O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Copa da África do Sul - 19º dia


Paraguai vence o Japão nos pênaltis e faz história
 na Copa do Mundo

Recriando sua história: a festa paraguaia na classificação sobre o Japão
Na primeira decisão por pênaltis pelas oitavas de finais do Mundial da África do Sul, a seleção do Paraguai vence o Japão por 5 a 3 e confirma a hegemonia dos sul-americanos sobre os europeus, se classificando para as quartas de finais. Pela primeira vez na história das copas, a América do Sul coloca mais países do que a Europa (quatro contra três) na definição das quartas de finais de um Mundial. Uruguai, Argentina, Brasil e Paraguai já marcaram presença nessa fase enquanto os europeus só garantiram até agora Holanda, Alemanha e Espanha - ou Portugal, já que um dos dois sobrará no confronto de logo mais à tarde, às 15h30, na Cidade do Cabo.
No gramado, o jogo entre Paraguai e Japão não chegou aos pênaltis por acaso. Os dois times apresentaram um futebol ao mesmo tempo parecido e diverso considerando-se os meios e os fins de cada um. Explico: quanto aos fins – vencer o adversário e permanecer na Copa -, tanto Paraguai quanto Japão priorizaram as defesas, com a nítida preocupação de primeiro não tomar gols. Garantido isso - parecia pensar os dois técnicos -, é que os ataques seriam acionados para os contra-ataques ou a exploração dos erros adversários. Foi rigorosamente isso o que aconteceu durante toda a partida entre as duas seleções: um jogo truncado no meio de campo e sem fluidez na saída para os ataques. Tanto que o placar dos 90 minutos regulamentares do jogo foi um chato empate por 0 a 0. Já quanto aos meios, isto é, a maneira de jogar para chegar aos fins -, o Paraguai se comportou um pouco diferentemente do Japão. Apresentou um futebol menos linear e mais solto, certamente por sua filiação cultural, em termos de futebol, à escola sul-americana, que, não por acaso, está dando as cartas neste Mundial do ponto de vista do jogo mais técnico. Ao final, as cobranças de pênaltis precisas dos paraguaios se impuseram também como técnica mais apurada e, também, pela primeira vez na sua história, os guaranis chegam a este ponto de uma Copa do Mundo. Aguardam, agora, o vencedor do jogo entre Espanha e Portugal para mostrar se ainda armazenam fôlego para continuar fazendo história.

Espanha bate inapelavelmente Portugal e enfrenta o Paraguai como favorita

David Villa, corre para o abraço do seu 4º gol na África do Sul
Um bom jogo de futebol realizado entre Espanha e Portugal definiu em favor dos espanhóis quem vai enfrentar o Paraguai pelas quartas de finais do Mundial da África do Sul. A equipe espanhola venceu a partida contra os portugueses por 1 a 0, jogando um futebol insinuante, cadenciado, de apuro técnico e bom toque de bola com o que impôs seu ritmo de jogo do início até o fim da disputa entre as duas seleções ibéricas. O destaque espanhol mais uma vez foi o atacante David Villa, que marcou seu quarto gol no mundial e se mostrou mais eficiente do que o similar português, Cristiano Ronaldo, que não disse para que veio nessa Copa do Mundo. Já o time espanhol mostrou que tem um jogo tanto coletivo quanto individual, conforme as necessidades de aplicar cada um deles se apresentem em campo. No plano coletivo, a “fúria” detém um domínio completo do fundamento do toque de bola; dos passes em profundidade para a entrada dos seus atacantes e uma variedade ampla de jogadas que mudam a direção do jogo para um lado ou para outro, segundo os objetivos do seu esquema tático. No plano individual, por outro lado, jogadores como Sérgio Ramos, Andrés Iniesta, Xavi Hernández, Xabi Alonso e David Villa têm condições técnicas de resolver o jogo a favor dos espanhóis nas situações difíceis, algo que não acontece com Portugual cujo time depende de um único jogador, Cristiano Ronaldo, que não está jogando nada. Por isso tudo, portanto, por combinar adequadamente o jogo coletivo com as individualidades que possui, a Espanha entra nas quartas de finais como uma séria candidata a ir mais à frente, já que o Paraguai não tem condições nenhuma de detê-la nesta fase. Vamos aguardar!


segunda-feira, 28 de junho de 2010

Copa da África do Sul - 18º dia

3 a 0: BRASIL GOLEIA O CHILE E MAIS UMA VEZ PEGA A HOLANDA
NAS QUARTAS DE FINAIS DE UMA COPA O MUNDO
Comemoração: Robinho pela oitava vez marcou contra o Chile
Utilizando-se de duas das armas mortais do futebol pragmático preconizado pelo técnico Dunga – a jogada aérea partindo de bola parada e o contra-ataque -, com a conclusão dos jogadores de defesa, no primeiro caso, e dos atacantes, no segundo, a Seleção Brasileira não teve dificuldades para vencer o Chile pelo placar de 3 a 0, se credenciando para enfrentar a Holanda, nas quartas de finais da Copa do Mundo da África do Sul. Tudo isso, claro, facilitado pela estratégia de jogo montado pelo técnico chileno, Marcelo Bielsa, que mais uma vez (a sexta na fase Dunga) cismou de enfrentar o Brasil de igual para igual cometendo um verdadeiro suicídio. Em campo, o jogo até que começou parecendo que ia ser favorável aos chilenos graças à ousadia dos seus jogadores que não se intimidaram frente aos brasileiros e resolveram tentar imprimir o ritmo de jogo combinado com o seu técnico, muito apropriadamente apelidado de El loco Bielsa. Entretanto, a estratégia só resistiu até os 34 minutos do primeiro tempo da partida quando, na cobrança de um escanteio feita por Maicon, o zagueiro Juan subiu mais alto do que a zaga chilena e mandou a bola para o gol, fazendo1 a 0 para o Brasil. Três minutos depois, numa troca de bola entre Robinho, Kaká e Luis Fabiano, este concluiu o lance driblando o goleiro do Chile e também mandando a bola para o gol: Brasil 2 a 0. O terceiro tento, que fechou a goleada, foi marcado por Robinho aos 14 minutos do segundo tempo, após receber um passe na entrada da área vindo do volante Ramires, que estava substituindo Elano, fora da partida por contusão. Eis, portanto, esse, o saldo numérico do jogo. Já o saldo propriamente futebolístico, digamos assim, é outro e vamos a ele. Pela primeira vez nessa Copa do Mundo o Brasil foi o Brasil e por uma razão muito simples: demonstrou em campo - e com respectiva comprovação no placar - que foi rigorosamente superior ao adversário. Algo que não havia acontecido nem na estréia contra os coreanos do Norte, nem na segunda partida contra a Costa do Marfim e muito menos contra Portugal, quando jogou como um time da série C do campeonato brasileiro de futebol. Ou seja: pensando mais no regulamento - em permanecer na competição a todo custo - do que em praticar um futebol convincente. Quero dizer com isso que, para os padrões do futebol brasileiro, aquele empate em 0 a 0 contra os portugueses foi um verdadeiro vexame. Contudo, amigos, há quem goste e o técnico Dunga está entre estes. Hoje, não. A julgar pelo que vimos contra os chilenos, todos os brasileiros gostaram. E gostaram muito. Pela pimeira vez nesse Mundial, repito, o Brasil foi o Brasil. E em sendo o Brasil aquela seleção em campo; a que enfrentou e venceu o Chile por 3 a 0, hoje, em Johanesburgo, na África do Sul, nós, os brasileiros, já podemos até sonhar com o hexacampeonato mundial. Que venha outra vez a Holanda, assim como veio e voltou o Chile.

Holanda também vence e passa de fase no Mundial
Com grande atuação da dupla Welsey Sneijder e Arjen Robben - guardadas as devidas proporções, os nossos Kaká e Luís Fabiano -, os holandeses venceram também hoje, por 2 a 1, a Eslováquia  e se classificaram para as quartas de final da Copa do Mundo. O goleiro Maarten Stekelenburg fez excelentes defesas e também se destacou. Agora, a Holanda vai enfrentar o Brasil, que a eliminou nas Copas de 1994 e 1998. Já a Eslováquia, que protagonizou uma das maiores zebras da primeira fase do Mundial ao eliminar a tetracampeã Itália, volta mais cedo para casa. De consolo ao time eslovaco fica o fato de Vittek ter marcado um gol de pênalti nos acréscimos do segundo tempo e assumido a artilharia da Copa do Mundo com quatro gols, feito de pouco alcance já que há vários jogadores aptos a superá-lo neste Mundial, o nosso Luis Fabiano entre eles.

