O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

domingo, 22 de setembro de 2013

Histórias de FUTEBOL


 
Mãe é mãe e estrela é estrela

 
 
 
POR Edônio Alves
 

            A frase acima é um pouco insólita para servir de título de uma coluna sobre futebol, mas ela tem lá sua validade. E o leitor, com certeza, logo entenderá o porquê. É que a sentença traz à tona dois dos maiores símbolos de harmonia, ventura, sorte, sucesso, com que a natureza nos presenteou.

            Já explico. Estava eu numa conversa prazerosa com um dos maiores ídolos do Botafogo da Paraíba de todos os tempos, o meia Magno, quando ele me contou uma história de futebol que eu não conhecia e que resolvi trazer aqui para vocês para que o caso se perpetue na memória do torcedor botafoguense. Antes, contudo, deixem que eu apresente as circunstâncias de tal conversa, uma vez que ela talvez explique tudo muito mais do que o papo em si, transcorrido entre sorrisos frouxos e gargalhadas de ambas as partes.

            Momentos antes da primeira partida entre Botafogo-PB e Tiradentes-CE, transcorrida no estádio Almeidão, aqui em João Pessoa, num tira-teima para se saber qual dos dois times terá uma vaga na série C do Brasileirão do ano que vem, o jogador Magno foi homenageado pela diretoria do Belo como um dos patrimônios imateriais do clube em todos os tempos pelo que acrescentou à história da agremiação com seu belo futebol e caráter de atleta exemplar e dedicado.

            Após a cerimônia em que o jogador recebeu um certificado atestando a sua importância inestimável para o futebol paraibano, me encontrei com ele próximo aos vestiários do Botafogo, no Almeidão, e começamos a conversar sobre o atual time do Belo e a sua real chance de ascender à série C do Campeonato Brasileiro este ano. Ele me falou da sua confiança nisso, explicou racionalmente os motivos e, como não poderia deixar de ser, voltamos ao tempo em que ele comandava o meio de campo de um dos maiores elencos que o Botafogo já reuniu: aquele que venceu o Flamengo do Rio de Janeiro, em pleno Maracanã, no ano de 1980, manchando a história do título brasileiro do rubro-negro carioca com essa única derrota para os paraibanos.

            Uma passada em revista nos dois elencos explica por si mesmo, a importância de tal façanha do time Botafoguense. O FLAMENGO, comandado pelo técnico Cláudio Coutinho, tinha: Raul; Toninho, Manguito, Marinho e Júnior; Andrade, Paulo César Carpegiani (Adílio) e Zico; Tita, Nunes e Júlio César.  O BOTAFOGO, por seu lado, apresentava os seguintes nomes: Hélio Show, Notano Ayres, Gerailto, Deca e Marquinhos; Nicácio, Zé Eduardo e Magno; Getúlio, Evilásio e Soares.

Pois bem! O Botafogo, sem estrelas venceu esse poderoso Flamengo no Maracanã, por 2 a 1. E por que sem estrela? - há de perguntar o leitor. Porque, me explicou pessoalmente Magno: "O nosso ropeiro esqueceu de colocar o uniforme do time na bagagem e, sem roupa pra enfrentar o Flamengo, tivemos que comprar, no Rio mesmo, numa loja, camisas do Botafogo do Rio para entrarmos em campo. Daí, arracamos todas as estrelas das camisas do Botafogo do Rio e fomos pro jogo com nosso uniforme sem as tradicionais estrelas vermelhas. Podem conferir na foto, que nossa camisa não tem estrelas", concluiu.

Não preciso dizer que após esse papo com o grande Magno, fui conferir a foto da época e realmente estava lá, o nosso Botafogo ironicamente sem estrelas.

Contudo, estrela mesmo quem tem - e de sobra - é o atual comandante de ataque do Belo, o nosso Warley. Sem balançar as redes desde o dia 25 de maio deste ano, quando marcou o segundo gol do Botafogo na goleada por 4 a 0 contra o CSP, pelo segundo jogo das semifinais do Campeonato Paraibano, o nosso goleador teve que amargar o banco de reservas da equipe para ver seu substituto, Fausto, brilhar marcando vários gols. Todavia, além de estrela, Warley tem mesmo é mãe, uma mãezona daquelas, por sinal. Sim, porque momentos antes desta partida do Belo contra o Tiradentes, a mãe do jogador preconizou que ele ia entrar no jogo e fazer os gols da vitória do Botafogo. Não deu outra: Fausto se machucou, Warley entrou quando o time estava perdendo por 1 a 0 e fez os dois gols da virada do Belo. E não preciso dizer mais nada!
 
           

 

Nenhum comentário: