O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Copa da África do Sul - 10º dia

3 A 1: BRASIL COMEÇA A DIZER PARA QUE VEIO
Luis Fabiano marca dois gols-síntese: Pelé e Maradona citados e recitados
Na partida em que nosso melhor jogador, Kaká, mostrou que realmente está em ascensão técnica e o homem encarregado de marcar nossos gols, Luis Fabiano fez a sua parte, e bem, a seleção brasileira finalmente venceu e convenceu neste Mundial ao derrotar a Costa do Marfim pelo placar de 3 a 1, neste décimo dia de competição na África o Sul. O jogo foi disputado sob a sombra de um mal desempenho no primeiro jogo contra a fraca Coréia do Norte e a pressão para que os comandados de Dunga realmente mostrassem em campo porque o Brasil é o Brasil em matéria de futebol. A julgar pelo desempenho do time brasileiro em campo, contra uma Costa do Marfim sem muita técnica e esbanjando violência, os soldados de Dunga até que jogaram bem, impondo um futebol mais técnico e mais vistoso do que o da partida da estréia, pelo grupo G desta Copa do Mundo. O time teve mais ímpeto para atacar, mais paciência para tocar a bola quando necessário e mais técnica para envolver o adversário com um futebol que tem cara mais brasileira do que européia, a face-modelo do jogo adotado por quase todas as seleções deste mundial. Daí, uma primeira rodada com placares magros e insossos sendo o resultado de 1 a 0 a tônica dos primeiros jogos. Bastou os sul-americanos jogarem a sua maneira para ficar demonstrado que esse jeito europeu de se jogar futebol, baseado mais na tática do que na técnica, não vai se impor como paradigma. E para o bem do próprio futebol. Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, que estão mostrando um melhor futebol do que os tradicionais representantes do Velho Continente, que o digam. Neste domingo, o time brasileiro se impôs frente a Costa do Marfim jogando sob o primado da técnica e fez o resultado que quis e quando quis. Sabendo equilibrar o jogo individual e o coletivo, a seleção brasileira, com esta vitória, se classificou para as oitavas de final e pode a partir de agora, se Dunga não atrapalhar, credenciar-se junto com a Argentina como as melhores equipes desta Copa. As únicas que podem ditar o ritmo e a melhor maneira de se jogar futebol no planeta. Em matéria de futebol, o velho continente continua sendo o Velho Continente. Nada mais.

PARAGUAI VENCE BEM E ITÁLIA SE COMPLICA COM UM FUTEBOL VELHO

A Itália chegou à África do Sul com a tarimba de ser a atual campeã mundial e em um grupo teoricamente fácil. Mas no início da Copa do Mundo faz jus às criticas recentes e corre sérios riscos de ficar fora da segunda fase. O caminho foi aberto para o Paraguai que com apenas uma vitória no “grupo dos empates” ganhou tranquilidade.
A seleção sul-americana conseguiu superar sua sina contra europeus para abrir a vantagem. Em 16 jogos em toda a história dos Mundiais, havia vencido rivais do Velho Continente em apenas três ocasiões, mas se vingou do próprio retrospecto com o 2 x 0 sobre a Eslováquia.
Perto da classificação, tentará quebrar outra marca, já que recentemente parou nas oitavas por três vezes (1986, 1998 e 2002). Segundo os próprios jogadores, o primeiro passo é terminar como líder para evitar o confronto com a Holanda nas oitavas de final.
Praticamente dentro das oitavas
Na caminhada o Paraguai tem méritos, mas também contou com a ajuda dos adversários da chave F. Em todas as vezes que não esteve em campo o empate foi o único resultado. Depois do 1 x 1 entre neozelandeses e eslovacos (concretizado aos 47 minutos do segundo tempo), neste domingo a Itália mais uma vez garantiu apenas um ponto contra os europeus.
E se a seleção da Oceania começou a sonhar, a Azzurra vive situação de risco. Em segundo no grupo, tem os mesmos dois pontos da terceira colocada Nova Zelândia e precisará vencer para não depender de ninguém. Até o lanterna ainda tem chances de passar de fase com o ponto conquistado.
Mais que os números, o futebol apresentado pela Itália tem preocupado. Nos dois jogos dominou a posse de bola e se lançou ao ataque. Mas mostrou falta de inspiração e deixou o sentimento de um time que não encaixou. Neste domingo, só empatou graças a um pênalti duvidoso e até o capitão Fabio Cannavaro falhou novamente.
Dessa forma, os comandados de Marcelo Lippi dão mais margem para os críticos que chegaram a irritar jogadores e comissão técnica antes da estreia com questionamentos sobre a idade dos selecionados e o caráter defensivo da equipe.



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