O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Copa da África do Sul - 31º dia

Grande final
ESPANHA VENCE A HOLANDA POR 1 a 0
e torna-se campeã mundial de futebol

O goleiro e capitão espanhol, Iker Casillas, ergue a taça do mundo no Soccer City
Com equipe UOL
A partida final da Copa do Mundo da África do Sul, realizada neste domingo, 11/07, deixou um recado para o mundo do futebol: agora ninguém mais vai poder chamar a Espanha de "amarelona". A Fúria venceu a Holanda por 1 a 0 no estádio Soccer City, em Johannesburgo, e se sagrou campeã mundial. O gol marcado por Iniesta na prorrogação serviu para encerrar de vez a série de fracassos espanhóis nas Copas. Embora não tenha sido brilhante em nenhum momento do torneio, o time de Vicente del Bosque aproveitou a força da defesa, o excelente toque de bola e o oportunismo do atacante Villa para conquistar o mundo pela primeira vez. O título premia um país apaixonado por futebol, que conta com um dos melhores campeonatos do mundo, e coroa uma geração que venceu trocando a tradicional garra pela técnica apurada. Assim, entrou para o seleto grupo dos oito países campeões mundiais consagrando um estilo de jogar futebol que há muito tinha desaparecido do planeta da bola. Mostrou que é possível jogar bem, bonito e com objetividade.

O JOGO EM SI

Depois de 64 jogos, 145 gols e um mês de bola rolando na África do Sul, a Espanha deixou todos para trás e fez história. Para conseguir isso, porém, os espanhóis sofreram com a violência e com a retranca da Holanda. Precisaram da prorrogação para vencer por 1 a 0 em um Soccer City abarrotado e diante dos olhos de Nelson Mandela, lenda viva da África do Sul.
O gol heroico foi de Iniesta, aos 11min do segundo tempo da prorrogação. O camisa 6 da Espanha levou todos à loucura quando recebeu o passe de Fábregas. Ele já tinha perdido uma chance e mostrado relutância em chutar. Mas no lance decisivo, não pensou duas vezes. Livre, dominou na área e fuzilou para o gol.
Como fez em todos seus jogos no mata-mata, a Espanha venceu “só” por 1 a 0. Mas esse gol não será esquecido tão cedo pelos espanhóis. Nem pelos holandeses. No final, os dois times caíram em lágrimas, mas só um pôde festejar.
O principal evento esportivo do planeta começou em marcha lenta, mas terminou acelerado. A Espanha acompanhou o ritmo. Perdeu para a Suíça na estreia e depois se achou. Passou por Honduras, Chile, Portugal, Paraguai, Alemanha e Holanda até chegar ao topo do futebol mundial. E no jogo mais importante de sua história fez o que um campeão precisa fazer: se impôs e impôs seu futebol.
Mas para isso a Espanha apanhou. E não foi pouco. Os holandeses miraram mais os adversários que a bola nas divididas. Xabi Alonso tomou um chute no peito de De Jong. Sneijder acertou o joelho de Pedro. Van Persie e Van Bommel também exageraram. Com os dois times marcando a saída de bola, ficou claro no primeiro tempo o estilo de cada um.
A Holanda recorreu aos chutões para frente. A Espanha tentou sair jogando, mas encontrou dificuldades diante da retranca laranja. A Holanda chegou a ter os 11 jogadores atrás da intermediária defensiva. A Espanha chegou a ter 63% de posse de bola e sempre esteve à frente nesse quesito.
Durante os 90 minutos do tempo normal e nos 30 da prorrogação, a Holanda teve medo de atacar. A seleção que já foi representada pelas gerações de Cruyff e Van Basten viu, neste domingo, uma maioria de brucutus. Os holandeses tomaram sete amarelos, um vermelho (após dois amarelos de Heitinga) e contribuíram para a final de Copa com maior número de cartões.
Já a fama da Espanha de amarelar em momentos decisivos ficou no passado. O presente da Fúria é vitorioso. Em 2008, a equipe faturou a Eurocopa. Depois se classificou com 100% de aproveitamento nas eliminatórias. Mas faltava algo. Faltava a Copa do Mundo. Não falta mais. O amarelo da gozação deu lugar ao vermelho da “La Roja”.
A Espanha conquistou seu título mais importante sem ter um craque. A equipe de Vicente Del Bosque não possui um fora de série, alguém que faça a diferença. O diferencial espanhol é o todo, o coletivo. As trocas de passes são velozes e parecem automáticas. O resultado é um futebol que envolve o adversário. Lances espetaculares são raros nesse time, mas o controle da partida é frequente.
A Espanha se tornou o oitavo país campeão do mundo e o sexto a passar pela prorrogação na final. E conseguiu o feito mais almejado por todas as seleções do planeta em uma Copa do Mundo histórica, a primeira em continente africano. Todos tiveram que se render ao talento da Espanha. Até o polvo Paul se rendeu. A Holanda não mereceu o título pela postura que teve na final. Conformou-se em ver a festa espanhola. 2010 é o ano da Roja, não da Laranja.

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