonato Brasileiro nos seus quatro níveis pelo País afora. Todavia, gostaria ainda de tratar de um tema referente ao torneio internacional da Fifa, uma vez que algumas coisas do mundo do futebol ainda conseguimos aprender com ele, tanto dentro quanto fora do campo de jogo. O que aprendemos fora do campo - o protesto necessário do povo pelo mau uso que fazem do futebol a elite econômica brasileira - deixo para os especialistas mais abalizados analisarem com mais propriedade e vou me ater aqui apena ao conteúdo intrinsecamente futebolístico das lições que tiramos do certame.

Na coluna da semana passada, quando me referi à possibilidade concreta de o Brasil vencer a Espanha já na partida final dessa Copa das Confederações, como um ensaio para a Copa do Mundo do ano que vem, fiz as seguintes ponderações sobre o fato: para isso, será preciso nos reinventarmos com uma nova maneira de jogar em campo. Algo que junte a força física, a habilidade técnica, o controle emocional e a definição de uma tática racional que tenha um plano de jogo por trás. Algo como o nosso costumeiro futebol arte comandado por uma razão sensível.

Pois bem! Foi justamente isso que o Brasil apresentou em campo na memorável e histórica vitória sobre os espanhóis no Maracanã, domingo passado. Quem acompanha o futebol jogado pelos espanhóis há pelos menos quatro anos seguidos sabe que não se pode entrar em campo contra eles para se ficar assistindo os jogadores tocarem a bola quando e como querem. Mesmo que belo esse tipo de futebol baseado na posse de bola e jogo coletivo, quando se entra em campo para enfrentá-los deve-se efetivamente enfrenta-los e não assistir ao jogo deles como se tivéssemos ido a um espetáculo de teatro.

O técnico Luis Felipe Scolari percebeu isso e montado numa história e tradição futebolísticas que incluem cinco títulos mundiais a nosso favor, resolveu que iríamos enfrentá-los efetivamente e não apenas sermos coadjuvante no processo. Mesmo porque estávamos em casa e jogando à frente de mais de 70 mil torcedores no estádio, além de mais de 200 milhões, espalhados pelo Brasil inteiro. Foi então que montou um esquema tático que desconstruiu o jogo espanhol. Se eles aprenderam conosco o toque de bola refinado com o intuito de manterem-se com a bola nos pés o maior tempo possível (aliás, conceito esse inventado por Carlos Alberto Parreira que sabe que não se toma gols quando se está com a posse da bola), nós que inventamos isso, sabemos que o antídoto necessário nesse caso, é a aplicação total de todos numa marcação que sufoque o adversário em seu próprio campo e que não lhes deixem pensar.

Os espanhóis não esperavam por isso. Esqueceram, com efeito, que aprenderam a jogar o bom futebol conosco. Diante de uma marcação rigorosa, diante de uma torcida eufórica e inventiva, diante de um elenco com nomes individuais como Neymar e Fred, lá na frente, e Tiago Silva e David Luis, lá atrás, sentiram efetivamente que o buraco era mais embaixo.

E qual foi a grande sacada de Felipão, então, no jogo contra os espanhóis?

Foi montar um esquema que desconstruísse item por item o edifício conceitual do futebol ibérico. Se eles jogam baseados na posse de bola permanente e na rápida recomposição do time quando perde a tal posse de bola, Felipão impôs o mesmo ao time brasileiro. Ou seja: tomarmos imediatamente a bola deles a todo custo e, com ela, acionarmos rapidamente o nosso ataque fulminante e letal. Se não conseguíssemos o gol imediatamente, retomar o processo e tocar a bola até que suja o espaço ideal para as investidas em gol. E não é isso que os espanhóis sempre fizeram? Pois façamos também em cima deles para mostrar que mestre é mestre e aluno é aluno.

A lição deu certo até porque eles não tinham Messi e nós tínhamos Neymar. E Davi Luis, Tiago Silva, Daniel Alves, Marcelo, Luis Gustavo, Paulinho, Oscar, Hulk, Júlio César e Fred. Sobretudo, Fred, que disse que já tinha feito de tudo deitado, menos gols. Agora, já pode dizer aos espanhóis - e principalmente às quentíssimas e sensualíssimas espanholas -, que na horizontal tudo é possível dentro de quatro linhas.
 
