O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Copa da África do Sul - 26º dia

Resultado digno
Holanda bate o bravo Uruguai pelo placar de 3 a 2
 e está na sua terceira final de Mundiais


Voltemos ao nosso Diário da Copa nesse 24º dia de competição com o resultado da primeira partida das semi-finais, disputada entre Holanda e Uruguai. E voltemos para dizer que o placar de 3 a 2 dos holandeses para cima dos uruguaios não diz nada e ao mesmo tempo diz tudo. Não diz nada em matéria de novidade, uma vez que era seguramente esperado que a Holanda vencesse o jogo porque tem um time melhor e mais encorpado do que a esquadra celeste, com o agravante de que esta jogou hoje sem quatro dos seus principais jogadores: os zagueiros Lugano e Fucile; o meia Lodero e o seu principal atacante, Luis Suarez, um dos artilheiros e boa surpresa desta Copa. Mas também diz tudo esse placar de 3 a 2 da derrota uruguaia. Diz enfaticamente, por exemplo, que o Uruguai caiu, mas caiu em pé, se me permitem a licenciosidade do oxímoro. Algo que foi ressaltado logo após a partida até pelo seu técnico Oscar Tabarez, na entrevista coletiva que deu aos jornalistas na África do Sul. Disse ele que o Uruguai protagonizou uma das derrotas mais dignas da história das Copa e eu assino embaixo. O jogo iniciou com a atitude clássica da Holanda em gastar os primeiros 15 minutos da partida em estudar o adversário. Deve a Holanda ter percebido de cara que a Celeste não estava ali para jogar com medo; que os uruguaios entraram em campo para enfrentar de igual para igual um oponente que merecia respeito mas nunca temor. Assim que a bola rolou, por exemplo, o Uruguai mostrou que tinha ambições na partida. Ainda que jogando com três volantes – Perez, Gargano e Arevalo –, a Celeste marcava a saída de bola com cinco jogadores no campo da Holanda. Para uma seleção que evita o chutão para frente a qualquer custo, como a holandesa, tal recado foi logo entendido. Assim, o jogo transcorreu com relativa igualdade nas ações até o 17º minuto do primeiro tempo, ocasião em que o capitão holadês, Van Bronckhorst, acertou um daqueles chutes que de tão belos e certeiros, tem o condão de no futebol desequilibrar tudo. A vantagem de 1 a 0 no placar para os holandeses, contudo, não tirou os nervos dos uruguaios. Prontamente o excelente meia, Diego Forlán, deu o troco. Acertou também um daqueles chutes que de tão belos e certeiros no futebol, tem o condão de equlibrar tudo. O empate de 1 a 1 no placar fez as coisas voltarem a estaca zero. E como as coisas na estaca zero já eram favoráveis aos holandeses, porque eles têm um melhor time e contam com jogadores mais técnicos e aptos a decidirem a partida a qualquer momento, foi justamente o que aconteceu. Aos 24 minutos do segundo tempo, um desses, o meia Sneijder, marcou o segundo gol do time laranja, algo repetido três minutos depois pelo atacante Kuyt, que decretou 3 a 1 no placar liquidando a futura. Liquidando a fatura não porque os bravos uruguaios não desistiram de lutar até o fim e foram premiados com o gol que selou a dignidade da renhida batalha que travaram, perderam, mas não cairam. Os numeros finais foram dados ao jogo pelo defensor, Maxi Pereira, num outro belo chute de fora da area: 3 a 2, e não se fala mais nisso. A não ser para dizer que o Uruguai pode até vir a ser o terceiro melhor time dessa Copa, com uma campanha digna da sua estatura no futebol mundial. Quem diria!
Quanto a Holanda, diga-se que seus bons jogadores repetem o roteiro da Copa de 1974, quando chegaram à final depois de passar pelo Uruguai na primeira fase e pelo Brasil na fase semi-final, com a ordem dos fatores não alterando o produto.

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