Desculpas - Mil desculpas!!!
Por motivo de força maior, fiquei sem atualizar o blog do dia 22 até hoje, pelo que peço desculpas aos internautas que o acompanham. Segue, entretanto, abaixo, a atualização deste período no nosso Diário da Copa:


Copa da África - 17° dia - 27/06:

Goleada e arbitragem à la 1966 dão o tom no 1º clássico do Mundial

O equilíbrio que se esperava em Alemanha x Inglaterra nas oitavas caiu por terra quando os germânicos abriram 2x0 no placar. Ingleses mortos? Não mesmo. A equipe diminuiu a vantagem rival e ainda marcou um gol legítimo em bomba de Frank Lampard, mas o trio de arbitragem liderado pelo uruguaio Jorge Larrionda alegou erroneamente que a bola não entrou. Voltou à memória o polêmico gol que lhe deu a vitória aos ingleses sobre a mesma Alemanha na Copa de 1966. Os britânicos até tentaram reverter o quadro no início do 2º tempo em Bloemfontein, mas levaram mais 2 gols e deram adeus à Copa. Já a Alemanha fará nas quartas um duelo com a bicampeã Argentina, que venceu o México e tentará vingar-se pela eliminação de 2006.

Argentina vence México com gol impedido reencontra alemães

Teve de tudo. Gol irregular, falha de zagueiro, bom futebol, sustos, golaços. A Argentina mostrou sua força mais uma vez, dominou o México por quase todo o jogo e confirmou o seu favoritismo. O gol marcado por Tevez, em impedimento claro, aumenta ainda mais as discussões sobre as falhas de arbitragem na Copa - o lance inglês já havia reanimado o assunto. A seleção mexicana, na segunda etapa, tentou reagir, mas já era tarde. A Argentina encara nas quartas de final outro gigante da bola, a Alemanha. Pelo desempenho na África do Sul, a expectativa é de um baita confronto, uma espécie de final antecipada. O retrospecto em Mundiais é favorável aos alemães: duas vitórias, dois empates. A única vitória argentina foi na decisão de 1986, justamente o último título 'hermano'. Qual história vai se repetir?

Copa da África - 16° dia - 26/06:


Uruguai vence Coréia do Sul e está nas quartas após 40 anos

A expectativa estava em cima de Forlán, mas quem brilhou foi Suárez. O atacante criou as melhores oportunidades, marcou duas vezes e garantiu a vitória do Uruguai sobre a Coreia do Sul por 2 a 1, colocando o time sul-americano nas quartas de final da Copa do Mundo pela primeira vez desde o Mundial do México em 1970. A vaga foi conseguida com certa tranquilidade. A Coreia, apesar da maior posse de bola, pouco assustou, e os uruguaios foram mais eficientes. Na disputa por uma vaga nas semifinais, a Celeste agora terá pela frente todo um continente. Isso porque Gana, única representante da África que sobreviveu na Copa, bateu os EUA na prorrogação e às quartas empurrada por toda a torcida africana.


Gana revive sonho dos africanos e expulsam os EUA da Copa

A África mantém a esperança de chegar pela primeira vez a uma semifinal de Copa do Mundo. Gana, única seleção do continente que passou da fase inicial, derrotou os Estados Unidos por 2 a 1 na prorrogação e se credenciou a enfrentar o Uruguai na próxima rodada. A vaga nas quartas de final já iguala o melhor resultado africano em Mundiais (Camarões, em 1990, e Senegal, em 2002, também chegaram a esta fase). Já os Estados Unidos, que fizeram uma boa campanha na primeira fase, voltam mais cedo para casa. Os ganenses ficaram com a vaga anulando a principal estrela dos EUA, o meia Donovan, e aproveitando muito bem a força e a velocidade nos contra-ataques, puxados por Gyan, Boateng e Ayew.

Copa da África - 15° dia - 25/06:

Brasil pragmático só empata com Portugal e obtém 1º lugar com chave tranquila na fase do mata-mata


Empate chato e duelo violento entre Pepe e Felipe Melo 

A expectativa de um grande confronto, de um espetáculo, foi por água abaixo. Portugal e Brasil tiveram lampejos de bom futebol, e foi só. Sem Robinho e Kaká, a seleção de Dunga repetiu os erros do primeiro jogo, ou seja, faltou inspiração, faltou velocidade. Na segunda etapa, Portugal até ensaiou uma pressão, mas não marcou. Foi aí que outro problema da seleção ficou evidente: a ausência de opções no banco de reservas. Nilmar, Luís Fabiano e Ramires criaram as melhores chances, mas foi pouco para o que se esperava. Como o empate agradava ambos os lados, a partida ficou fria. De bom, pelo menos o Brasil ficou do lado mais fraco da chave do mata-mata e agora enfrenta o Chile nas oitavas de final. O caminho está livre para a decisão?

Costa do Marfim faz só 3 e cai com a Coreia do Norte

A Costa do Marfim precisava de um milagre para avançar às oitavas de final. Deveria fazer oito gols na Coreia do Norte e torcer por uma vitória do Brasil contra Portugal. Nada disso aconteceu. No jogo em português, o placar ficou no zero. Após 2 a 0 no 1º tempo, os marfinenses, desinteressados, fizeram mais um e despediram-se com insuficiente vitória, deixando só um africano na Copa (Gana). Norte-coreanos também caem, com só um gol marcado, justamente contra o Brasil. A Copa viu outro jogo sem graça.

Suíça também só empata e vai embora

A Suíça tinha uma missão relativamente simples para ir às oitavas de final da Copa. Precisava torcer para o Chile perder da Espanha (de preferência sem fazer gols) e vencer o saco de pancadas do grupo, Honduras. Os chilenos até perderam (2x1), mas o time alpino foi incompetente e não conseguiu fazer um gol sequer nos centro-americanos. Pior, a Suíça tomou sufoco durante o jogo. Apesar de ter maior posse de bola, a seleção europeia errou muitos passes (65) e finalizações (11) e maltratou a Jabulani como poucos neste Mundial. Só não perdeu porque Honduras também não tem o melhor ataque do mundo e ainda teve um gol legítimo mal anulado pelo árbitro Hector Baldassi. Fim de jogo e fim de Copa para as duas seleções. Chile e Espanha passam de fase pelo grupo H.

Copa da África - 14° dia - 24/06:

Itália cai, e campeã e vice de 2006 voltam para casa

Os finalistas de 2006 estão fora da Copa do Mundo. Quem caiu primeiro foi a França, vice há quatro anos. Agora, foi a vez da Itália, a atual campeã, quem decepcionou. O futebol foi pobre, sem brilho, sem inspiração. As chances de gol, escassas. Sempre atrás no placar, os italianos apostaram na vontade para tentar o empate que daria a sonhada vaga às oitavas. Ou seja, o roteiro de sofrimento, praticamente uma tradição nas conquistas da "Squadra Azzurra", estava pronto mais uma vez. Mas, agora, a história não se repetiu. A derrota por 3 a 2 selou a eliminação, até certo ponto, já anunciada, principalmente pelo fraco futebol apresentado pela seleção tetracampeã na África do Sul. É outro favorito que arruma as malas. De forma melancólica.

Paraguai passa de fase eliminando a Nova Zelândia

Só falta o Chile. Depois de Brasil, Uruguai e Argentina, foi a vez de o Paraguai se classificar para as oitavas de final, o 4º sul-americano entre os cinco na Copa. Para avançar em 1º no grupo, o time guarani fez o suficiente para segurar um chato 0 a 0 com a Nova Zelândia. Na próxima fase, o time paraguaio enfrentará o 2º da chave E, em jogo agendado para terça. Já a equipe da Oceania arruma as malas, mas volta para casa com o 'prêmio' de não ter perdido um jogo sequer na Copa e ainda ficar à frente da Itália.

Japão faz mais que o necessário e vai às 8ªs de final

Esqueça a correria de antigamente. Definitivamente, o Japão aprendeu a jogar futebol. A prova final veio nesta quinta, com uma vitória incontestável sobre a Dinamarca por 3 a 1 e a classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo com o segundo lugar do grupo E, atrás apenas da favorita Holanda. Mais uma vez, os nipônicos, a quem um empate bastava para avançar, mostraram um forte sistema defensivo e um contra-ataque mortal. De quebra, avisaram ao mundo que, agora, também sabem cobrar faltas. Foram dois gols em tiros livres. Nas oitavas, o Japão deverá fazer um jogo de retrancas contra o Paraguai. Já a Dinamarca é mais uma seleção europeia eliminada e volta para casa com o gosto amargo de, pela primeira vez em sua história, não ter passado da primeira fase.

