O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

domingo, 31 de março de 2013

Campeonato Paraibano_ANÁLISE


As rivalidades e os desafios no futebol

 
Edônio Alves

 
Na semana passada, no contexto dos dois grandes clássicos do futebol paraibano - o Botauto, na capital, e o Treze e Campinense, em Campina Grande - um fato extracampo movimentou os ânimos dos torcedores desses quatro clubes, além da óbvia motivação para assistirem a esses dois jogos nos estádios e apoiarem os jogadores dessas duas equipes em direção à vitória sobre o adversário: o desafio, feito pelo presidente do Botafogo, de João Pessoa, aos dirigentes dos clubes de Campina Grande, dando conta de que o clássico da capital teria mais público do que o da Rainha da Serra da Borborema, e o pedido, feito pelo presidente do Campinense Clube, para que o seu confrade trezeano aproveitasse o jogo para entregar as faixas de Campeão do Nordeste ao time da Raposa da Serra.
Esses dois desafios, digamos assim, serviu para apimentar o clima dos jogos e jogar lenha na fogueira das rivalidades entre essas equipes, além de atualizar para nós todos, um ingrediente sem o qual o futebol não existiria nem teria o fascínio que tem para os seus amantes ou praticantes. Refiro-me às oposições que este esporte mobiliza e ritualiza e que tem a ver com as nossas aspirações mais profundas em termos da necessidade que temos de nos diferenciarmos uns dos outros, seja nas ações, seja nas nossas mais caras maneiras de nos expressarmos em público.
O futebol - todo nós sabemos - é um espetáculo público e é através dele (entre outros meios) que expressamos o nosso mais ancestral espírito de competição animal; aquele instinto básico, mas necessário que, no mundo exclusivamente natural, faz com que sobrevivamos enquanto uma espécie dentre as demais. Uma espécie que se diferencia das outras pelo poder que tem de pensar sobre si mesma e de criar um mundo específico em sua volta - um mundo simbólico: o da cultura - para atuar, desenvolver-se e sobreviver, enfim.
Se transportarmos isso para o mundo especificamente cultural, temos nos esportes, no geral, e no futebol, em particular, um dos meios mais interessantes de realizarmos na prática real e simbólica a nossa mútua diferenciação enquanto seres individuais; enquanto seres coletivos e grupais e, numa escala crescente, enquanto sociedades distintamente colocadas na geografia multifacetada dos povos em existência constante. 
Tudo isso para eu dizer que quando os dois presidentes dos clubes citados acima fizeram os seus desafios futebolístico, eles, conscientes ou não, estavam presentificando a rivalidade necessária para - assim como os seres - o futebol existir e funcionar de fato. Resta lembrar que por mais maluco que possam parecer esses desafios (e o do presidente do Botafogo, Nelson Lira, soou assim porque ele com uma torcida só, a do Botafogo, ousou enfrentar duas: as do Campinense e Treze, e venceu) eles têm eficácia contextual, uma vez que, em si mesmo, já são a atualização de um desafio e rivalidade arquetípica ainda maior, a do ontológico e bíblico embate de David contra Golias, simbolizando a luta eterna e emblemática do fraco contra o forte. Luta essa que, conforme sabemos, vai sempre estar presente nos campos de futebol.
 Resta dizer também que quando o presidente do Campinense, William Simões, desafiou o presidente do Treze, Eduardo Medeiros, a enfaixar, com o reconhecimento simbólico do seu maior rival, o grande feito da Raposa em ter-se sagrado a equipe campeã do Nordeste (o melhor time da região este ano), ele agiu culturalmente da mesma forma que Nelson Lira, ao expressar, por meio do mundo do futebol, a diferenciação que todo ser quer para si ao comparar-se com o outro. Ou todo time quer para si ao defrontar-se com o outro. Ou toda cidade quer pra si ao comparar-se com a outra. Daí, que uma coisa é ser da capital, outra é ser do interior. Com as belezas, grandezas e problemas que existam tanto para um lado quanto para o outro.
 

terça-feira, 26 de março de 2013

Campeonato Paraibano_Segundo turno_4ª Rodada


Jogando fácil
BOTAFOGO VOLTA A JOGAR BEM E VENCE O AUTO ESPORTE POR 2 a 0

2º gol contra o Auto: Jogadores do Belo comemoram a volta das vitórias e do bom futebol do time
 
