O melhor e o pior dos mundos
por Edônio Alves
Enfim, chegamos na fase final do campeonato paraibano com as duas
últimas partidas que definirão o campeão estadual desse ano marcadas para esta
segunda-feira, amanhã, às 18h30, jogo de ida, e a partida de volta acontecendo
na quinta-feira, no mesmo horário. É o momento oportuno, portanto, para fazermos
um balanço prospectivo da situação a que chegaram os dois times que vão se
enfrentar na disputa pelo título, uma vez que cada um desses clubes
empreenderam trajetórias diferentes rumo a tão sonhada conquista do campeonato
estadual.
Escrevo essa coluna na quinta-feira (23), um dia antes, portanto, das
segundas partidas entre os quatro clubes postulantes a irem às partidas finais
do estadual. Nos dois primeiros confrontos do cruzamento olímpico em que se
enfrentam em João Pessoa, CSP e Botafogo, deu vitória do Belo por 1 a 0, tendo
o time da capital ampliado a vantagem que já tinha de jogar por dois resultados
iguais, podendo perder, agora, até por diferença de um gol nesse segundo jogo
realizado na sexta-feira e sobre o qual, infelizmente, não posso falar aqui,
pelo motivo já explicitado.
Na primeira partida realizada em Campina Grande entre Treze e
Campinense, deu Treze também por 1 a 0, tendo o Galo igualmente ampliado sua
vantagem de jogar por dois resultados iguais e, agora, forçado a Raposa a
vencer o segundo jogo, realizado na
sexta-feira, por uma diferença mínima de dois gols e também sobre o qual não
posso tratar aqui.
Dito isto, o que ocorre é o seguinte: independentemente dos resultados
dos jogos da sexta-feira passada que definiram de vez os dois times que irão à
final do estadual (os quais neste momento da escrita desta coluna, na
quinta-feira, não sei quem são) há um cenário que os envolve em relação ao futuro
que é o que importa para além do título que um dos dois conquistará, após a
partida final do estadual, marcada para esta quinta-feira, dia 30 de maio.
Trata-se de como cada um ficará em relação ao calendário do futebol brasileiro
do resto desse ano e início de ano que vem.
É aqui, todavia, que a coisa pega ao vislumbrarem-se cenários
diferentes para cada um dos três grandes clubes da Paraíba que, por força de
suas campanhas no campeonato estadual, selaram seus destinos rumo ao futuro
próximo. Pelo que foi visto até agora, levando-se em consideração rigorosamente
o desempenho dos três clubes no torneio estadual, planejamentos gerenciais
terão sido premiados, confiança exagerada em elencos vencedores podem ter sido
contrariadas e apostas na modéstia do talento técnico podem sair vencedoras.
Falo dos casos diferentes de Botafogo, Campinense e Treze (o CSP não
entra porque é com méritos a quarta força do Estado, mas não passa disso) em
relação ao que possam ter ganhado ou perdido ao fim deste campeonato estadual
de 2013.
O Botafogo, por incrível que pareça - e a despeito de ter feito de tudo
em termos de certo e errado neste campeonato - é o clube que ficará no melhor
dos mundos. Se for para a final com o Treze (algo absolutamente plausível,
dados os primeiros resultados do cruzamento olímpico), ficará com todos os
prêmios da disputa: participação no Campeonato do Nordeste do ano que vem, a
tão sonhada vaga na Série D do Brasileirão deste ano, principal projeto do
clube (isso porque o Treze já está na Série C), e possível vaga na Copa do
Brasil de 2013. Terá feito, então, um excelente campeonato, a despeito de até
poder não sair dele campeão como prometeu à torcida.
O Treze, que tem o pior elenco comparado aos seus dois maiores rivais
(Botafogo e Campinense), chegou neste momento decisivo com força ao jogar em
função das suas limitações e, por causa, disso desfrutar objetivamente da
possibilidade de chegar ao título, uma vez que decide o estadual com a vantagem
de jogar por dois resultados iguais, já que somou o maior número de pontos ao
longo da competição. Se tirar o Campinense do páreo, deixa o melhor dos mundos
para o Botafogo (que passará do CSP, creio eu) e decide com o Belo o título em
casa.
Já o Campinense, por sua vez, caso não tenha superado o Treze nessa
segunda partida do cruzamento olímpico, herdará o pior dos mundos, uma vez que
após ter sido campeão do Nordeste, entrou no estadual para disputar apenas um
turno e com as credenciais de lutar pelo título nas partidas finais. Se isso
acontecer (algo não muito improvável), o Campinense ficará sem calendário para
o segundo semestre desse ano e sem a vaga no Nordestão do ano que vem, a
despeito de ter sido o atual campeão do Regional. Enfim, são esses cenários
futuros que estarão em questão nessas últimas e emocionantes partidas do
competitivo campeonato paraibano deste ano.
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