Holanda cumpre obrigação e fica no caminho do Brasil

Com vaga garantida nas oitavas de final, a Holanda entrou em campo contra Camarões para ratificar o 1º lugar. O time europeu não precisou jogar muita bola para vencer. Com o placar, a Holanda está no caminho do Brasil no mata-mata: os times devem se enfrentar nas quartas de finais. Antes, os holandeses, que tiveram a volta de Robben, pegam a Eslováquia. Já Camarões se despede com gol de Eto'o e recorde de Song, mas com campanha pífia: 3 derrotas em 3 jogos, e até briga do elenco com o técnico.

Copa da África - 13° dia - 23/06:

EUA marcam no fim e ficam com vaga dramática

Um gol de Landon Donovan aos 46 minutos do segundo tempo garantiu a vitória de 1 a 0 sobre a Argélia e colocou os Estados Unidos nas oitavas de final da Copa. O resultado serviu para corrigir mais uma injustiça. Assim como na partida contra a Eslovênia, a equipe norte-americana foi prejudicada pela arbitragem, que anulou um gol legítimo de Dempsey. Além de terem superado o juiz e a forte retranca argelina, os EUA também passaram por um outro rival: a sua própria falta de pontaria.

Inglaterra avança com vitória e quase dá vexame

Nesta quarta-feira, 23, a Inglaterra foi a campo com grande chance de ser a 2ª potência europeia eliminada nesta Copa. O gol de Defoe ainda no 1º tempo revigorou as esperanças inglesas, mas a Eslovênia não estava morta em Port Elizabeth. Os eslovenos tentavam o gol para assegurar a classificação, embora o empate de EUA e Argélia ainda desse uma vaga aos europeus. Mas mesmo após o apito final do árbitro, a Eslovênia viu seu sonho ruir graças a um gol americano. Já os ingleses comemoravam o avanço às oitavas, mas agora terão a perigosa Alemanha pela frente.

Alemanha passa à frente e faz o 1º clássico do Mundial

Às 11h desta quarta-feira, a Inglaterra entrou em campo precisando vencer a Eslovênia para avançar às oitavas da Copa. Conseguiu. Horas depois, a Alemanha também teve um rival direto pela frente, Gana, embora não precisasse necessariamente ganhar para se classificar. Pois bem, repetiu o 1x0 dos ingleses e também passou. Agora, está marcado para domingo, às 11h, o 1º grande clássico deste Mundial. Um dia antes, Gana, que perdeu mas também se classificou, representará a África ante os EUA.

Despedida: Austrália vence Sérvia em jogo emocionante


A Sérvia tinha chances reais de classificação. A Austrália, remotas. Mas, depois de um primeiro tempo sonolento, as duas equipes acordaram. Os australianos chegaram a abrir 2 a 0 e ainda sonhavam com uma goleada para avançar às oitavas. Os sérvios reagiram, descontaram e precisavam de um empate para ir ao mata-mata. Os minutos finais foram emocionantes: Sérvia no ataque, Austrália no contragolpe. Com a vitória australiana, os times se despedem da Copa ainda na 1ª fase. Pelo menos, com emoção.




terça-feira, 22 de junho de 2010

Copa da África do Sul - 12º dia

Argentina vence a Grécia
 e agora pega o México no mata-mata


No mixtão da Argentina contra a Grécia até Palermo fez o seu gol
Para enfrentar a Grécia - e certamente confiando no bom elenco que trouxe para esta Copa do Mundo -, o técnico da Argentina, Diego Maradona, resolveu fazer sete modificações no time que havia goleado a Coréia do Sul por 4 a 1, na segunda rodada do grupo B do mundial. Por decorrência disso, talvez, o bom futebol argentino apresentado nos dois primeiros jogos não foi repetido nesta terceira rodada da chave B, porém, mesmo assim, foi suficiente para vencer o jogo por por 2 a 0. Com este resultado, o time do técnico Diego Maradona foi às oitavas de final ficando em primeiro lugar na sua chave, com 100% de aproveitamento.
Agora, na primeira rodada do mata-mata, a seleção argentina reencontra o México, que terminou como segundo colocado do grupo A. Os dois times já se enfrentaram nas oitavas do Mundial da Alemanha. O destaque do jogo, como sempre, foi o meia-atacante Messi, que voltou a fazer uma boa partida embora não tenha ainda conseguido marcar no mundial. Parece que a jabulani e as traves, além dos goleiros adversários, claro, não estão de bem com o jogador do Barcelona, considerado o melhor do mundo no momento. Até Martin Palermo, que entrou no final da partida, conseguiu marcar o seu gol aos 44 minutos, após mais uma tentativa frustrada do “pibe de ouro” dos argentinos. O outro gol dos portenhos foi do zagueiro Demichelis, que mais uma vez fez uma partida sofrível.
No outro jogo da chave, a Coreia do Sul sofreu, mas ficou no empate de 2 a 2 com a Nigéria e garantiu a segunda vaga para enfrentar o Uruguai nas oitavas de final.

Jogo de honras: França perde feio e sai da Copa com participação deprimente

Veterano gaulês, o jogador Cisse era o retrato da decepção

Nas partdidas decisivas do grupo A, a África do Sul, o país-sede, tinha o orgulho abalado pelos tropeços nas primeiras rodadas. A França, vice-campeã em 2006, foi ruindo jogo a jogo, com a crise que se abateu sobre a sua delegação. Ainda assim, ambas chegaram à 3ª rodada com chances de classificação, mas dependiam de suas pernas e das pernas rivais. Era o típico duelo pela honra. O time da casa venceu, não avançou, mas saiu de campo com sentimento de dever cumprido. A França caiu de vez e encerrou de forma trágica seu desastre na Copa. Para completer o vexame, o seu técnico, Raymond Domenéc, protagonizou uma grosseria incompatível com a tradição dos franceses: se recusou a apertar a mão estendida em forma de cumprimento pelo técnico da África do Sul, o brasileiro Carlos Alberto Parreira, mostrando ao mundo uma das mais constrangedoras imagens dessa Copa do Mundo. Por isso, volta para casa deixando a sensação de que não deveria mesmo ter vindo a África do Sul, após a classificação nas eliminatórias com um gol de mão.
Uruguai se classifica em primeiro no grupo A

Já o Uruguai se deu  bem. Depois de mostrar um time muito ofensivo na vitória sobre a África do Sul na última rodada, o time voltou apostar em seu forte sistema defensivo para confirmar a vaga nas oitavas de final. A seleção celeste apostou apenas no contra-ataque para vencer o México por 1 a 0 e confirmar sua classificação na liderança do grupo A. Conseguiu e agora enfrenta a Coréia do Sul no mata-mata.







Copa da África do Sul - 11º dia

7 a 0: PORTUGAL DÁ A MAIOR GOLEADA DA COPA ATÉ AGORA
Nesse 11º de competição nos campos da África do Sul, finalmente uma boa notícia para dar em matéria de futebol. É que Portugal brilhou nesta segunda-feira ao golear a fraca seleção da Coréia do Norte pelo placar enfático de 7 a 0. Isso mesmo: 7 a 0! Com isso, a partida entre Brasil e os portugueses, na próxima sexta-feira, em Durban, voltou a ganhar importância. Será um duelo direto pela liderança do grupo G. O time de Dunga está garantido nas oitavas, mas uma derrota o deixa em segundo lugar.
Com os brasileiros naturalizados em segundo plano (Liedson entrou no final), Portugal acordou na Copa do Mundo. Não só atropelou a Coreia do Norte tão temida pelos brasileiros, como fez 7 a 0, sendo dois de Tiago (foto). Repito: 7 a 0, na maior goleada do torneio até agora. Os patrícios, portanto, chegaram aos quatro pontos mostrando uma enorme evolução no seu futebol. Só para comparar, o Brasil demorou 55 minutos para fazer um gol na Coreia. Portugal anotou um a cada 13 minutos, em média. Dunga e seus soldados reclamaram da defesa asiática. Nesta segunda-feira, na Cidade do Cabo, contudo, a mesma defesa sequer anotou a placa do trator português que passeou pelo estádio Green Point.

Em jogo de ataque x defesa, Chile vence a Suíça e lidera o grupo

A história retranca suíça ruiu. Nesta segunda, os alpinos foram a campo contra o Chile dispostos a ampliar seu recorde de invencibilidade em Copas. E o que era tradição virou questão de sobrevivência quando Behrami foi expulso aos 30min, transformando o jogo em um tiroteio chileno: 20 finalizações sul-americanas contra apenas seis europeias. Os suíços até conseguiram resistir por bastante tempo, mas aos 30min da 2ª etapa, González garantiu a vitória de 'La Roja' e a liderança isolada no grupo H.