Na inauguração do novo gramado do Almeidão, o Botafogo-PB venceu o Auto Esporte por 2 a 0, em partida válida pela quarta-rodada do segundo turno do Campeonato Paraibano. Os gols do Belo foram marcados por Doda, aos 21 minutos do primeiro tempo e aos 41, com Fábio Neves.
A partida começou equilibrada. Com um gramado em excelente estado, a bola rolava com facilidade, e as duas equipes buscavam trocar passes para manter a posse de bola, mas sem oferecer nenhum perigo ao adversário. O primeiro lance de perigo aconteceu aos 6 minutos do primeiro tempo, quando Mael, do Auto, chutou da entrada da área e o goleiro Genivaldo se esticou todo para defender a bola que ia no seu canto esquerdo rasteiro.
Já o Belo chegou com perigo pela primeira vez aos 13 minutos, quando Fábio Neves chutou da intermediária. O goleiro Alan quase se atrapalha com a bola, mas conseguiu fazer a defesa. O alvirrubro das Mangabeiras reagiu logo na sequencia, quando Romarinho chutou da meia lua, e o camisa 1 do Bota espalmou para escanteio. Aos 18, chance clara para o tricolor da Maravilha. Edgard roubou a bola de João Lima, zagueirão do Auto, partiu em velocidade e tocou para Warley, dentro da área, cortar o zagueiro, e frente a frente com Alan, chutar para fora.
Mas a ameaça de gol logo se tornou realidade. Aos 21, em nova jogada pela direita, Diego Pitbull, que substituia o lesionado Ferreira, tocou para o meio da área. W9 pegou a redonda, dominou, e só rolou para Doda empurrar para o fundo das redes, fazendo o primeiro gol da partida.
O gol sofrido não desanimou o Auto Esporte, que fazia boa partida até o momento. Aos 26 minutos, a maior chance do clube até o momento. Romarinho pegou a bola na entrada da área, girou, e chutou colocado. Genivaldo só olhou a bola explodir na sua trave direita. Já aos 36, o Belo teve chance de aumentar o placar. Doda enfiou a bola na medida para Warley, que tocou por cima de Alan, e quase faz um golaço de cobertura. A pelota passou raspando a trave direita do goleiro do Auto. No lance, W9 voltou a sentir uma contusão na coxa, e acabou substituído por Maxwell.
E perto do fim do primeiro tempo, aos 41 minutos, o Bota-PB ampliou. Celico entrou livre pelo lado esquerdo da área do Auto Esporte, chutou cruzado, e Fábio Neves apenas escorou a bola para a meta do Auto Esporte, marcando o segundo gol botafoguense no clássico.
Segundo Tempo
Na segunda etapa, o Macaco Autino veio com uma proposta mais ofensiva, com Alisson e Fernando Sá entrando já no intervalo para dar mais opções ao ataque. Porém, o que planejou o treinador Jairo dos Santos não deu certo. O Auto Esporte não conseguia criar, já que Mael, seu principal meia, foi obrigado a recuar para recompor a marcação, e o clube acabou perdendo sua criatividade.
Chances mesmo, apenas três, sendo duas do Auto. Aos 13, Romarinho entrou pela esquerda e rolou para Fernando Sá, que chutou com força, mas Genivaldo fez uma grande defesa. Já aos 32, mais uma vez Romarinho recebeu na grande área e chutou para mais uma boa defesa do Paredão botafoguense.
O Belo só chegou aos 46 minutos, com Doda, que entrou pela direita da área do Auto Esporte e chutou cruzado. O goleiro Alan defendeu sem sustos.
Com a vitória, o Botafogo-PB assume a terceira colocação do segundo turno, com 4 pontos. Já o Auto Esporte, além de perder a invencibilidade, perdeu também a liderança da competição, já que o Sousa venceu o Atlético, no sertão, e chegou aos 10 pontos. O Autinho fica agora na segunda posição, com 9 pontos.
 
OUTROS RESULTADOS DA RODADA
Campinense 0 x 4 Treze
Sousa 3 x 2 Atlético
CSP 2 x 1 Nacional
 

domingo, 24 de março de 2013

Campeonato Paraibano_ANÁLISE


 
O que vem pela frente


Edônio Alves
 

Encerrado o Campeonato do Nordeste com o melhor resultado possível para o futebol paraibano - o Campinense Clube campeão e o status de melhor futebol da região para nosso Estado -, eis que é a hora de perguntarmos, sinceramente, o que se seguirá dentro e fora do campo dos nossos estádios, depois que a festa acabou, a luz apagou, a noite esfriou na serra da Borborema e o bonde não veio; não veio a utopia e tudo acabou.

 Digo: tudo que tem a ver com a Copa do Nordeste, uma vez que só resta agora encarar as duas últimas fases do campeonato paraibano para comprovarmos de fato, se realmente o título regional da Raposa feroz terá repercussões positivas na melhoria do velho e bravo ludopédio da terrinha.

Eu já tinha dito aqui, noutra oportunidade, que essa conquista regional conseguida pelo Campinense só teria significado real para o nosso futebol se ela mudasse de vez o entendimento reinante nesse nosso patamar de futebol precário e quase amador e o transformasse numa atividade realmente profissional que pudesse dar emprego e alegria a todos os segmentos nele envolvidos, considerando os interesses dos torcedores e de todos os profissionais do setor.

Continuo batendo nessa tecla e é por isso que vou tratar aqui das possíveis repercussões do fato aludido e da realidade posterior a sua comemoração por todos os esportistas do nosso Estado, sem exceção de cor, time ou camisa. Quanto a isso, o farei considerando o que se encontra dentro e fora do campo de jogo, conforme já anunciei.

Dentro do campo, segue que o Campinense entrou de vez nas disputas do campeonato estadual (estreou vencendo o Atlético de Cajazeiras, na quinta-feira, por 3 a 2), juntando-se ao Sousa como reais candidatos a se classificarem na segunda fase do torneio, para formarem o grupo dos quatro melhores clubes do Estado que disputarão, num cruzamento olímpico, o direito de brigar pelo título deste ano do campeonato paraibano e conseguir calendário para continuar suas atividades no segundo semestre do ano, nas disputas da série D do Brasileirão, caso do campeão, ou garantir uma vaga no Nordestão do ano que vem, caso do vice-campeão. 

Falei do Campinense e Sousa, prováveis vencedores deste segundo turno do estadual (Botafogo e Treze são descartados por já terem ganho a primeira fase), e esqueci de incluir o Auto Esporte, que é líder isolado desta fase dois e pode muito bem roubar uma das vagas destes dois acima e se juntar a Botafogo e Treze, já classificados para o tal cruzamento olímpico que apontará os finalistas do campeonato estadual de 2013. É real a possibilidade disso acontecer com o Auto Esporte porque o clube corrigiu os erros da primeira fase do paraibano ao investir em contratações que realmente surtiram efeito e melhoraram consideravelmente o desempenho da equipe a partir da administração técnica posta em prática pelo treinador Jairo dos Santos.

Considerado o que está dito acima, a grande questão é saber se o Campinense fará um campeonato estadual com o mesmo poder de fogo que demonstrou na Copa do Nordeste. Se o mercado deixar e os jogadores do elenco do Nordestão forem mantidos, a decisão do estadual será entre Campinense e mais um. Se a diretoria e a comissão técnica do Botafogo não fizerem bobagem até esse momento chegar, esse um será o Botafogo, o melhor time do estadual até a chegada, agora, do Campinense Clube. Digo isso porque Treze, Sousa e Auto Esporte (o CSP correndo por fora, muito fora mesmo) têm times limitados e suas forças já chegaram até onde podem chegar. A não ser que o Galo da Borborema lance mão do seu cofre imaginário e contrate outro time - um time de galácticos - para concluir o campeonato. Resumindo: ao chegarmos à terceira fase do estadual, o campeonato se resumirá a quatro dessas equipes apontadas acima. Na fase final, só dois desses clubes restarão para que um deles possa finalmente levantar a Taça.