 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Copa das Confederações_PARTIDA FINAL


Jogo da desconstrução
BRASIL DÁ UM NÓ NA ESPANHA
 E GANHA MAIS UMA TAÇA DAS CONFEDERAÇÕES
 

 
O campeão voltou, cantou o Maracanã em catarse desde os primeiros minutos da final da Copa das Confederações. Apoiado por mais de 73 mil vozes, o Brasil de Luiz Felipe Scolari desconstruiu a grande Espanha da história com uma apresentação tática brilhante, com placar de 3 a 0. Diante do time mais vencedor dos últimos anos, ressurge o melhor do futebol nacional no tetracampeonato do torneio da Fifa. Fred, duas vezes, e Neymar garantiram a festa dos donos da casa.
Vencedora das duas edições anteriores, a seleção estabelece assim um domínio na Copa das Confederações. O título de 2013 diante do público no próprio país se junta à galeria do futebol nacional ao lado das taças trazidas do exterior, de 1997, 2005 e 2009.

O Brasil descontruiu o estilo espanhol de dominar a partida, com marcação pressão na linha de intermediária de ataque. Até Fred combatia a saída de jogo dos rivais, forçando erros de passe tolos para a equipe que recentemente reeducou o futebol a respeito do tratamento de bola.

Favoritos diante da seleção da casa em nove entre dez prognósticos, a Espanha de Xavi e Iniesta não conseguiu impor contra Luiz Gustavo e companhia o estilo de supremacia de posse de bola, sem empurrar a ação até a área adversária. Os europeus se irritaram com a incapacidade de estabelecer seu ritmo e ainda foram contidos por faltas estratégicas no nascimento de algumas jogadas.

O Maracanã enfrentou uma espécie de abalo sísmico esportivo logo no primeiro minuto de jogo, quando Fred conseguiu empurrar para as redes em um lance confuso na área. O atacante finalizou na frente de Casillas, mesmo deitado, e correu para abraçar a galera.

Com 95 segundos, o gol de Fred vira o segundo mais rápido da história em finais dos torneios da Fifa, atrás apenas da anotação do holandês Neeskens na decisão do Mundial de 1974 (85 segundos).

Ainda antes do intervalo, em um espaço de quatro minutos, os brasileiros que tiveram o privilégio de viver a decisão dentro do Maracanã vibraram com dois gols, um de verdade e outro “moral”.

Primeiro, quando David Luiz se atirou numa bola que já tinha passado por Julio Cesar, em definição de Pedro após contra-ataque veloz espanhol. O zagueiro mandou o gol de empate quase certo para escanteio e ouviu o estádio entoar seu nome.
Quase na sequência, Neymar enfim conseguiu o selo para ir de vez ao rol de grandes craques da seleção. O camisa 10 foi acionado na esquerda, passou para Oscar e recebeu de volta. O truque tirou a marcação da frente do ídolo, que fuzilou Casillas em um arremate alto e potente. Um belo cartão de visitas para o país onde exibirá seu jogo em questão de semanas.

O título brasileiro se cristalizou de vez cedo, logo aos 2min do segundo tempo, em uma jogada coletiva brilhante do ataque. Hulk projetou a bola na esquerda, Neymar deixou passar e finalmente Fred bateu colocado para vencer Casillas mais uma vez.

A Espanha parecia ter uma chance de mexer com o jogo aos 9min, quando Marcelo cometeu pênalti infantil em Jesus Navas. Julio Cesar acertou o canto escolhido pelo zagueiro Sergio Ramos, mas não precisou nem esticar a mão, bastou ver a bola sair pela linha de fundo em uma péssima cobrança.

Esta foi a história do jogo mais importante do novo e querido Maracanã. Houve quem reivindicasse a mudança do status de país do futebol, numa viagem pelo Atlântico da América do Sul até a Europa. Fernando Torres, por sua vez, chegou a dizer antes da final que a Espanha era o “Brasil do presente”, em referência aos tempos dourados de Pelé. Mas talvez sua equipe seja apenas uma grande Espanha, campeã mundial, bicampeã europeia, mas que ainda não consegue se impor contra o país mais vencedor dos torneios da Fifa.