Espanha desencanta na Copa, mas volta a exagerar na soberba

Com um ataque potente formado pela dupla Villa/Torres, a Espanha voltou a dar sinais de que golearia, agora, o time de Honduras. Mas novamente a Fúria exagerou na tentativa de dar show, desperdiçou muito mais gols do que fez, perdeu um pênalti e teve de se contentar em sair de campo com uma vitória por 2 a 0, muito magra para quem controlou a partida. Pelo menos não foi um revés, como na estreia contra a Suíça. Resta saber se os espanhóis vão deixar o preciosismo de lado em algum momento.








Copa da África do Sul - 10º dia

3 A 1: BRASIL COMEÇA A DIZER PARA QUE VEIO
Luis Fabiano marca dois gols-síntese: Pelé e Maradona citados e recitados
Na partida em que nosso melhor jogador, Kaká, mostrou que realmente está em ascensão técnica e o homem encarregado de marcar nossos gols, Luis Fabiano fez a sua parte, e bem, a seleção brasileira finalmente venceu e convenceu neste Mundial ao derrotar a Costa do Marfim pelo placar de 3 a 1, neste décimo dia de competição na África o Sul. O jogo foi disputado sob a sombra de um mal desempenho no primeiro jogo contra a fraca Coréia do Norte e a pressão para que os comandados de Dunga realmente mostrassem em campo porque o Brasil é o Brasil em matéria de futebol. A julgar pelo desempenho do time brasileiro em campo, contra uma Costa do Marfim sem muita técnica e esbanjando violência, os soldados de Dunga até que jogaram bem, impondo um futebol mais técnico e mais vistoso do que o da partida da estréia, pelo grupo G desta Copa do Mundo. O time teve mais ímpeto para atacar, mais paciência para tocar a bola quando necessário e mais técnica para envolver o adversário com um futebol que tem cara mais brasileira do que européia, a face-modelo do jogo adotado por quase todas as seleções deste mundial. Daí, uma primeira rodada com placares magros e insossos sendo o resultado de 1 a 0 a tônica dos primeiros jogos. Bastou os sul-americanos jogarem a sua maneira para ficar demonstrado que esse jeito europeu de se jogar futebol, baseado mais na tática do que na técnica, não vai se impor como paradigma. E para o bem do próprio futebol. Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, que estão mostrando um melhor futebol do que os tradicionais representantes do Velho Continente, que o digam. Neste domingo, o time brasileiro se impôs frente a Costa do Marfim jogando sob o primado da técnica e fez o resultado que quis e quando quis. Sabendo equilibrar o jogo individual e o coletivo, a seleção brasileira, com esta vitória, se classificou para as oitavas de final e pode a partir de agora, se Dunga não atrapalhar, credenciar-se junto com a Argentina como as melhores equipes desta Copa. As únicas que podem ditar o ritmo e a melhor maneira de se jogar futebol no planeta. Em matéria de futebol, o velho continente continua sendo o Velho Continente. Nada mais.

PARAGUAI VENCE BEM E ITÁLIA SE COMPLICA COM UM FUTEBOL VELHO

A Itália chegou à África do Sul com a tarimba de ser a atual campeã mundial e em um grupo teoricamente fácil. Mas no início da Copa do Mundo faz jus às criticas recentes e corre sérios riscos de ficar fora da segunda fase. O caminho foi aberto para o Paraguai que com apenas uma vitória no “grupo dos empates” ganhou tranquilidade.
A seleção sul-americana conseguiu superar sua sina contra europeus para abrir a vantagem. Em 16 jogos em toda a história dos Mundiais, havia vencido rivais do Velho Continente em apenas três ocasiões, mas se vingou do próprio retrospecto com o 2 x 0 sobre a Eslováquia.
Perto da classificação, tentará quebrar outra marca, já que recentemente parou nas oitavas por três vezes (1986, 1998 e 2002). Segundo os próprios jogadores, o primeiro passo é terminar como líder para evitar o confronto com a Holanda nas oitavas de final.
Praticamente dentro das oitavas
Na caminhada o Paraguai tem méritos, mas também contou com a ajuda dos adversários da chave F. Em todas as vezes que não esteve em campo o empate foi o único resultado. Depois do 1 x 1 entre neozelandeses e eslovacos (concretizado aos 47 minutos do segundo tempo), neste domingo a Itália mais uma vez garantiu apenas um ponto contra os europeus.
E se a seleção da Oceania começou a sonhar, a Azzurra vive situação de risco. Em segundo no grupo, tem os mesmos dois pontos da terceira colocada Nova Zelândia e precisará vencer para não depender de ninguém. Até o lanterna ainda tem chances de passar de fase com o ponto conquistado.
Mais que os números, o futebol apresentado pela Itália tem preocupado. Nos dois jogos dominou a posse de bola e se lançou ao ataque. Mas mostrou falta de inspiração e deixou o sentimento de um time que não encaixou. Neste domingo, só empatou graças a um pênalti duvidoso e até o capitão Fabio Cannavaro falhou novamente.
Dessa forma, os comandados de Marcelo Lippi dão mais margem para os críticos que chegaram a irritar jogadores e comissão técnica antes da estreia com questionamentos sobre a idade dos selecionados e o caráter defensivo da equipe.



domingo, 20 de junho de 2010

Copa da África do Sul - 9º dia

Holanda é a primeira seleção classificada para próxima fase

Wesley Sneijder comemora o gol da classificação holandesa

A seleção holandesa não precisou jogar tudo o que sabe para derrotar o Japão e se tornar a primeira seleção classificada para as oitavas de final da Copa. Com um futebol sem inspiração, a equipe europeia contou com a ajuda do goleiro japonês Kawashima para ganhar por 1 a 0. O jogo em Durban, neste sábado 19 de junho,  só ganhou emoção quando o arqueiro espalmou para dentro um chute de Sneijder. Até então, nenhuma das seleções havia chegado com perigo. Depois, o Japão foi para frente, mas não conseguiu marcar e a vitória se confirmou no final em favor da Holanda, que confirmou a tradição e já está nas oitavas de final de mais uma copa do mundo.

Gana empata e pode sair da Copa

Se Gana havia se transformado na grande esperança de que o continente africano tivesse ao menos um representante na segunda fase da Copa do Mundo, a vaga nas oitavas de final está em xeque. Neste sábado, os ganenses não conseguiram aproveitar o fato de atuarem com um jogador a mais desde os 25min do primeiro tempo e ficaram no empate por 1 a 1 com a Austrália, em partida realizada em Rustemburgo.

Apesar de os ganenses se isolarem na liderança do grupo D, com quatro pontos, o empate pode ser considerado “amargo” para os africanos, já que a equipe irá enfrentar na última rodada a Alemanha, que soma três pontos e também precisa da vitória para ficar com a vaga nas oitavas de final. Sérvia e Austrália farão a outra partida do grupo, ambas na quarta-feira.

Camarões perde e confirma mal desempenho dos africanos

Samuel Eto'o e a decepção de ficar fora das oitavas de final

Camarões é outra seleção representante do continente africano que não se deu bem nesse nono dia de competições do Mundial. Entretanto, em termos de futebol, tudo o que faltou para Camarões e Dinamarca na estreia da Copa do Mundo apareceu neste sábado. Em uma partida com cara de decisão, a seleção escandinava levou a melhor e conquistou a vitória por 2 a 1, de virada, em Pretória. Com isso, se manteve na briga por uma vaga na próxima fase e de quebra eliminou a seleção africana do Mundial.
O resultado também confirmou a Holanda como a primeira classificada para as oitavas de final da Copa do Mundo. Já o Japão decide a outra vaga em disputa no grupo E com a Dinamarca na última rodada. Vale lembrar que os asiáticos terão a vantagem do empate.