Fora de campo, entretanto, a coisa é mais complicada. Os dirigentes do nosso futebol terão que finalmente entender que só investindo forte e certo, faremos times competitivos como este do Campinense no Nordestão. Investir forte e certo, implica profissionalismo e alto conhecimento do setor. Implica também uma mudança radical de mentalidade no sentido de fazer o torcedor acreditar - e sentir - que vale a pena pagar para ir ao estádio ver seu time não apenas jogar, mas, principalmente, ser campeão. Esse foi o grande exemplo deixado pelo Campinense Clube com o título do Nordestão. Espero que tenha valido a pena.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Campeonato Paraibano_Segundo turno_3ª Rodada



Irretocável
AUTO ESPORTE VENCE MAIS UMA
E TORNA-SE LÍDER ISOLADO NO ESTADUAL
 
Recém contratado, o meia Samir comemora o seu primeiro gol pelo novo time
Ao vencer o Atlético de Cajazeiras por 2 a 1, o Auto Esporte manteve a liderança do Campeonato Paraibano. Após três rodadas, o time está com 100% de aproveitamento na competição e lidera com folga de cinco pontos para o segundo colocado, o Sousa. A terceira vitória da equipe veio neste domingo (17) contra o Atlético, no Estádio da Graça, em João Pessoa. Os gols do Alvirrubro foram marcados pelos meias Samir e Alisson. O gol do time de Cajazeiras foi anotado pelo meia André Barata. O Auto não perde uma partida há cinco rodadas e, nesse momento, é líder isolado da competição com nove pontos.
Primeiro tempo parado
O Auto e o Atlético entraram em campo com muita vontade, mas as principais armas ofensiva de cada lado - Fernando Sá pelo Alvirrubro e Alex Caruaru pelo Trovão Azul - foram barradas pelas defesas bem postadas.
O primeiro lance com certo perigo foi do Auto Esporte pela direita. O meia Tércio passou pelo meio campo do Atlético e tocou para Fernando Sá que, desequilibrado, chutou cruzado o goleiro Aloísio defendeu bem.
Após este lance, o Auto Esporte começou a criar mais e investir nos ataques pela ponta. Aos 18 minutos, Romarinho recebeu lançamento de Esquerdinha e tocou para Fernando Sá que, mais uma vez, chutou fraco para o gol.
Após as primeiras tentativas do Auto Esporte, o Atlético acordou para o jogo e conseguiu furar a zaga do Macaco Autino. Aos 22 minutos, aproveitando que o sol contra o rosto do goleiro Alan, o meia Leandro cruzou a bola na cabeça de Alex Caruaru, que colocou a bola rente a trave.
Gol do Auto
Após várias tentativas de jogo pela direita, o Auto tentou investir em jogado pela outro lado do campo e conseguiu abrir o placar. Aos 36 minutos do primeiro tempo, o lateral Esquerdinha cruzou na cabeça do estreante Samir, que subiu mais que a zaga do Atlético e colocou o Auto Esporte na frente.
Após o primeiro gol, o Alvirrubro recuou e viu o time de Cajazeiras crescer. Procurando os atacantes Nilsinho e Alex Caruaru, o time tentava entrar pelo meio da zaga e algumas vezes conseguiu ameaçar o gol de Alan. O lance mais perigoso do time no primeiro tempo foi aos 42 minutos, quando Paulinho roubou a bola do meia Tércio e tocou para Alex Caruaru, que chutou a bola rasteira e viu o goleiro do Auto tirar com as pontas dos dedos.
 
Mais um para cada lado
A segunda etapa no Estádio da Graça foi morno. Em vantagem no placar, o Auto Esporte aguardava recuado as investidas do Atlético, que nada conseguia fazer. As duas equipes tentavam usar o contra-ataque, mas esbarravam em duas zagas que não davam espaços e impossibilitavam o avanço.
Aos 30 minutos, o Auto Esporte decidiu partir para cima do Atlético para liquidar a partida. Após algumas tentativas de jogar pela esquerda, o time encontrou o lateral Coca sozinho no lado direito. Ele foi até a linha de fundo e tocou para o meia Alisson, que só teve o trabalho de empurrar a bola para dentro do gol de Moisés.
Mas o Alvirrubro não teve tempo nem de comemorar o resultado. Aos 33 minutos, o Atlético conseguiu diminuir com André Barata. Ele chutou no canto esquerdo do goleiro Alan, que nada pôde fazer para evitar o gol. Mas não aconteceu mais nada de emocionante na partida, que acabou mesmo com vitória do Auto por 2 a 1.
Na próxima rodada, o Auto tem mais uma partida no Estádio da Graça. O próximo confronto do time é contra o Botafogo-PB, pela quarta rodada da competição. Já o Atlético enfrenta o Sousa, no Estádio Marizão, buscando sua segunda vitória na competição. Ambas as partidas serão realizadas no domingo.
 
OUTROS RESULTADOS DA RODADA
Nacional 2 x 1 Treze
Sousa 3 x 2 CSP

Campeonato do Nordeste_FINAL

 
 
