O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

sábado, 6 de setembro de 2014

Seleção Brasileira - Pós Copa 2014

Novo ciclo
BRASIL DE DUNGA VENCE A COLÔMBIA
 EM NOVA FASE

Cobrando falta: Neymar comemora seu gol junto com os novos parceiros da Seleção

A nova fase de Dunga como técnico da seleção brasileira só tem um jogo, mas o técnico já conseguiu ver algo que se tornou frequente na história recente da equipe nacional: se estiver difícil, Neymar resolve. Com um gol do camisa 10 em cobrança de falta, o time pentacampeão mundial bateu a Colômbia por 1 a 0 nesta sexta-feira (05), em Miami, no primeiro amistoso depois da Copa do Mundo de 2014.
Neymar marcou aos 38min do segundo tempo, quando a Colômbia estava com um homem a menos e fazia marcação eficiente sobre o Brasil. O time de Dunga tinha mais posse de bola, mas não conseguia ameaçar com frequência o gol defendido por Ospina.
Foi o nono gol de falta de Neymar na carreira. O camisa 10 tem 36 bolas nas redes em 54 jogos pela seleção brasileira. Aliás, também foi dele o primeiro gol da equipe nacional depois da Copa de 2010 (vitória por 2 a 0 sobre os Estados Unidos).


Fases do jogo: Começou com marcação adiantada e pressão sobre a saída de bola a nova Era Dunga na seleção brasileira. O time comandado por ele tentou acuar a Colômbia desde o início do amistoso disputado nesta sexta-feira, em Miami.
Aliada a uma movimentação intensa dos jogadores de ataque, essa característica concentrou o jogo no campo de ataque da seleção brasileira no início do duelo. No entanto, o excesso de faltas e a ausência de criatividade da equipe canarinho impediram que houvesse chances claras de gol nos primeiros minutos.
A forte marcação dos colombianos irritou os brasileiros. Aos 21min, depois de o árbitro canadense David Gantar ter deixado de anotar uma infração sobre Neymar, a Colômbia teve um contragolpe pela esquerda. Quando a bola parou, os jogadores da seleção pentacampeã mundial reclamaram de forma efusiva.
Na segunda metade do primeiro tempo, a arbitragem ganhou destaque por dois motivos. Primeiramente aos 24min, quando Filipe Luís recebeu passe na esquerda em condição legal e bateu para o gol. Ospina desviou, e Diego Tardelli completou para as redes, mas o árbitro invalidou o lance alegando impedimento no início da jogada.
Depois, a arbitragem apareceu pelo excesso de cartões. Foram seis amarelos no primeiro tempo (quatro para a Colômbia e dois para o Brasil).
A distribuição de cartões continuou no segundo tempo. Neymar já havia perdido boa oportunidade aos 3min, mas o primeiro lance fundamental para a etapa final aconteceu no minuto seguinte, quando o camisa 10 foi empurrado por Cuadrado. O colombiano foi expulso.
Com um a menos, a Colômbia distribuiu seus jogadores em duas linhas de quatro e deu a bola para o Brasil. Mas a seleção de Dunga mostrou falta de criatividade mais uma vez, e as melhores chances (incluindo o gol) aconteceram em bolas paradas.
Chave do jogo: Neymar. Foi graças ao talento dele, numa cobrança de falta inspirada, que o jogo mudou. O Brasil criava pouco e não conseguia ameaçar com frequência o gol da Colômbia, mas o camisa 10 resolveu em cobrança de falta.
O melhor: Neymar. Tem sido até redundante falar do camisa 10 na história recente da seleção brasileira, mas foi ele novamente o destaque ofensivo da equipe nacional. Chamou faltas, tentou lances individuais e ainda anotou o gol que definiu o amistoso.
O pior: Cuadrado. O jogador colombiano havia feito grande Copa do Mundo, mas não repetiu o desempenho nesta sexta-feira. Além disso, foi expulso no segundo tempo e deixou a equipe dele com um homem a menos.
Toque dos técnicos: Antes do início do amistoso, Dunga ressaltou pelo menos duas vezes a diferença de tempo de trabalho entre Brasil e Colômbia. Contudo, o jogo não mostrou duas seleções em níveis tão distintos.
Dunga apostou num ataque com muita mobilidade, sobretudo no lado esquerdo. O problema é que faltou profundidade na seleção montada por ele no primeiro tempo, quando Neymar atuou muito longe do gol.
Jose Pekerman começou com a Colômbia num 4-2-3-1, mas mudou para um 4-4-1 em duas linhas de quatro depois que Cuadrado foi expulso. Se a estratégia da seleção dele já era baseada em contragolpes no primeiro tempo, isso ficou ainda mais claro na etapa final. Aí, contudo, faltou aos colombianos a velocidade que o Brasil mostrou.