sexta-feira, 18 de junho de 2010

Copa da África do Sul - 8º dia

Sérvia encara e vence bem a poderosa Alemanha



Punição rigorosa: com um homem a menos, a Alemanha perde para a Sérvia

Abrindo os jogos desse oitavo dia da Copa da África do Sul, mais um surpresa que não é bem uma surpresa. Explico: teoricamente, a Sérvia vencer a Alemanha, o que conseguiu hoje pelo placar de 1 a 0, é feito que pode ser creditado ao universo dos fatos inesperados. Entretanto, na prática, ali dentro de campo, no onze contra onze, como se diz no futebol, a coisa não é – nem pode ser – tão surpreendente assim. E por duas razões: por a Sérvia ser herdeira do tradicional futebol vistoso praticado pela antiga Iuguslávia (nação de onde se originou a Sérvia) e pelo fato objetivo da seleção eslava ter realmente um bom time. A Alemanha, por seu turno, entra nessa história para explicar mesmo essa surpresa que não é surpresa. Como havia vencido bem a Austrália pelo placar convincente de 4 a 0, na primeira rodada deste grupo D, esperava-se, claro, que batesse a Servia com a tradicional autoridade teutônica que detém no futebol. Com um time que ostenta dois atributos consideráveis para uma copa do mundo (é o time mais jovem da competição e também o único realmente nacional: todos os seus jogadores atuam no País), a Alemanha alimentou as expectativas em seu favor porque realmente tem um excelente time de futebol. Mas, a Sérvia, neste quesito, também não deixa por menos. Daí porque a surpresa não se confirmou. Mas vamos ao jogo. Baseado num esquema tático interessante, o 4-2-3-1, os alemães entraram em campo confiando no bom futebol dos seus três homens de armação, Müller, Podolski e Özil, que se encarregariam de municiar o homem avançado da equipe, o matador, Klose. E foi isso principalmente o que tentaram fazer. Digo tentaram porque o time da Sérvia não deixou. Sabendo da habilidade e senso de armação desses três jogadores alemães, que além dessa função, se transformam facilmente em agudos atacantes quando querem, o técnico da Sérvia, Radomir Antic, tratou de neutralizar a estratégia alemã. Armou um time aplicado taticamente e que executou em campo a sua idéia central de barra as ações de armação do time alemão marcando forte na zona do meio campo. Além disso, liberou seus melhores homens de ataque, Jovanovic e Zigic, para conter as subidas dos alas alemães Lahn e Friedrich, quando estivessem sem a bola, e, ao mesmo tempo, atacarem com qualidade os teutônicos quando estivessem com a bola, o que fizeram com muita habilidade. Tanto que imediatamente após a expulsão do atacante alemão, Klose (numa punição exagerada do árbitro espanhol Alberto Undiano), aos 37 minutos do primeiro tempo, abriram o placar do jogo com um gol justamente de Jovanovic; um belo gol. A partir daí, a Alemanha, inferiorizada em termos de ocupação de espaço, só insistiu, insistiu, insistiu, mas não conseguiu superar a forte marcação tática imposta pela Sérvia. Aos 28 do segundo tempo, o hablidoso sérvio, Zigic, quase faz o segundo gol ao mandar uma bola na trave com uma cabeçada fortíssima no travessão do goleiro Neuer. O meia-atacante, Podolski, da Alemanha, depois de desperdiçar um pênalti ainda tentou finalizar umas duas ou três vezes, para empatar, mas estava sem pontaria e o resultado final, pelo que se viu em campo, não surpreendeu ninguém. A Sérvia batia a forte Alemanha inapelavelmente. Agora, a Alemanha, Sérvia e Gana têm 3 pontos e a Austrália nenhum. As duas equipes classificadas nesse grupo D devem sair na última rodada e, talvez, no saldo de gols, porque há um equilíbrio geral. Mas aposto na Alemanha e na Sérvia para as oitavas de final.

Estados Unidos empatam com a Eslovênia e Inglaterra precisa vencer

Eslovênia com 4 pontos e estados Unidos com 2. Esta é a atual situação de classificação do grupo C do Mundial, depois que os americanos conseguiram empatar um jogo que perdiam pelo placar de 2 a 0 contra a Eslovênia. Com um futebol desorganizado taticamente, mas vibrante e disposto a correr atrás do prejuízo, a seleção americana se jogou sobre as duas linhas de quatro que o time esloveno apresentou como tática defensiva e se deu bem. Donovan e Bradley marcaram para os ianques depois de sofrem os dois gols da Eslovênia, marcados, respectivamente, por Birsa e Ljubijankic. A Inglaterra, do mesmo grupo C, joga em seguida contra a Argélia e precisa vencer para não repetir o vexame de ontem protagonizado pela França, que só espera o ticktet de viagem para embarcar de volta para casa. Com o empate de hoje, pelo menos, os americanos ainda não devem ouvir a frase que tanto lhes incomodam: “Yanques go home!

Inglaterra novamente apresenta um futebol sem graça e empata com a Eslovênia
Wayne Rooney: muita promessa e pouco futebol neste mundial
Em jogo de baixo nivel técnico realizado agora há pouco (15h30), a Inglaterra mais uma vez empata na copa do mundo. Jogando o mesmo futebol chato da primeira rodada, o time inglês chega aos dois pontos na competição e só se classifica caso vença o seu próximo jogo diante a eslovênia. Com um elenco individualmente bom, a equipe inglesa, no entanto, ainda não conseguiu se identificar como time e continua mostrando um futebol sem criação. O destaque negativo foi a pífia apresentação do atacante Wayne Rooney, que chegou à Copa como uma das maiores esperanças de jogar um futebol vistoso, mas, hoje, uma vez mais, errou muito e não mostrou em nenhum momento ousadia em suas jogadas. A Argélia, que não tem maiores ambições na Copa, jogou seu futebol limitado porém eficiente e segurou bem a equipe inglesa. Com esse empate sem gols, a inglaterra agora tem que vencer a Eslovênia, que empatou com o Estados Unidos, para se classificar para a próxima fase. Já a Argélia tem ainda pequenas chances de classificação se vencer os EUA, que também precisam da vitória para avançar de fase. Tudo indefinido por enquanto no grupo C.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Copa da África do Sul - 7º dia

Argentina começa a transformar seu elenco num time e goleia a Coréia do Sul
Comemoração dos argentinos na goleada contra a Coréia do Sul
Abrindo esse sétimo dia de competições no Mundial da África do Sul, uma constação promissora iniciada ontem com a boa vitória do Uruguai sobre os donos casa por 3 a 0  e confirmada hoje com a sonora goleada da Argentina sobre a Coréia do Sul por 4 a 1. A confirmação de que os ataques das seleções dessa Copa começam a melhorar e marcar mais gols do que na primeira rodada. Com duas partidas verificadas até agora, essa segunda rodada do mundial já apresenta  oito gols marcados contra apena dois no mesmo número de jogos da primeira rodada. Argentina e Coréia do Sul também fizeram uma boa partida hoje, a exemplo o jogo de ontem entre as equipes do Uruguai e África do Sul. O melhor elenco da Copa - o da Argentina - parece que começa a se transformar num time de futebol. Prova disso tivemos hoje com as modificações que Maradona fez na equipe portenha que estreiou no mundial contra a Nigéria. O time jogou com estratégia coletiva e os jogadores que entraram (o meia Max Rodrigues, no lugar do volante Verón, e o Zagueiro Burdisso no lugar de Samuel) tornaram o time mais consistente e tranquilo para permitir o jogo fácil de seus grandes nomes: Messi e Di Maria, que hoje jogaram muito bem. Já o time da Coréia do Sul não ofereceu qualquer resistência aos argentinos; sequer utilizou sua tradicional correria nos contra-ataques. Ao invés disso, jogou aberta e isso foi o seu principal erro: já no início da partida o jogador Park Chu-young fez um gol contra, numa jogada aérea da Argentina em que a jabulani tocou inadvertidamente na sua canela e entrou para as redes. A partir daí, os argentinos se sentiram à vontade em campo e imprimiram seu ritmo de jogo, chegando fácil ao placa de 4 a 1, sendo esse único gol da Coréia do Sul marcado pelo jogador Lee, numa falha horrível do zagueiro Di Michellis, que não soube dominar a bola na entrada da sua área. Erro primário, o que mostra mais uma vez a discrepância da zaga argentina em relação ao resto do time, principalmente o seu ataque, que com os três gols de Higuaín prova que é forte. Resumindo: a Argentina mostrou hoje que é realmente candidata ao título porque tem elenco, tem o melhor jogador do mundo atualmente (o Messi) e tem tradição suficiente para impor o seu futebol aos adversários. Quanto à Coréia do Sul, essa não vai muito longe. Sigamos em frente!

Grécia vira para cima da Nigéria e entra no páreo
 da segunda vaga no grupo B
No jogo dos desesperados pela segunda vaga desse grupo B, já que a Argentina está praticamente classificada, a Grécia venceu de virada a  Nigéria pelo placar de 2 a 1 e deixou os nigerianos praticamente fora da Copa. O time africano começou a partida melhor, mas não conseguiu manter a vantagem de 1 a 0, conseguida ainda na primeira etapa da disputa. Com um jogador expulso num lance de agressão bobo, portanto atuando a partir daí com um homem a menos, a Nigéria permitiu qua a Grécia ganhasse espaço territorial para jogar e os gregos acabaram empatando  a partida numa falha do goleiro nigeriano. Em seguida viraram o jogo e o que se viu daí em diante foi a Grecia impor sua maior experiência de camepeã européia para cima dos africanos. Agora se pegam Nigéria e Coréia do Sul, que tem a vantagem dos dois pontos conseguidos na primeira partida contra os gregos, e estes próprios contra a Argentina, numa rodada em que será decidida a sorte de quem fica e de quem vai embora da terra de Mandela. Como acho que a Argentina já fica para a próxima fase, aposto nos gregos, que têm um time melhor do que os sul-coreanos, além de uma tradição milenar em tudo nesta vida.