É campeão!
CAMPINENSE VENCE O ASA E ELEVA
A PARAÍBA AO MELHOR FUTEBOL DA REGIÃO
 
 
A taça da edição deste ano da maior competição regional do Brasil - o Campeonato do Nordeste - fica em Campina Grande. Isso porque na tarde deste domingo (17), no Estádio Amigão, o Campinense local venceu o ASA  por 2 a 0 e se sagrou campeão da competição sem sofrer sequer um gol em casa. Na campanha, foram cinco vitórias e um empate em 0 a 0 com o time atuando na Paraíba. Como a Raposa já havia vencido o primeiro duelo da final por 2 a 1, em Arapiraca, o placar agregado foi de 4 a 1 para os rubro-negros. A conquista ainda garantiu à equipe uma vaga na Copa Sul-Americana do ano que vem.
Primeiro tempo corrido e sem gols
Uma final de campeonato não poderia começar em marcha lenta. Em um estádio completamente lotado, o jogo foi disputado nos primeiros minutos. Embora o ASA estivesse em desvantagem, era o Campinense quem tomava mais iniciativa na partida. Na verdade, a Raposa, liderada por Bismarck, conseguia escapar da marcação alvinegra. Aos sete minutos, Jéfferson Maranhense entrou na área e tentou cavar um pênalti, mas o árbitro Jailson Macedo Freitas ignorou a encenação.
Seria arriscando de fora que o Rubro-Negro levaria mais perigo ao gol de Gilson. O atacante Zé Paulo recebeu do zagueiro Anderson, driblou Edson Veneno e bateu forte. A bola passou à direita da meta adversária. O ASA não demorou a reponder. Wanderson costurou a defesa raposeira e chutou no canto de Pantera, que evitou o primeiro gol da decisão.
A partir daí, o jogo ficou aberto. Aos trocar passes com rapidez no meio de campo, o Campinense confundia os volantes e os zagueiros alvinegros e ameaçava o gol de Pantera. O Fantasma, por sua vez, não deixou de usar o recurso pelo qual ficou marcado na competição: o contra-ataque. Com investidas fulminantes, o time arapiraquense quase marcou mais uma vez com Wanderson. A Raposa, contudo, era feroz na marcação e impedia uma finalização mais eficaz do adversário. Assim, a equipe de Oliveira Canindé manteve a vantagem do empate para o segundo tempo.
Gol na volta do intervalo
 

Se na primeira etapa a rede esteve próxima de balançar, na segunda não demorou muito para o placar sair do zero. Com um minuto, Zé Paulo foi ao fundo e cruzou da direita para Jéfferson Maranhense, que empurrou de cabeça para o barbante: 1 a 0 Campinense. O ASA sentiu o baque. Visivelmente abatida, a equipe ficou perdida em campo após o gol.
Enquanto a Raposa buscava ampliar a vantagem, o Fantasma continuava tímido. Ao observar a pouca criatividade da equipe, Leandro Campos colocou Pedro Silva no lugar de Thalisson, que não fazia boa partida. No entanto, a situação ficou ainda mais crítica para o ASA quando o zagueiro Fabiano fez falta dura em Glaybson e, como já tinha amarelo, foi expulso.
Bismarck era o melhor jogador do Campinense em campo, mas, como ainda se recuperava de uma lesão na coxa, foi substituído, aos 24, por Ricardo Maranhão. O meia raposeiro, na verdade, abriu espaço para seu companheiro brilhar. Dez minutos após a troca, o Rubro-Negro arrancou num contra-ataque em que Dedé invadiu a área do ASA e rolou para Ricardo Maranhão, que dominou e tocou com categoria no ângulo de Gilson. O gol decretou não só a vitória, como o título do Campinense. O time raposeiro já havia começado a agarrar a taça em Arapiraca e, ao apito final do árbitro, pôde comemorar a conquista ao lado de sua torcida.

CAMPINENSE 2 X 0 ASA
Local: Amigão, em Campina Grande (PB)
Data: 17/03, às 16h
Arbitragem: Jailson Macedo Freitas (BA)
Assistentes: Thiago Brigido (CE) e Izac Márcio (RN)
Gols: Jéfferson Maranhense, aos 1′/2ºT ; Ricardo Maranhão, aos 34′/ºT
Cartões amarelos: Edson Veneno, Fabiano (2), Chiquinho Baiano e Didira (ASA)
Cartões vermelhos: Fabiano (ASA)
Campinense: Pantera; Tiago Granja, Anderson Rosa, Roberto Dias e Panda; Dedé, Edvânio, Glaydson e Bismarck; Zé Paulo e Jéfferson Maranhense. Técnico: Oliveira Canindé.
ASA: Gilson; Osmar, Fabiano, Edson Veneno (Rafael Pedro, aos 9′/2ºT) e Chiquinho Baiano; Jorginho, Cal, Thalisson (Pedro Silva, aos 14′/2ºT) e Didira; Wanderson e Léo Gamalho. Técnico: Leandro Campos.

domingo, 17 de março de 2013

Campeonato Paraibano_ANÁLISE



Colocando os pontos nos "Is"

 
Por Edônio Alves
 

Dentro do contexto alvissareiro por que passa o futebol paraibano neste momento (ver postagem: http://meufutblog.blogspot.com.br/2013/03/campeonato-do-nordesteanalise.html) de domingo passado), resolvi hoje escrever ao time e à torcida do meu Botafogo da Paraíba, com o ensejo da partida final da Copa do Nordeste entre o Campinense e o ASA, de Arapiraca-AL, hoje, às 16h00, no estádio Amigão, em Campina Grande. É que dois fatos me instaram a fazer isso, depois que eles se deflagraram e repercutiram no âmbito do futebol do nosso Estado.

Um desses fatos é a própria iminência concreta do Campinense ser o primeiro time da Paraíba a ganhar o Campeonato do Nordeste, o que eleva em valor e visibilidade o nosso futebol e o coloca num patamar novo em que seus dirigentes, querendo ou não, terão que repensar suas práticas administrativas à frente dos nossos clubes e federação.

Depois do título de hoje, creio eu (e acredito piamente nisso por causa da qualidade do time da Raposa), o nosso futebol terá necessariamente que se por num ponto de inflexão a partir do qual não retroceda mais em termos de gerenciamento, qualidade e foco em investimentos mais pesados visando sempre lugares mais altos no contexto do futebol nacional. É isso, por exemplo, a grande mensagem que a conquista da Raposa deve deixar para o futebol paraibano.

O outro fato é mais particular, digamos assim, uma vez que diz respeito apenas ao Botafogo, embora, por outro lado, não possa se desvincular do contexto geral abordado acima. Trata-se do aspecto também alvissareiro de a diretoria do clube de João Pessoa finalmente ter investido muito para montar um time de qualidade que tenha condições de realmente disputar o título estadual deste ano em condições reais de vencê-lo, algo que não o faz há pelo menos dez anos. Isso foi feito e isso tem que ser elogiado por toda a imprensa esportiva da Paraíba.

