O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

sábado, 3 de julho de 2010

Copa da África do Sul - 24º dia

Adiós hermanos
Alemanha dá show e com quatro gols
tira a Argentina da Copa

                                               

Apresentando um futebol consciencioso, muito técnico e aplicado taticamente, a Alemanha despachou a Argentina da Copa da África do Sul com um placar que calou o adversário: 4 a 0. O resultado enfático do futebol alemão sobre o argentino deixa um recado tácito para quem gosta do bom futebol. Nas entrelinhas, ele permitiu que se possa fazer a diferença fundamental entre o que seja um elenco de jogadores e o que seja verdadeiramente um time de futebol; uma equipe postada em campo sob o comando de um técnico. A Argentina era esse elenco; já a Alemanha era esse time em campo. Desde a sua estréia nesse Mundial, a Alemanha vem demonstrando que joga com consciência tática apoiada na versatilidade técnica dos seus jogadores. E mais: que por trás disso há um comandante técnico que pensa, que planeja o jogo do seu time e que expõe claramente uma idéia em campo, algo que nem o Brasil nem a Argentina fizeram nesse Mundial, seguramente por causa da inexperiência dos seus técnicos. Tanto Dunga quanto Maradona nunca exerceram a função de técnico antes de chegarem ao comando das suas respectivas seleções nacionais e isso para mim pesa muito, contrariando o que parece ser, no caso brasileiro, o pensamento da CBF. A meu ver, repito, é isso que está fazendo a diferença nesta Copa do Mundo de futebol globalizado. A Argentina entrou em campo mais uma vez de forma voluntarista, confiando na força, velocidade e habilidade dos seus atacantes, já que não contava muito com a eficiência de sua defesa, o ponto fraco do time. Como seus melhores jogadores (os do meio de campo para a frente) não funcionaram hoje, categoricamente anulados pelo esquema tático alemão, o revés foi inevitável. Tal revés, portanto, foi o resultado prático de uma idéia; uma filosofia de jogo, um plano sagazmente definido pelo técnico Joachim Low e primorosamente executado em campo pelos jogadores alemães contra os da Argentina. Consistia basicamente na anulação - dentro ainda do próprio campo portenho - das jogadas de criação que a Argentina poderia fazer com o concurso dos seus melhores jogadores. Para isso seriam utilizados os jogadores alemães mais eficientes na marcação e no cumprimento das ações táticas, a exemplo de Mertesacker, Jerome Boateng e Khedira, que se encarregariam de tomar a bola de saída dos argentinos e entregarem-na ao armador Schweinsteiger. Este, uma mistura de jogador técnico (o melhor da partida, a meu ver) e de detentor de rara visão de jogo, tinha a função de ditar o ritmo da partida a favor da sua equipe e ao mesmo tempo criar os espaços necessários para o passe com que os atacantes teutônicos envolveriam a fraca defesa dos argentinos, que, diante da rara habilidade de um Osir, das insinuantes investidas de Podolski ou Lahn, e, principalmente, diante do letal poder de definição do atacante avançado Klose, finalmente captulariam como assim o fizeram. Tal plano foi executado à risca e em forma de um grande espetáculo de futebol. Indefesa, porque não planejou nada para enfrentar idéias em campo, a Argentina caiu e caiu feio, humilhada, vergonhosamente batida. Os gols de Müller, aos 3 minutos e de Klose aos 22 do primeiro tempo; de Friedrich aos 28 e novamente Klose ao 44 do segundo tempo que o digam. E que fique claro para a Argentina e para todos que interessar possam (incluindo aqui o Brasil) que o futebol é um jogo jogado com a cabeça e não com os pés. Por incrível que pareça.

ESPANHA SOFRE MAS VENCE O PARAGUAI INDO À SEMI-FINAL

David Villa conseguiu furar a aplicada defesa paraguaia e comemora
No segundo jogo do dia de hoje, na Copa da África do Sul, a Espanha venceu o Paraguai por 1 a 0 e se classificou para as semi-finais da Copa do Mundo. Não foi facil, mas agora a Fúria, que tenta chegar à decisão do Mundial pela primeira vez em sua história, vai enfrentar a Alemanha. Os dois países decidiram a Eurocopa de 2008, com vitória espanhola. Para chegar às semis, apesar de desperdiçar um pênalti com Xabi Alonso, a Espanha contou com uma grande atuação do goleiro Casillas, que também defendeu um pênalti e pegou uma bola incrível do paraguaio Roque Santa Cruz no final do confronto. Os espanhóis ainda puderam contar com a estrela do atacante David Villa, que marcou o seu quinto gol neste Mundial e se isolou na artilharia da competição.

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