México vence bem e deixa os franceses quase fora da Copa

Contraste dos grandes: a alegria dos argentinos na vitória (acima) e a desolação dos franceses na derrota

Jogando uma partida de afirmação do seu futebol, o México não tomou conhecimento da França e construiu um placar de 2 a 0 com o qual praticamente mandou os franceses de volta para casa ao mesmo tempo em que cavou a sua classificação para as oitavas de final da Copa da África do Sul. Com uma atuação segura e apresentando um jogo solidário, os mexicanos enfrentaram de igual para igual uma França sem inspiração e fraca em todos os setores do campo, a lembrar, durante vários momentos da partida, que essa sua geração de jogadores não tem o brilho e o valor da geração que levou a taça do mundo quando disputada em seu território. Já os mexicanos, comandados pelo excelente zagueiro Rafa Marques, um ícone do time do Barcelona, demonstrou justamente o contrário. Apresentou um time em que a juventude da maioria dos seus jogadores é compensada com a boa técnica que eles detém, a exemplo do lateral esquerdo Salcido, do meia-atacante Giovanni dos Santos e do habilidoso Havier Hernandes, que logo ao entrar, no segundo tempo, marcou o primeiro gol da vitória contra os franceses, feito que ainda seria completado com o gol de pênalti marcado pelo experiente, Blanco, veterano de três copas. Os mexicanos praticaram um futebol vistoso; de toque de bola; de boa consciência tática combinada com economia de meios; de tabelas envolventes e ataques insinuantes, sem, contudo, descuidarem das ações defensivas que, comandadas com segurança por Rafa Marques, neutralizaram qualquer pretensão francesa de vencer o jogo. Destaque para a leitura da partida feita pelo técnico mexicano, Javier Aguirre, que percebendo a limitação do time francês para definir as coisas em seu favor, tratou de pôr em campo dois jogadores jovens que não hesitaram em aproveitar as oportunidades de gols quando elas vieram. Resultado: mais uma vez  o novo venceu o velho, significando isso o previsível atual futebol francês em confronto com o insinuante e destemido jogo dos mexicanos.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Copa da África do Sul - 6º dia

Chile estréia, domina, mas não se impõe contra Honduras

Valdívia, ex-Palmeiras, esperança de bom futebol na equipe chilena
Vindo de um segundo lugar nas Eliminatórias da América do Sul (ficando atrás apenas do Brasil, o primeiro), o Chile fez um jogo em que não confirmou as esperanças dos seus torcedores para esta Copa. Fez apenas 1 a 0 contra a fraca Honduras, que tem apenas duas participações em copas do mundo: em 1982, onde ficou em 18º lugar e essa da África do Sul onde parece que veio para passear. A seleção chilena teve o domínio de toda a partida, mas seu ataque não conseguiu traduzir esse domínio em números, confirmando mais uma vez a fraca atuação dos atacantes nessa Copa do Mundo. Para se ter uma idéia, a única chance real de gol, no segundo tempo, foi protagonizada por um zagueiro: o central Ponce, que obrigou o goleiro Valladares, de Honduras, a fazer a melhor e mais difícil defesa da copa até aqui. Mesmo o gol do Chile foi marcado invonluntariamente pelo atacante Beausejour, após uma tentativa da defesa hondurenha em cortar um cruzamento na sua área de perigo. Na sequência, a bola bateu na coxa do chileno e entrou para o gol. O técnico argentino, El Loco Marcelo Bielsa, não conseguiu mudar as coisas com as substituições que fez e os chilenos ficaram mesmo com o magro 1 a 0, placar chato e assaz repetitivo deste mundial.  Nem Suazo, o artilheiro das eliminatórias, nem Valdívia, o craque da equipe em quem os chilenos apostam toda as fichas, fizeram uma partida para alimentar espectativas otimistas. Acho, entretanto, que mesmo assim, os chilenos se classificam junto com a Espanha para a próxima fase do mundial. Mas ficarão só nisso, a julgar pelo futebol da estréia da sua equipe na África do Sul. Veremos, pois! GRUPO H: Espanha, Chile, Suiça e Honduras.

Pela primeira vez como favorita na Copa, Espanha desmente expectativas:
  perde para a Suiça

Antes de comentar esse jogo, precisamos respirar... E olhar os números da Copa porque esta foi a última partida da primeira rodada do mundial. Portanto, já devemos ter o que dizer sobre as nossas expectativas em relação ao futebol que esperamos ver - ou que estamos vendo - nessa Copa da África do Sul. Vamos lá: das 16 partidas disputadas, cinco terminaram em 1 a 0; quatro em 1 a 1; três em 2 a 0; uma em 2 a 1 (a do Brasil) e 1 mais uma em 4 a 0. Ou seja: pelo menos até aqui, este é claramente o  mundial da supremacia das defesas em relação aos ataques, e estamos conversados. Isso mostra que a globalização, ao menos no futebol como espetáculo de massa, igualou as diferenças culturais da prática do jogo sob a hegemonia do modelo competitivo europeu baseado na vitória a qualquer custo por mais paradoxal que isso possa parecer. A idéia geral por trás disso é primeiro garantir a não derrota (que custa muito dinheiro e pode dar prejuízo em termos de negócios) para, depois, correr atrás da vitória, que pode agregar lucros. Pois bem. Correlatamente, nos campos da África do Sul, é isso que estamos vendo na prática do jogo, e novamente estamos conversados. O mais são especulações românticas de quem quer ver ainda o futebol jogado como uma arte, como uma forma de arrebatamento, como uma afirmação do talento individual em comunhão com o engenho coletivo sob a expressão do esporte. Mas vamos ao jogo da Espanha contra a Suiça. Historicamente um time de expressão conscientemente defensiva, a Suíça veio para este mundial sem querer mudar essa tradição. Assim é que o técnico Alemão Ottmar Hitzfeld armou o time sem prometer surpresas. Isto é: não atacar ninguém a não ser quando lhe abram a guarda. Pois foi justamente isso o que aconteceu no jogo contra a Espanha. Os espanhóis atacaram durante todo o jogo, porém, sem consistência e criatividade para furar o atual "ferrolho" suíço. Enfrentando duas linhas de quatro jogadores compactados e postados atrás; uma protegendo a outra, a Espanha tentou, tentou, tentou, mas não conseguiu chegar ao gol dos suíços. Estes, com apenas dois homens adiantados na frente, tiveram paciência para irritar os espanhóis até o erro. Com uma saída de bola que começou na sua defesa (precisamente com o seu goleiro), estes dois homens pressionaram a zaga espanhola até que a jabulani sobrou para um deles, o atacante Blaise N'kufo, que empurrou para o gol aos 7 minutos do segundo tempo, fazendo o placar de 1 a 0 que foi até o final da partida. E quase que o escore seria aumentado aos 29 da mesma etapa, quando Eren Derdiyok driblou a zaga espanhola em alto estilo e desviou para o gol, com a bola batendo caprichosamente na trave. A Espanha ainda tentou reagir colocando em campo três atacantes de sangue novo: Fernando Torres, Villa e Navas. O time melhorou, mas não o suficiente para reverter a realidade inesperada da derrota. Realmente os atacantes dessa Copa não estão inspirados mesmo. Ou talvez seja as defesas que estão comprovando a tese de que destruir é realmente mais fácil do que construir. E num futebol extremamente globalizado e administrado em todos os sentidos sob a lógica do capital, há que primeiro destruir para depois construir (alimentando a roda-viva do sistema), alternadamente, em escala progressiva, e parece que infinita...