Acontece que passada a euforia inicial das boas atuações do time na primeira fase do Campeonato Paraibano, de onde real e merecidamente saiu com o título simbólico de campeão invicto, a realidade do clube começa a apresentar alguns problemas que se não forem resolvidos a tempo poderá por em risco todo o planejamento feito com o objetivo do título estadual. Problemas esses que, aliás, também devem ser apontados pela imprensa especializada, junto com os elogios que sobraram na fase inicial da competição. E é aqui que vão entrar os meus pontos nos "is" prometidos lá em cima.

Já estamos hoje na terceira rodada da segunda fase do estadual e a esperar, na próxima, a entrada triunfal do Campinense Clube nas disputas do certame, quando se juntará ao Treze, ao Sousa e ao próprio Botafogo formando o bloco dos reais favoritos a erguerem (um deles, é claro) a taça de campeão do estado em 2013. É esse fato em si que me fez escrever o que segue, em relação ao Botafogo.

Primeiro: coletivamente, o time terminou a fase anterior do estadual e iniciou a atual em franca decadência de desempenho, se comparada ao futebol apresentado no primeiro turno. Segundo: nesse processo, apresentou ao torcedor atento as suas fragilidades enquanto conjunto. É detentor de uma defesa frágil, vacilante, irregular e comprometedora do projeto. Terceiro: a diretoria está fechando os olhos para estas questões e corre o risco de agir tarde em relação a reforçar o grupo. Quarto: o ataque depende exclusivamente de Warley e Wanderley e, por isso, se os dois se machucarem como realmente ocorreu, o time fica sem força e se equipara aos demais. Quinto: o time se ressente da falta de um outro meia igual ou melhor que o Doda, já que Sandro está bichado e não disse - nem terá tempo de dizer - por que está no elenco. Sexto: o técnico Marcelo Vilar parece que está conformado com o time que tem e se mostra temeroso em reforça-lo, algo que demonstra ou medo de desagradar o grupo e, por consequência, perder o controle do pessoal, ou (o que é mais grave), a falta de senso frente aos desafios da segunda fase, com o Campinense no seu encalço.

Por fim: o torcedor faça a sua parte indo ao estádio nos dia de jogo do Belo, cobre as mudanças que tem que ser feitas e colabore com o plano de sócio que o clube acaba de lançar, visando fundos financeiros para a manutenção de uma equipe de qualidade.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Campeonato Paraibano_2º Turno_Segunda Rodada


Sabor de derrota
BOTAFOGO VACILA E SÓ EMPATA COM O SOUSA NA ARENA DA GRAÇA
 
Com meio de campo sem criatividade e ataque ineficiente, Belo cedeu o empate e ainda não venceu no 2º turno
O Botafogo-PB entrou no gramado da Graça na noite desta quinta-feira (14) buscando tirar a imagem da péssima partida contra o CSP, quando perdeu sua invencibilidade na abertura do segundo turno do estadual. Do outro lado, o Sousa jogava para vencer e tentar empatar em pontos com o Auto Esporte, líder isolado. Mas nenhum dos objetivos foi alcançado. No fim, um empate em 1 a 1 com gosto amargo para o Belo e com sabor de vitória para o Dinossauro. Maxuel abriu o placar para o Bota, enquanto Luciano Fonseca igualou para o Sousa.
A partida mal começou e o placar já alterava. No primeiro lance da partida, o atacante Maxuel, que substituía Warley, lesionado, abriu o marcador de cabeça. A primeira etapa foi bastante disputada e truncada no meio de campo. O Dinossauro chegou ao empate aos 13 minutos. Luciano Fonseca bateu falta de fora da área e o arqueiro Genivaldo falhou, permitindo o empate do clube sousense.
O Botafogo-PB era melhor em campo, mas insistia nas bolas alçadas na área que não surtiram muito efeito. Já o alviverde do Sertão marcava forte e neutralizava quase sempre o time da casa.
Na segunda etapa, a tônica não mudou. A equipe de João Pessoa dominava o jogo, mas não criava com tanto perigo, enquanto o Sousa marcava bastante e apostava na velocidade nos contra-ataques. O jogo caiu muito de nível e o empate foi mesmo o destino do confronto.
Com o resultado, o Botafogo-PB soma seu primeiro ponto na segunda fase do Campeonato Paraibano em duas partidas jogadas. Já o Sousa é o vice-líder com quatro pontos. Na próxima rodada, o Belo folga (o jogo seria contra o Campinense que decide o título da Copa do Nordeste) e só volta a entrar em campo no dia 24 de março, no clássico contra o Auto Esporte. Já o Dinossauro encara o CSP, domingo (17) no Marizão, às 16h.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Campeonato Paraibano_2º turno_Primeira rodada



Caiu a invencibilidade
CSP VENCE O BOTAFOGO COM A COLABORAÇÃO
DO GOLEIRO GENIVALDO NA REESTREIA DO 2º TURNO
Foto: globoesporte.com/paraíba
Atacantes do CSP comemoram a quebra da invencibildade do seu maior rival na vitória por 2 a 1
 Botafogo e CSP fizeram ontem (10), no estádio da Graça, em João Pessoa, a partida de abertura do segundo turno do campeonato paraibano envolvendo um dos clássicos da capital. Vencedor da primeira fase e invicto na competição, o Belo era de longe o favorito. Mas o Tigre não foi manso e tirou a tão orgulhosa invencibilidade do adversário. Com uma tarde infeliz do goleiro Genivaldo (tomou dois frangos inexplicáveis) somada aos gols de Leandro e Rafael Paraíba, o CSP venceu o Botafogo por 2 a 1. O volante Izaías diminuiu para o Bota.

Ambas as equipes não começaram a partida com muita disposição. O Tigre tinha mais posse de bola, enquanto o Belo marcava e neutralizava o pouco ameaçador adversário. Mas as melhores chances da primeira etapa foram mesmo do CSP. Aos 25 minutos, André Lima recuou a bola para o arqueiro Genivaldo que se atrapalhou e não conseguiu afastar. Aproveitando o vacilo, Leandro chegou para tomar a bola e acabou marcando o primeiro gol do jogo.

