O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Copa da África do Sul - 7º dia

Argentina começa a transformar seu elenco num time e goleia a Coréia do Sul
Comemoração dos argentinos na goleada contra a Coréia do Sul
Abrindo esse sétimo dia de competições no Mundial da África do Sul, uma constação promissora iniciada ontem com a boa vitória do Uruguai sobre os donos casa por 3 a 0  e confirmada hoje com a sonora goleada da Argentina sobre a Coréia do Sul por 4 a 1. A confirmação de que os ataques das seleções dessa Copa começam a melhorar e marcar mais gols do que na primeira rodada. Com duas partidas verificadas até agora, essa segunda rodada do mundial já apresenta  oito gols marcados contra apena dois no mesmo número de jogos da primeira rodada. Argentina e Coréia do Sul também fizeram uma boa partida hoje, a exemplo o jogo de ontem entre as equipes do Uruguai e África do Sul. O melhor elenco da Copa - o da Argentina - parece que começa a se transformar num time de futebol. Prova disso tivemos hoje com as modificações que Maradona fez na equipe portenha que estreiou no mundial contra a Nigéria. O time jogou com estratégia coletiva e os jogadores que entraram (o meia Max Rodrigues, no lugar do volante Verón, e o Zagueiro Burdisso no lugar de Samuel) tornaram o time mais consistente e tranquilo para permitir o jogo fácil de seus grandes nomes: Messi e Di Maria, que hoje jogaram muito bem. Já o time da Coréia do Sul não ofereceu qualquer resistência aos argentinos; sequer utilizou sua tradicional correria nos contra-ataques. Ao invés disso, jogou aberta e isso foi o seu principal erro: já no início da partida o jogador Park Chu-young fez um gol contra, numa jogada aérea da Argentina em que a jabulani tocou inadvertidamente na sua canela e entrou para as redes. A partir daí, os argentinos se sentiram à vontade em campo e imprimiram seu ritmo de jogo, chegando fácil ao placa de 4 a 1, sendo esse único gol da Coréia do Sul marcado pelo jogador Lee, numa falha horrível do zagueiro Di Michellis, que não soube dominar a bola na entrada da sua área. Erro primário, o que mostra mais uma vez a discrepância da zaga argentina em relação ao resto do time, principalmente o seu ataque, que com os três gols de Higuaín prova que é forte. Resumindo: a Argentina mostrou hoje que é realmente candidata ao título porque tem elenco, tem o melhor jogador do mundo atualmente (o Messi) e tem tradição suficiente para impor o seu futebol aos adversários. Quanto à Coréia do Sul, essa não vai muito longe. Sigamos em frente!

Grécia vira para cima da Nigéria e entra no páreo
 da segunda vaga no grupo B
No jogo dos desesperados pela segunda vaga desse grupo B, já que a Argentina está praticamente classificada, a Grécia venceu de virada a  Nigéria pelo placar de 2 a 1 e deixou os nigerianos praticamente fora da Copa. O time africano começou a partida melhor, mas não conseguiu manter a vantagem de 1 a 0, conseguida ainda na primeira etapa da disputa. Com um jogador expulso num lance de agressão bobo, portanto atuando a partir daí com um homem a menos, a Nigéria permitiu qua a Grécia ganhasse espaço territorial para jogar e os gregos acabaram empatando  a partida numa falha do goleiro nigeriano. Em seguida viraram o jogo e o que se viu daí em diante foi a Grecia impor sua maior experiência de camepeã européia para cima dos africanos. Agora se pegam Nigéria e Coréia do Sul, que tem a vantagem dos dois pontos conseguidos na primeira partida contra os gregos, e estes próprios contra a Argentina, numa rodada em que será decidida a sorte de quem fica e de quem vai embora da terra de Mandela. Como acho que a Argentina já fica para a próxima fase, aposto nos gregos, que têm um time melhor do que os sul-coreanos, além de uma tradição milenar em tudo nesta vida.

México vence bem e deixa os franceses quase fora da Copa

Contraste dos grandes: a alegria dos argentinos na vitória (acima) e a desolação dos franceses na derrota

Jogando uma partida de afirmação do seu futebol, o México não tomou conhecimento da França e construiu um placar de 2 a 0 com o qual praticamente mandou os franceses de volta para casa ao mesmo tempo em que cavou a sua classificação para as oitavas de final da Copa da África do Sul. Com uma atuação segura e apresentando um jogo solidário, os mexicanos enfrentaram de igual para igual uma França sem inspiração e fraca em todos os setores do campo, a lembrar, durante vários momentos da partida, que essa sua geração de jogadores não tem o brilho e o valor da geração que levou a taça do mundo quando disputada em seu território. Já os mexicanos, comandados pelo excelente zagueiro Rafa Marques, um ícone do time do Barcelona, demonstrou justamente o contrário. Apresentou um time em que a juventude da maioria dos seus jogadores é compensada com a boa técnica que eles detém, a exemplo do lateral esquerdo Salcido, do meia-atacante Giovanni dos Santos e do habilidoso Havier Hernandes, que logo ao entrar, no segundo tempo, marcou o primeiro gol da vitória contra os franceses, feito que ainda seria completado com o gol de pênalti marcado pelo experiente, Blanco, veterano de três copas. Os mexicanos praticaram um futebol vistoso; de toque de bola; de boa consciência tática combinada com economia de meios; de tabelas envolventes e ataques insinuantes, sem, contudo, descuidarem das ações defensivas que, comandadas com segurança por Rafa Marques, neutralizaram qualquer pretensão francesa de vencer o jogo. Destaque para a leitura da partida feita pelo técnico mexicano, Javier Aguirre, que percebendo a limitação do time francês para definir as coisas em seu favor, tratou de pôr em campo dois jogadores jovens que não hesitaram em aproveitar as oportunidades de gols quando elas vieram. Resultado: mais uma vez  o novo venceu o velho, significando isso o previsível atual futebol francês em confronto com o insinuante e destemido jogo dos mexicanos.

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