Uruguai vence e convence ante os anfitriões da Copa

Diego Forlán solou o jogo, fez dois gols e venceu os donos da casa 
Na abertura da segunda rodada dessa Copa do Mundo, finalmente uma boa partida de futebol com um placar expressando a realidade do jogo. O Uruguai salvou a pele da seleções sul-americanas ao bater a África do Sul por 3 a 0, jogando um futebol ao mesmo tempo eficiente e vistoso. Apresentando, inclusive, a melhor partida feita por um jogador individualmente: Diego Forlan, que solou o jogo e ainda marcou dois dos três tentos da partida. Sua atuação, primorosa em todos os sentidos - armou, criou, deu passes perfeitos e ainda finalizou bem -, foi ajudada por uma modificação tática feita no time pelo técnico, Oscar Tabárez. Com a ausência de Lodeiro no meio de campo, ele recuou Forlan para as funções de meia e incluiu Cavani adiantado na frente, para subtsitui-lo como atacante. Resultado prático: o time uruguaio ganhou um plus de qualidade no meio e no ataque, já que Forlan foi um típico armador sem deixar de fazer as jogadas agudas que desnortearam a defesa dos Bafana, Bafana! Por outro lado, o time comandado por Parreira não mostrou o entusiasmo da estréia contra o México e capitulou ante o bom futebol consciencioso e experiente do Uruguai. Tá certo que a arbitragem errou ao não marcar o impedimento que redundou no pênalti do seguno gol uruguaio, mas mesmo assim, o estrago já estava feito. Com menos um jogador no finalzinho do jogo (o goleiro que fez o pênalti foi expulso), o meia Álavro Pereira concluiu um cruzamento vindo da direita e fechou a conta com os 3 a 0, resultado que pode significar a desclassificação antecipada dos donos da casa para a próxima fase do mundial. Se isso realmente acontecer, terá sido a primeira vez que uma seleção anfitriã fica fora das oitavas de final de uma Copa do Mundo. Lamentável para um país que mostra a todos nós, nessa Copa, justamente a marca positiva da superação.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Copa da África do Sul - 5º dia_Estréia do Brasil

Portugal e Costa do Marfim empatam
 em jogo chato seguindo o tom do mundial
Brasil estréia com espectativa de mudar o panorama
João Pessoa-PB_10h30min.
Inicio este post numa espectativa grande para ver o jogo entre Portugal e Costa do Marfim pelo grupo do Brasil, o grupo G. Até o momento, foram disputadas 12 partidas e marcados 20 gols, numa média abaixo de dois gols por jogo, o que deixa a Copa muito chata, sem muita emoção e vibração. Estava esperando ver Portugal e Costa do Marfim mudarem esse panorama e me enganei. Agora, às 13h45min da tarde, momentos antes da estréia do Brasil, a minha torcida é para que o Brasil seja o Brasil, apesar de Dunga, e mude tudo isso. Ou seja: ganhe de forma convincente da Coréia do Norte, o que significa marcar muitos gols. Mas voltemos ao jogo entre os portugueses e os homens da Costa do Marfim. A seleção portuguesa não mostrou um bom futebol, foi muito burocrática e sem criatividade no seu meio de campo e ataque. A estrela da Companhia, Cristiano Ronaldo, não se destacou como se esperava e seu único lance digno de nota foi uma bola que chutou na trave, após uma limpada de terreno sob o adversário. No mais, foi apenas mais um entre os dez da equipe portuguesa. Já a Costa do Marfim apresentou um esquema tático compacto e defensivo; diferente da equipe da última copa, mais insinuante e ofensiva. No geral, mesmo assim, a equipe bem que tentou vencer o jogo. Entretanto esbarrou na pouca qualidade do seu meio de campo que não conseguia acertar o passe final para a finalização dos seus atacantes, que estavam sem inspiração alguma ou lhes falta talento mesmo. Embora ainda contundido no braço, Didier Drogba entrou no segundo tempo para melhorar o jogo mas não conseguiu; teve uma chance de marcar, mas resolveu cruzar a bola na área para  ninguém. Jogo também muito chato, seguindo a trilha das demais partidas jogadas até aqui, com poucas excessões a citar. Deve-se ressaltar, porém, mesmo assim, que se um dos times tivesse que vencer, este seria a equipe da Costa do Marfim, que atacou mais e buscou mais o gol. Vamos aguardar a estréia do Brasil para ver se as coisas mudam lá pela África do Sul em matéria de bom futebol. GRUPO G: Brasil, Portugal, Costa do Marfim e Coréia do Norte.
2 a 1: Brasil vence mas não convence

Seleção brasileira: ainda em busca de um bom futebol
João Pessoa-PB_23h30min.
Escrevo só agora depois de meditar muito sobre a estreía do Brasil nessa Copa da África do Sul. É que eu afirmara acima que esperava o Brasil ser o Brasil nessa partida contra a fraquíssima Coréia do Norte. Ou seja: fazer o seu dever de casa ganhando com sobra do adversário. Entretanto, não foi o que aconteceu. O que se viu do Brasil em campo foi um time com um futebol quadrado, chato, sem inspiração durante todo o primeiro tempo da partida. Diante de uma Coréia armada unicamente para se defender, a seleção de Dunga comportou-se como um exército sem estratégia para atacar. Digo exército para me utilizar de uma metáfora que cabe bem ao time de Dunga, formado por jogadores que se comportam como soldados que não pensam e apenas obedecem as ordens do seu comandante. Exatamente como o próprio time da Coréia do Norte, que, sob esse aspecto, sai na frente porque tem justificativas plausíveis: entrou em campo com o objetivo definido de não tomar uma goleada do Brasil. Assim, colocou nove homens atrás da linha da bola e apenas um na frente para não ter que dizer que futebol é apenas um jogo de defesa. Diante de tal dificuldade previsível mesmo ante um adversário fechado em todos os sentidos, o Brasil não apresentou alternativa tática nem técnica. O time não soube furar o bloqueio defensivo imposto pelos coreanos e gastou todos os 45 minutos do primeiro tempo torrando a paciência da torcida. Só no segundo tempo é que a Jabulani resolveu dar a sua ajudinha e enganar o goleiro coerano, assinando um gol para o lateral brasileiro Maicon, que a chutou já em desespero. Claro que a torcida brasileira vibrou, mas se engana quem quer. O futebol apresentado no segundo tempo pelo Brasil só salva dois jogadores: Robinho, que percebeu que Kaká (visivelmente sem ritmo e errando passes simples) não ia levar o time a lugar nenhum e chamou o jogo para si, e Michel Bastos, que também percebeu que poderia entrar no bloqueio coreano com vontade e alguma técnica. Os demais jogadores não passaram de soldadinhos de chumbo do general Dunga. Nesse quadro, Robinho deu um passe fantástico para a entrada de Elano pela direita e o Brasil chegou aos dois a zero. As circunstâncias dos gols dizem tudo: quem os fez foi um lateral e um volante, ambos entrando pelo mesmo lado direito e apontando a incompetência do meio de campo para criar jogadas úteis para a finalização dos atacantes. Tudo isso mostrou que o time brasileiro precisa de jogadores mais ágeis, leves, velozes, criativos, no meio campo, a exemplo de Nilmar, que nos poucos minutos em que jogou substituindo Kaká, levou mais perigo ao adversário do que o nosso melhor jogador durante todo o tempo que esteve na partida. Nilmar, que é atacante jogou de meia com atribuições de atacar e melhorou mais o time. Resumindo: o resultado final da nossa estréia nessa Copa da África ao invés de melhorar o nível do futebol apresentado até qui no Mundial só contribuiu para nivelar as coisas por baixo. E de quebra ainda trouxe uma preocupação: a nossa defesa, que é tida como uma das melhores do mundo, tomou um gol do único jogador de ataque do time adversário. Isso numa jogada em que este atacante deixou toda a zaga brasileira para trás com uma arrancada direta para o gol. Tal estado de coisas preocupa muito para um time que quer ganhar a Copa do Mundo, mas não sabe sequer passar convincentemente por uma equipe que jogou apenas para não ser goleada. Ou para não ficar mal com o ditador do seu país porque lá, amigo  - diferentemente daqui -, se jogar mal, a coisa pega... e de verdade. Ainda bem que um jogo é um jogo, apenas um jogo...!
VEJA REPERCUSSÕES DA PARTIDA

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Copa da África do Sul - 3º e 4º dias