Com pouca eficiência, o time da estrela vermelha foi atrás do empate. Somente aos 45 minutos o objetivo foi alcançado. Em bola cruzada na área, Izaías subiu sozinho e empatou a partida. Após o gol, os jogadores botafoguenses comemoram o tento perto do goleiro do Tigre, Ferreira, e ele agrediu o autor do gol. Após muita confusão, o árbitro José Renato não puniu o atleta e cometeu o seu principal erro entre muitos da equipe de arbitragem.

Na segunda etapa, o Belo voltou um pouco melhor e com mais vontade de virar o duelo. Entretanto, o dia não era mesmo do Belo. O técnico Marcelo Vilar acabou perdendo o volante Hércules, o atacante Wanderley e o centroavante Warley por problemas de contusão. Além disso, Genivaldo, que assumiu a braçadeira de capitão depois da saída do camisa 9, acabou protagonizando a sua segunda e mais bizarra falha. Rafael Paraíba chutou fraco de longe e o goleiro acabou engolindo um “frango”. Era a virada do Tigre, que garantia a vitória e a quebra da invencibilidade do Belo.

Na próxima rodada, o CSP encara o Auto Esporte na quarta-feira (13) pela segunda rodada do segundo turno. A partida está marcada para as 20h30, na arena da Graça. No mesmo local, um dia depois, o Botafogo-PB volta a campo para jogar contra o Sousa. O duelo está marcado para as 20h30.

OUTROS RESULTADOS

Tendo a chance de superar o Botafogo em números de pontos, nesta rodada (a diferença entre os dois é só dois pontos), uma vez que o Belo perdeu o clássico para o CSP, o Treze não soube aproveitar a oportunidade. Perdeu de 1 a 0 para o Auto Esporte em sua estreia no segundo turno do estadual, em pleno Presidente Vargas. Já em Sousa, o Dinossauro do Sertão bateu o Nacional de Patos por 2 a 0. O Campinense e o Atlético de Cajazeiras não jogaram ontem porque a partida entre os dois foi adiada em função da Raposa estar disputando as finais do campeonato do Nordeste. Na primeira delas, realizada ontem em Arapiraca, contra o ASA, o Campinense venceu por 2 a 1 e colocou a mão na Taça e no virtual título do Nordestão deste ano.

domingo, 10 de março de 2013

Campeonato do Nordeste_ANÁLISE


 
Alvíssaras à Raposa feroz

 
Por Edônio Alves

A expressão com a qual inicio o título deste texto de hoje significa, conforme preconiza o dicionário, "prêmio ou recompensa que se concede a quem anuncia boas novas ou entrega coisa que se perdera". Foi a forma mais adequada que encontrei de render aqui, neste espaço, minhas homenagens à campanha do Campinense Clube, neste campeonato do Nordeste, cujas partidas decisivas e finais se iniciam hoje, com o jogo entre o clube serrano e o ASA de Arapiraca, nas Alagoas. A finalíssima mesmo acontece no próximo domingo, em Campina Grande, com o jogo de volta entre esses mesmos dois clubes, só que agora no estádio Amigão, a casa da Raposa da serra da Borborema, algo que premia a sua melhor campanha no certame em comparação com o seu adversário.

Mas trago o nome do Campinense aqui, hoje, não apenas para parabeniza-lo pelo fato de representar o futebol paraibano nesse feito inédito de chegar às finais do principal torneio da região, o Campeonato do Nordeste, que este ano está na sua décima edição e que vai, no próximo domingo, apresentar ao Brasil o melhor time do futebol nordestino em atividade, neste primeiro semestre do ano. Seja o ASA, da cidade de Arapiraca, em Alagoas, ou o Campinense, de Campina Grande, na Paraíba, o fato é que a geopolítica do futebol regional esse ano deu uma guinada e ao invés de destacar os estados de Pernambuco e Bahia, que sempre dominaram as conquistas do Nordestão, apresenta, ao invés, nesta temporada, os estados de Alagoas e da Paraíba como as unidades federativas que melhor praticam o futebol profissional por essa parte do País.

E não é à toa, essa revelação de cenário novo que sairá das finais do Campeonato do Nordeste.

            Tanto o ASA quanto o Campinense são clubes nordestinos cujas trajetórias históricas e tradição justificam e muito a posição a que chegaram este ano, carregando consigo a história e a vacilante tradição do futebol dos seus estados. É sobre este ponto que vou me deter agora, deixando de lado o ASA de Arapiraca e tentando focar no nosso caso local do Campinense Clube e do futebol paraibano, neste contexto regional.

            O Campinense Clube foi fundado em 1915 como clube social na cidade de Campina Grande, mas só em 1954 é que o seu departamento de futebol começou a funcionar de fato. O profissionalismo, no entanto, só veio em 1958 e apenas em 1960 é que o clube disputou seu primeiro campeonato estadual. A partir daí, ganhou seis campeonatos seguidos e tornou-se o único hexacampeão do Estado, com uma sequência de títulos que joga na cara dos adversários sempre que tentam diminuir a sua importância como clube de futebol na Paraíba.

             Além disso, o Campinense Clube foi também o primeiro clube paraibano a disputar uma competição de caráter nacional: a Taça Brasil de 1961. Onze anos depois, em 1972, venceu a então segunda divisão do Campeonato Brasileiro e a partir daí seguiu a história de altos e baixos do próprio futebol paraibano, história essa que se resume a médios e péssimos momentos, seguindo uma curva de sinal que ora sobe, ora desce, conforme apontam as atuações vacilantes dos seus dirigentes e administradores.

