O Brasil sob avaliação
Não tem escapatória: o assunto da semana (ver matéria abaixo) foi a convocação, feita pelo
técnico Luiz Felipe Scolari, dos jogadores brasileiros que vão disputar a Copa
das Confederações aqui no Brasil, a partir de julho. E, sendo assim, não há
como fugir do assunto. Ofereço-lhes, portanto, caro torcedor, este texto como
minha modesta contribuição à abordagem do tema, já advertindo que ele é em si
mesmo amplo e vai além, para nós brasileiros, da simples participação da nossa
seleção de futebol nesta competição. Daí que, para destacar isso, resolvi dar a
esta coluna de hoje o título acima, uma vez que ele recobre a amplitude do
assunto no que ele tem de abrangente.
Todos sabemos que a Copa das Confederações é uma espécie de avant-premiere da Copa do Mundo; uma espécie de evento-teste
em que estará sob observação o país sede do torneio mundial em toda a sua
potencialidade de atuação direta no sucesso ou fracasso do maior evento
esportivo de escala planetária. Pelo menos, para o mundo do futebol e seus
negócios: a Copa do Mundo, claro.
Pois bem! Registrado que a partir de julho o Brasil vai estar sob a
observação mundial em todos os sentidos, resta dizer que no âmbito particular
desta questão (o âmbito meramente futebolístico), o técnico Felipão deu a
entender que vai - com a relação dos jogadores que apresentou ao País na última
terça-feira - proceder, no foro interno, da mesma forma que o resto do mundo
vai agir em relação a nós, no tocante a observar o que temos de bom ou ruim a
oferecer como contributo à organização de um campeonato mundial de futebol.
Repisando, com efeito, que o campo de atuação de Felipão é o âmbito
futebolístico, o mais importante de todos, portanto, analisemos a sua lista de
convocados para a Copa das Confederações e as ideias que estão por trás dessa
sua chamada ao feito, digamos assim. Feito esse que se resume na sua última
chance real de, uma vez que já estará dentro de uma competição de verdade,
tirar as suas últimas conclusões sobre o time que pretende montar para a Copa
do Mundo no Brasil.
Peguemos posição a posição, para fazer nossa análise do time.
Goleiros: chamados Júlio
César, Jefferson e Diego Cavalieri. A aposta aqui é em Júlio César como goleiro
titular da Copa. O problema é que os dois outros estão (e são) melhores do que
ele e ele quando precisou (veja-se a copa do Mundo de 2010), não demonstrou
equilíbrio técnico para titular da posição numa Copa. Falhou feio na derrota do
Brasil para a Holanda, fato que nos tirou do torneio em 2010.
Laterais: chamados Daniel
Alves, Jean, Marcelo e Felipe Luis. Aqui, chamou os melhores da posição, a
exceção de Felipe Luis, que embora muito bom, não é melhor do que o Marcos
Rocha, do Atlético Mineiro.
Zagueiros: chamados Thiago
Silva, Réver, David Luiz e Dante. Também aqui chamou os melhores do momento e
de toda a fase anterior de suas observações em jogos. A nossa defesa é alta,
jovem, tecnicamente bem dotada e segura. Nesse setor, não há restrições a fazer
às ideias do Felipão quanto a nossa zaga.
Meio-campistas: Fernando,
Hernanes, Luis Gustavo, Paulinho, Jadson, Oscar e Lucas. Aqui, por outro lado,
há restrições a fazer, sim. Ficou do fora o volante Ramires, moderno na sua
técnica de ao mesmo tempo defender e saber conduzir os ataques, algo que vem
pautando, para a posição, o futebol contemporâneo de times como o Barcelona e,
agora, o Bayern de Munique. Além do mais, o Ramires foi um dos jogadores mais
regulares nas partidas da fase de preparação. Não podia ficar de fora.
Atacantes: chamados Neymar,
Bernard, Leandro Damião, Fred e Hulk. Junto com a defesa, este é o setor mais
bem servido da Seleção Brasileira. Cabe a aposta no talento de um futuro craque
do futebol mundial, o Bernard, que junto com os seus pares aí mais experientes,
poderá servir bem a Patria, quando chamado.
Ronaldinho Gaúcho: este
jogador, ausente da lista do Felipão, eu deixei por último e resolvi destaca-lo
em si mesmo como um setor do time. Não poderia sob hipótese alguma ficar de
fora dessa lista. Isso pelo que já jogou, pelo que está jogando e pelo que pode
ainda jogar. Só há uma explicação para a decisão de Felipão em deixa-lo de
fora: como o Brasil sob sua ótica futebolística ainda está sob observação, não
há mais o que observar em Ronaldinho Gaúcho. Daí, ele ter reservado este
jogador para a Copa do Mundo e em seu lugar, ainda testar jogadores como Luis
Gustavo, por exemplo. Do contrário, terá cometido uma monumental burrice.
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