Alemanha diz para que veio e aumenta a média de gols da Copa
Ainda bem que após o post de ontem nesse blog em que criticávamos a falta de gols ou de talento do atacantes desse mundial, a coisa melhorou um pouco lá pela Africa do Sul. Nesse quarto dia de competições já se vê pelo menos dois resultados com pelo menos dois gols marcados. Pelo grupo D, a Alemanha meteu 4 a 0 na Austrália e com isso disse para que veio. Dos históricos candidatos ao título, o time teutônico foi o únco que venceu com autoridade na estréia. Seus atacantes jogaram bem e cumpriram o seu papel com destaque para Lucas Podolski e Miroslav Klose (foto), cada um marcando um gol na vitória por goleada. Por falar em Klose, com o gol feito contra a Austrália, ele chega a 11 gols na história das Copas. Com isso, está a 4 de Ronaldo, recordista no quesito com 15. Gerd Muller, lenda do futebol alemão, tem 14 tentos. Como a Copa está apenas começando, a espectativa é que ele chegue à posição de maior artilheiro da história dos mundiais. GRUPO D: Alemanha, Austrália, Sérvia e Gana.
Holanda também estréia com autoridade
A Holanda também não deixou por menos no grupo E: sapecou 2 a 0 na Dinamarca com um futebol promissor, mesmo sem o seu melhor jogador em campo: Robben, que ainda vai estrear devendo trazer mais qualidade a este bom time holandês. Agger, contra, e Kuyt marcaram os gols da vitória. Além da forcinha do rival, que pouco atacou e ainda fez um gol contra, a Holanda contou com a ajuda do reserva Elia, que entrou no segundo tempo e deu mais força ofensiva à equipe. Esse gol contra do dinamarquês Simon Polsen foi uma pixotada típica de pelada de várzea: uma cabeçada esquisita fez com que a bola entrasse no seu próprio gol, ao invés de seguir a intenção do jogador que era a de expulsá-la da área de perigo. Ridículo mesmo, o lance. GRUPO E: Holanda, Dinamarca, Japão e Camarões.
Japão inova com esquema tático multifuncional
Até agora apenas uma novidade boa nesta Copa da África. O esquema tático apresentado pelo Japão (grupo E), que ganhou de 1 a 0 de Camarões, equipe cujo futebol decepcionou um pouco, mostrando que os leões não são mais tão indomáveis assim. De olhos bem abertos para a maneira de jogar dos seus adversários, o Japão  entrou em campo com um esquema assim: 1-4-1-4-1. Traduzindo para os leigos: uma linha clássica de defesa com quatro jogadores seguida de um volante cão-de-guarda, que tem a função dupla de proteger a segunda bola numa eventual sobra na cabeça de área, e dar o primeiro combate numa eventual transposião do bloqueio feito pela segunda linha de quatro meia-atacantes, que também tem função dupla: combate a saída de bola do time adversáro sendo uma espécie de defesa adiantada, e municia o único atacante adiantado da sua equipe. No geral, a tática é prioritariamente defensiva, mas dependendo da qualidade técnica dos homens da segunda linha do meio de campo, o time pode ser simultaneamente defensivo e forte  no ataque, chegando a um raro e promissor equilíbrio tático em campo. Hoje deu certo contra o time de Camarões, mas precisa ser testado mais para se ter a comprovação de sua eficácia. A idéia é boa e relativamente inovadora. Vamos aguardar para ver!
Itália joga como sempre e empata como sempre
Tudo mundo já sabe: em estréia da Itália em copas do mundo qual é o placar? Empate, claro. Foi justamente isso que aconteceu hoje na partida entre os italianos e os paraguaios pelo grupo F da Copa da África. Ou seja, um 1 a 1 em que nada se pode contar de muito bom. A não ser, claro, a aplicação tática costumeira da defesa italiana. Aliás, a esquadra azzurra é outro time baseado na força de sua defesa, já que o seu ataque é sofrível. Os uruguaios abriram o placar em jogada aérea e perecia que iam vencer o jogo, mas o goleiro da equipe falhou também numa jogada aérea (cobrança de escanteio) e os italianos empataram. O que ficou da partida foi a sensação de sempre em jogos de copas que envolvem os italianos: a de que eles começam capengando, capengando e, de repetente, o time pega no arranque e chega às finais. Quanto aos paraguaios, entendo que vão para a próxima fase da competição junto com os italianos, nesse grupo F. O mais é palpite porque a performance dos dois times no jogo de hoje só autoriza especulações. Nada mais! Só para reforçar nossa observação sobre o grupo F. Nova Zelândia e Eslováquia não passaram de mais um magro 0 a 0 nessa manhã do dia 15 de junho. GRUPO F: Itália, Paraguai, Nova Zelândia e Eslovênia.

domingo, 13 de junho de 2010

Copa da África do Sul - 2 º dias e 3º dias

Mundial consagra jogo defensivo
 ou falta de talento dos atacantes
Soccer City: "cidade do futebol" que ainda espera o bom futebol

Após as rodadas contecidas até este terceiro dia de competições da Copa do Mundo, uma constatação salta aos olhos: a vitória dos setores defensivos das seleções que foram ao mundial em detrimento do funcionamento dos seus ataques. O maior placar visto até agora foi, pelo grupo B, os 2 a 0 da Coréia do Sul contra os gregos, que além da crise econômica que enfrentam, constatam também uma igual crise dos atacantes da sua seleção nacional. O time, que é vice-campeão da Europa, não disse para que veio ainda nesta outra copa, o mundial de futebol. Até a Argentina, que desfila com os melhores jogadores desse mundial, ficou num magro 1 a 0 contra a Nigéria, num resultado contestável, já que o gol surgiu de uma jogada irregular em que um jogador portenho impediu que o zagueiro adversário pudesse interceptar a bola lançada na área para a cabeçada do lateral Heinze. Ou seja: um ataque que tinha Messi, Iguaín e Tévez saiu de campo com poucos motivos para comemorar, apesar da euforia exagerada de Maradona, mais um facilitador - ou motivador - do que propriamente um técnico de futebol. Inglaterra e Estados Unidos, no grupo C, também contribuíram ontem para a menor média de gols verificados em copas do mundo até aqui. O placar de 1 a 1 refletiu precisamente a fisionomia da partida entre as duas equipes e deixou uma mensagem: a Inglaterra não é favorita para levar a taça, apesar das opiniões em contrário. Um time que depende de um jogador como o festejado Rooney não vai a lugar nenhum; ele é um jogador apenas mediano e o resto do time idem. A Slovênia estreou bem e ganhou da Árgélia,  pátria de Zidane, que viu o jogo e não gostou, claro. O placar também magérrimo de 1 a 0 diz tudo e faz coro com a falta de talento dos atacantes  nessa copa.
Para mim fica uma grande interrogação a julgar pelo que vi até agora: será que o Brasil vai corroborar esse futebol de baixo nível e de poucos gols visto até esse terceiro dia de competição; ou será que ainda é possível Dunga surpreender com um time ofensivo contra a enigmática Coréia do Norte? Esperemos! Sim, faltou dizer: a seleção de Gana acaba de ganhar da Sérvia com um gol de pênalti... tudo como dantes no quartel de Abrantes!
GRUPO B: Argentina, Nigéria, Coréia do Sul e Grécia. GRUPO C: Inglaterra, Estados Unidos, Argélia e Eslovênia.
***
Nesse deserto de gols da Copa do Mundo, um palpite: o Botafogo-PB vai resolver o problema metendo 3 a 0 no Fortaleza, hoje, no Almeidão, pela segunda rodada da Copa do Nordeste! Salve o Belo!!! 

sábado, 12 de junho de 2010

Copa da África do Sul - 1º dia

Viva Laduma! Viva Madiba!

Com a saudação acima, louvando o futebol e um dos maiores líderes mundiais do século XX, este blog abre a cobertura da 19ª COPA DO MUNDO, na África do Sul, dizendo que após a cerimônia de abertura do evento ficou a sensação de que dá mais prazer e satisfaçao torcer pelos Bafana, Bafana! do que torcer para a Seleção de Dunga. Claro que devemos torcer pelo Brasil, mas nesta copa tá difícil aliar prazer e satisfação a este ato patriótico. O jogo da África do Sul contra o México, pelo grupo A do mundial, nos lembrou, em todos os sentidos, que o futebol é muito mais do que um esporte. A alegria estampada nos semblantes dos Sul-africanos é um exemplo prático de como o futebol é importante como elemento também de afirmação política. É quase inacreditável ver o país feliz que vimos ontem comparado ao país triste e pesaroso de 16 anos atrás. O futebol ontem serviu acima de tudo para que o mundo inteiro pudesse compreender melhor a importância e a força de um homem como Nelson Mandela (o grande Madiba, seu nome em zulu, a língua local); a grandiosidadeda da sua obra política. E melhor ainda: comprovar que, no futebol, também os seus concidadãos mostraram que a África do Sul é outro país. Melhor e mais promissor, tecnicamente. Um futebol que evolui junto com outros de mais tradição do continente africano. O empate de 1 a 1 contra o México foi injusto. Entretanto, após terminada a partida seguinte do mesmo grupo da África do Sul, entre França e Uruguai, um empate horroroso em 0 a 0, ficou a nítida impressão de que Parreira vai classificar os anfitriões para a próxima fase da Copa. É para isso que torcemos. E com muito prazer e satisfação! GRUPO A: África do Sul, México, Uruguai e França.