            Vamos, contudo, ao ponto dessa curva em que o Campinense está no momento e com ele mostrar as boas novas que este fato parece conter se quisermos vislumbrar, a partir dele, um cenário melhor para o futebol paraibano, no contexto nacional. É que alguns fatos, além desse, conflui para isso, creio eu. Vamos a eles: se o Campinense vencer o Nordestão, a Paraíba volta a contar no futebol brasileiro. Ademais, será, por isso mesmo, forte candidato a disputar o estadual desse ano contra Treze e Botafogo, já classificados para o quadrangular final do paraibano de 2013. O Treze já está na série C do segundo semestre desse ano e o Botafogo, que tem hoje um time de respeito - foi o campeão do primeiro turno do estadual invicto - só aguarda com quem decidir o campeonato. Se vencer, estará na Série D do ano que vem junto com a participação garantida no próximo Nordestão, mesmo que só seja vice-campeão estadual.

            No plano administrativo, o Governo do Estado está reformando os nossos grandes estádios de futebol e dotando-os de capacidade e condições de figurarem entre as boas praças de esporte do País. Os dois principais mandatários do poder executivo estadual - o governador e o prefeito da capital - são esportistas natos e torcedores do mesmo time, o Botafogo, clube que está em ascensão e sob uma administração profissional de fato. Ou seja: que este provável título do Campinense - se vier - seja um emblema mensageiro de boas novas para o futebol do nosso Estado.
 
 

 

 

           

 

segunda-feira, 4 de março de 2013

Campeonato Paraibano_ Décima quarta Rodada


Campeão simbólico
BOTAFOGO EMPATA COM O AUTO ESPORTE
 E SE FIRMA NA LIDERANÇA DO ESTADUAL
 
Time do Belo que encerrou o primeiro turno do Paraibano invicto e com o título simbólico
Já classificado para às semifinais do Campeonato Paraibano Chevrolet 2013, o Botafogo empatou com o Auto Esporte, por 1 a 1, e encerrou a primeira fase do estadual sem derrota. Foram 14 jogos, sendo dez vitórias e quatro empates.
O clássico aconteceu na tarde deste domingo (03), no Estádio da Graça, em João Pessoa. Todos os gols da partida foram marcados no segundo tempo, sendo o primeiro do experiente Warley, para o Botafogo, e o outro de Carlos Alberto, do Auto Esporte. O resultado deixou os donos da casa em primeiro lugar na tabela de classificação até aqui, com 34 pontos. O rival ficou em quinto, com 16.
A 14.ª rodada começou na quinta-feira, quando o Paraíba derrotou o Cruzeiro, por 4 a 3, fora de casa. O detalhe é que os dois times entraram em campo já rebaixados para a Segunda Divisão. Já na sexta-feira, o Atlético de Cajazeiras venceu o Nacional, por 2 a 1, e se manteve em quarto lugar.
O último jogo da rodada será entre Treze e CSP, que jogam nesta segunda (04), às 20h30, no Presidente Vargas. Os dois entram em campo cumprindo tabela, uma vez que o primeiro é vice-líder e não alcança mais o líder Botafogo (34 a 29 pontos). O outro, o CSP, é o terceiro na tabela, com 21 conquistados neste primeiro turno do estadual.
OUTROS RESULTADOS
A última rodada do primeiro turno do Paraibano ainda teve as vitórias do Paraíba sobre o Cruzeiro, por 4 a 3, na sexta-feira (01), em Itaporanga; do Atlético sobre o Nacional, em Cajazeiras, neste domingo, por 2 a 1,  e do Treze sobre o CSP, por 1 a 0, na segunda-feira (04), no estádio Presidente Vargas, em Campina GRande.

Campeonato do NORDESTE


Paraíba em alta
CAMPINENSE VENCE O FORTALEZA E DECIDE O NORDESTÃO COM O ASA-AL
 
Jogadores da Raposa comemoram a classificação para a final inédita de um clube paraibano no Nordestão
 O Campinense está na final da Copa do Nordeste. E não foi simples chegar à decisão do maior torneio regional do país. Neste domingo, a Raposa eliminou o Fortaleza ao vencer por 1 a 0 o segundo duelo de semifinais, no Estádio Amigão, em Campina Grande. Como o Tricolor do Pici fez apenas 2 a 1 na primeira partida, na Arena Castelão, o Rubro-Negro paraibano levou a melhor no critério do número de gols marcados fora de casa e se classificou.
Os dois jogos da final acontecem nos dias 10 e 17 de março. Melhor colocado da fase de grupos entre os quatro semifinalistas, o Campinense terá o direito de fazer a segunda e decisiva partida em seu estádio.
Vantagem do Fortaleza dura apenas um minuto
Contagiado pelo clima das arquibancadas, completamente tomadas pela torcida raposeira, o Campinense começou o jogo no ataque. Com menos de um minuto, Gleybson foi derrubado quando tentava entrar na área e o árbitro marcou pênalti. Zé Paulo bateu firme, no canto, e abriu o placar para os donos da casa.
Ao se ver sem a vantagem no marcador, o Tricolor foi obrigado a se lançar ao ataque. O Rubro-Negro, mesmo com a vitória, não deixou de buscar o segundo gol. O jogo, portanto, ficou aberto e as equipes tiveram inúmeras chances de balançar as redes ainda no primeiro tempo. Assisinho e Jackson Caucaia, pelo Fortaleza, e Bismarck e Jefferson Maranhense, pelo Campinense, quase fizeram. Nem o autor do gol conseguiu marcar. Zé Paulo acertou a trave de João Carlos, aos 43.
Tricolor não mostra reação, e Campinense quase amplia
O atacante raposeiro era persistente. Logo no início da segunda etapa, Zé Paulo carimbou novamente o poste adversário. Se não fosse de bolando rolando, talvez de pênalti saísse outro gol. O lateral-direito João Paulo foi derrubado na área e o juiz apontou para a marca da cal. Desta vez, porém, o desfecho foi diferente: Jefferson Maranhense cobrou e João Carlos defendeu.
O lance poderia ter colocado o Fortaleza de volta no jogo. Mas aconteceu o contrário. O Leão do Pici não esboçava qualquer reação, e era o Campinense quem mais esteve próximo de balançar as redes. O técnico Vica tentou mexer no time, trocando Jaílson por Julio Madureira e Marinho Donizete por André Luiz, mas nada se alterou. Aos 45, a Raposa ainda teve a chance de ampliar. Selmir, que substituíra Zé Paulo, bateu rente à trave de João Carlos. Mas o gol não fez falta. Ao apito final, o Campinense comemorou com seus torcedores no Amigão.
 