Para lembrar:

Na faixa. Protagonistas de um dos lances mais marcantes da Copa de 2014, Neymar e Zuñiga se encontraram antes mesmo de a bola rolar. Os dois foram capitães de suas seleções nesta sexta-feira, se cumprimentaram no centro do campo e chegaram a trocar um abraço.
Lembrança dolorosa. Nas quartas de final da Copa de 2014, Zuñiga deu uma joelhada nas costas de Neymar em disputa de bola pelo alto. O Brasil venceu por 2 a 1 e se classificou para as semifinais, mas o Mundial acabou ali para o camisa 10, que sofreu fratura em uma vértebra. Thiago Silva, que era capitão do Brasil, chegou a dizer que a entrada de Zuñiga foi "covarde".
No hino. Os jogadores brasileiros mudaram o gesto durante a execução do hino nacional. Em vez do abraço que caracterizou a postura da seleção durante a Copa, os atletas comandados por Dunga colocaram a mão sobre o lado esquerdo do peito.
Estilo. No primeiro jogo de sua passagem anterior pelo comando da seleção, Dunga usou uma camisa azul listrada e deu a primeira amostra de um visual ousado, algo que marcou o ciclo – as roupas do técnico eram escolhidas pela filha dele, Gabriela, que é estilista. Nesta sexta-feira não houve nada disso: o técnico usou camisa branca, paletó preto e gravata azul marinho.
Oito anos depois. Gomes; Cicinho (Maicon), Lúcio, Juan (Alex) e Gilberto; Gilberto Silva, Edmílson (Dudu Cearense), Elano (Júlio Baptista) e Daniel Carvalho (Vagner Love); Robinho e Fred. A primeira passagem de Dunga pelo comando da seleção brasileira começou com esse time no dia 16 de agosto de 2006, num empate por 1 a 1 com a Noruega. Daniel Carvalho fez o gol, e Maicon e Robinho são os únicos jogadores que atuaram nas duas estreias do técnico.
Local. Depois do amistoso, a seleção brasileira seguirá nos Estados Unidos. O próximo compromisso do time de Dunga está agendado para 11 de setembro, em Nova Jersey, contra o Equador.
De placa. Foi difícil ver quais modificações foram feitas no intervalo do jogo. Afinal, a placa utilizada pelo quarto árbitro para anunciar as substituições de Brasil e Colômbia não funcionou.
Só deu Colômbia! Os colombianos dominaram a festa pré-jogo, o ambiente no estádio, a festa e os gritos nas arquibancadas. Teve até espaço para "Brasil, Colômbia és su papa", lembrando o grito argentino nos tempos de Copa.
História. O Brasil tem histórico extremamente favorável contra a Colômbia. Com o jogo desta sexta-feira, são 17 vitórias, oito empates e duas derrotas em 27 duelos. Para Dunga, porém, o triunfo teve sabor de redenção. Ele jamais havia vencido o rival sul-americano como técnico do Brasil (dois empates por 0 a 0 nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010).
Recorde. O amistoso entre Brasil e Colômbia teve 73.429 espectadores no SunLife Stadium, em Miami. Esse é o recorde de público da história da arena.

FICHA TÉCNICA

BRASIL X COLÔMBIA


Data: 05 de setembro de 2014, sexta-feira
Local: SunLife Stadium, em Miami (EUA)
Público: 73.429 pessoas
Horário: 22h (de Brasília)
Árbitro: Dave Gunter (Canadá)
Assistentes: Daniel Belleau e Philippe Briere
Cartões amarelos: Cuadrado (Colômbia), Ramires (Brasil), Carlos Sánchez (Colômbia), Luiz Gustavo (Brasil), Zuñiga (Colômbia), Valdés (Colômbia), Teófilo Gutiérrez (Colômbia)
Cartão vermelho: Cuadrado (Colômbia)
Gols: Neymar, aos 38min do segundo tempo

BRASIL: Jefferson; Maicon, Miranda, David Luiz (Marquinhos) e Filipe Luís; Luiz Gustavo (Elias), Ramires (Fernandinho), Willian (Éverton Ribeiro) e Oscar (Philippe Coutinho); Neymar e Diego Tardelli (Robinho).
Técnico: Dunga

COLÔMBIA: Ospina; Zúñiga (Mejía), Zapata, Valdés e Armero; Aldo Ramírez (Árias) e Carlos Sánchez (Ramos); Cuadrado, James Rodríguez (Falcao García) e Teófilo Gutiérrez (Bacca); Jackson Martínez (Guarín). 
Técnico: José Pekerman