O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

domingo, 3 de março de 2013

Campeonato Paraibano_ANÁLISE


O FATOR WARLEY
 
 
Por Edônio Alves
 
O campeonato paraibano de futebol tem hoje a abertura da última rodada do seu primeiro turno com a realização do clássico da capital, entre Botafogo e Auto Esporte Clube. O jogo acontece na Arena da Graça, em João Pessoa, e tem a circunstância de colocar em campo o campeão simbólico desta primeira fase do certame, o Botafogo, equipe que é a única invicta da competição e que defende esta condição contra um rival que fará tudo para tirar-lhe a invencibilidade.

Além dessa situação atrativa para os torcedores da capital, o jogo também oferece uma boa oportunidade para se conferir o talento cada vez mais afirmado, em campo, de um jogador realmente diferenciado: o centroavante Warley Silva dos Santos, ou simplesmente Warley, boleiro que nasceu em Brasília, mas que tem raízes familiares fincadas em solo paraibano, lugar que escolheu para efetivar uma das melhores fases de sua carreira exitosa de arilheiro nato.

Sua carreira começou no Coritiba, onde chegou com o apelido de Lebinha e um futebol de habilidade, velocidade e boa finalização. Não havia dúvidas, portanto, de que ali já estava em franco desenvolvimento a história de um grande atacante do futebol brasileiro. Warley Brasília - como ficou sendo chamado há época- jogou pelo Coxa a Copa São Paulo de 1997 e antes de ter suas primeiras chances como profissional acabou se desligando do clube do Alto da Glória e se transferindo para o maior rival, o Atlético Paranaense, em que foi campeão no ano de 1998.

O bom desempenho do atacante fez surgir o interesse do futebol italiano que teria pago nove milhões de dólares ao Rentistas por metade dos direitos sobre o jogador que seguiu para a Udinese.

De volta ao Brasil, jogou pelo Grêmio (2000-2001); São Caetano (2003-2004); Palmeiras (2005-2006); Brasileiense (2006-2007); Náutico (2007-2008); ABC (2008-2009); Vila Nova (2009-2010); Treze (2011); Campinense (2012) e, finalmente, chegou ao Botafogo-PB, para jogar a temporada deste ano. É bom lembrar que aqui, na Paraíba, foi campeão e vice-artilheiro pelo Treze com 13 gols marcados em 2011, além de também ter sido campeão estadual e artilheiro pelo Campinense, no ano passado, tendo marcado 22 gols ao longo da temporada.

E por que toda essa ficha corrida do Warley nesta coluna?

É para mostrar ao torcedor - afirmo eu - que vale a pena ir ao estádio da Graça, hoje, para ver o futebol arguto, fino e inteligente desse jogador que vem fazendo a diferença no campeonato paraibano deste ano, no comando do ataque do Botafogo. Até o final deste primeiro turno, que se encerra amanhã, com a partida entre Treze e CSP, em Campina Grande, Warley já marcou nove gols e divide a artilharia do estadual com Thiago Chulapa, do Treze, com o mesmo número de tentos marcados até aqui.

Contudo, não é por envergar a condição de artilheiro do paraibano deste ano, pelo menos até aqui, que venho falar desse jogador, nesse meu espaço de jornal dominical. Venho falar dele porque além de fazer bem o que um atacante deve fazer em campo, ou seja, gols, Warley é um jogador cujo talento desequilibra as forças do adversário em campo. E, pasmem, a sua maior qualidade não é fazer gols, como parece à primeira vista. Sua maior qualidade - além desta, claro - é saber jogar com ou sem a bola. Pelo menos é isto que vem demonstrando nas partidas que tem jogado pelo Botafogo ao longo deste primeiro turno do Estadual.

Inteligente, sagaz, rápido, com raro senso de colocação e faro para saber aonde a bola vai estar no momento que ele precisar dela, Warley se movimenta em campo de maneira a abrir espaços para os companheiros definirem os lances enquanto as defesas adversárias se preocupam com ele e esquecem do resto. Além disso, é um excelente "garçom", o que na gíria do futebol define aquele jogador que tem a habilidade e generosidade de abrir mão de fazer o gol para deixar que o companheiro melhor posicionado mande a bola para as redes.  Numa partida em que o Botafogo fez nove gols, por exemplo, ele deu cinco aos companheiros, se contentando com marcar apenas um. Isso já diz tudo da sua importância para o Botafogo e para o Campeonato, se é que me entendem.
Sim, uma outra coisa: esqueci de dizer que Warley também atuou uma temporada pelo São Paulo (1998-1999) e jogou na Seleção Brasileira entre os anos de 1997 e 1999. Isso também diz tudo, se é que me entendem.

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