CAMPINENSE 1 x 0 FORTALEZA
Local: Amigão, em Campina Grande (PB)
Data: 03/03, às 16h
Arbitragem: Nielson Nogueira Dias (PE)
Assistentes: Jossemar Diniz (PE) e Marcelino Castro (PE)
Gols: (1-0) Zé Paulo, aos 1′/1ºT
Público/Renda: 18.689/R$ 155.518
Cartões amarelos: Jefferson Maranhense e Bruno de Jesus (CAM) ; Jackson Caucaia, Ronaldo Angelim e João Henrique (FOR)
Cartões vermelhos: Não houve
Campinense: Pantera, João Paulo (Danilo Portugal, aos 34′/2ºT), Edvânio, Roberto Dias e Panda; Wellington (Bruno de Jesus, aos 25′/2ºT), Dedé, Glaybson e Bismarck; Zé Paulo (Selmir, aos 40′/2ºT) e Jéfferson Maranhense.
Fortaleza: João Carlos, Luiz Felipe, Gabriel, Angelim e Marinho Donizete (André Luiz, aos 35′/2ºT); Jackson Silva, Lucas (João Henrique, aos 24′/2ºT), Esley e Jackson Caucaia; Assisinho e Jailson (Júlio Madureira, aos 23′/2ºT).

domingo, 3 de março de 2013

Campeonato Paraibano_ANÁLISE


O FATOR WARLEY
 
 
Por Edônio Alves
 
O campeonato paraibano de futebol tem hoje a abertura da última rodada do seu primeiro turno com a realização do clássico da capital, entre Botafogo e Auto Esporte Clube. O jogo acontece na Arena da Graça, em João Pessoa, e tem a circunstância de colocar em campo o campeão simbólico desta primeira fase do certame, o Botafogo, equipe que é a única invicta da competição e que defende esta condição contra um rival que fará tudo para tirar-lhe a invencibilidade.

Além dessa situação atrativa para os torcedores da capital, o jogo também oferece uma boa oportunidade para se conferir o talento cada vez mais afirmado, em campo, de um jogador realmente diferenciado: o centroavante Warley Silva dos Santos, ou simplesmente Warley, boleiro que nasceu em Brasília, mas que tem raízes familiares fincadas em solo paraibano, lugar que escolheu para efetivar uma das melhores fases de sua carreira exitosa de arilheiro nato.

Sua carreira começou no Coritiba, onde chegou com o apelido de Lebinha e um futebol de habilidade, velocidade e boa finalização. Não havia dúvidas, portanto, de que ali já estava em franco desenvolvimento a história de um grande atacante do futebol brasileiro. Warley Brasília - como ficou sendo chamado há época- jogou pelo Coxa a Copa São Paulo de 1997 e antes de ter suas primeiras chances como profissional acabou se desligando do clube do Alto da Glória e se transferindo para o maior rival, o Atlético Paranaense, em que foi campeão no ano de 1998.

O bom desempenho do atacante fez surgir o interesse do futebol italiano que teria pago nove milhões de dólares ao Rentistas por metade dos direitos sobre o jogador que seguiu para a Udinese.

De volta ao Brasil, jogou pelo Grêmio (2000-2001); São Caetano (2003-2004); Palmeiras (2005-2006); Brasileiense (2006-2007); Náutico (2007-2008); ABC (2008-2009); Vila Nova (2009-2010); Treze (2011); Campinense (2012) e, finalmente, chegou ao Botafogo-PB, para jogar a temporada deste ano. É bom lembrar que aqui, na Paraíba, foi campeão e vice-artilheiro pelo Treze com 13 gols marcados em 2011, além de também ter sido campeão estadual e artilheiro pelo Campinense, no ano passado, tendo marcado 22 gols ao longo da temporada.

E por que toda essa ficha corrida do Warley nesta coluna?

É para mostrar ao torcedor - afirmo eu - que vale a pena ir ao estádio da Graça, hoje, para ver o futebol arguto, fino e inteligente desse jogador que vem fazendo a diferença no campeonato paraibano deste ano, no comando do ataque do Botafogo. Até o final deste primeiro turno, que se encerra amanhã, com a partida entre Treze e CSP, em Campina Grande, Warley já marcou nove gols e divide a artilharia do estadual com Thiago Chulapa, do Treze, com o mesmo número de tentos marcados até aqui.

Contudo, não é por envergar a condição de artilheiro do paraibano deste ano, pelo menos até aqui, que venho falar desse jogador, nesse meu espaço de jornal dominical. Venho falar dele porque além de fazer bem o que um atacante deve fazer em campo, ou seja, gols, Warley é um jogador cujo talento desequilibra as forças do adversário em campo. E, pasmem, a sua maior qualidade não é fazer gols, como parece à primeira vista. Sua maior qualidade - além desta, claro - é saber jogar com ou sem a bola. Pelo menos é isto que vem demonstrando nas partidas que tem jogado pelo Botafogo ao longo deste primeiro turno do Estadual.

Inteligente, sagaz, rápido, com raro senso de colocação e faro para saber aonde a bola vai estar no momento que ele precisar dela, Warley se movimenta em campo de maneira a abrir espaços para os companheiros definirem os lances enquanto as defesas adversárias se preocupam com ele e esquecem do resto. Além disso, é um excelente "garçom", o que na gíria do futebol define aquele jogador que tem a habilidade e generosidade de abrir mão de fazer o gol para deixar que o companheiro melhor posicionado mande a bola para as redes.  Numa partida em que o Botafogo fez nove gols, por exemplo, ele deu cinco aos companheiros, se contentando com marcar apenas um. Isso já diz tudo da sua importância para o Botafogo e para o Campeonato, se é que me entendem.
Sim, uma outra coisa: esqueci de dizer que Warley também atuou uma temporada pelo São Paulo (1998-1999) e jogou na Seleção Brasileira entre os anos de 1997 e 1999. Isso também diz tudo, se é que me entendem.