O FATOR WARLEY
Por Edônio Alves
O campeonato paraibano de futebol tem hoje a abertura da última rodada do
seu primeiro turno com a realização do clássico da capital, entre Botafogo e
Auto Esporte Clube. O jogo acontece na Arena da Graça, em João Pessoa, e tem a
circunstância de colocar em campo o campeão simbólico desta primeira fase do
certame, o Botafogo, equipe que é a única invicta da competição e que defende
esta condição contra um rival que fará tudo para tirar-lhe a invencibilidade.
Além dessa situação atrativa para os torcedores da capital, o jogo também
oferece uma boa oportunidade para se conferir o talento cada vez mais afirmado,
em campo, de um jogador realmente diferenciado: o centroavante Warley Silva dos Santos, ou simplesmente Warley, boleiro que nasceu em Brasília, mas que tem raízes familiares
fincadas em solo paraibano, lugar que escolheu para efetivar uma das melhores
fases de sua carreira exitosa de arilheiro nato.
Sua
carreira começou no Coritiba,
onde chegou com o apelido de Lebinha e um futebol de habilidade, velocidade e
boa finalização. Não havia dúvidas, portanto, de que ali já estava em franco
desenvolvimento a história de um grande atacante do futebol brasileiro. Warley
Brasília - como ficou sendo chamado há época- jogou pelo Coxa a Copa São Paulo
de 1997 e antes de ter suas primeiras chances como profissional acabou se
desligando do clube do Alto da Glória e se transferindo para o maior rival, o
Atlético Paranaense, em que foi campeão no ano de 1998.
O bom desempenho do atacante
fez surgir o interesse do futebol italiano que teria pago nove milhões de
dólares ao Rentistas por metade dos direitos sobre o jogador que seguiu para a Udinese.
De volta ao Brasil, jogou pelo
Grêmio (2000-2001); São Caetano (2003-2004); Palmeiras (2005-2006);
Brasileiense (2006-2007); Náutico (2007-2008); ABC (2008-2009); Vila Nova (2009-2010);
Treze (2011); Campinense (2012) e, finalmente, chegou ao Botafogo-PB, para
jogar a temporada deste ano. É bom lembrar que aqui, na Paraíba, foi campeão e
vice-artilheiro pelo Treze com 13 gols marcados em 2011, além de também ter
sido campeão estadual e artilheiro pelo Campinense, no ano passado, tendo
marcado 22 gols ao longo da temporada.
E por que toda essa ficha
corrida do Warley nesta coluna?
É para mostrar ao torcedor -
afirmo eu - que vale a pena ir ao estádio da Graça, hoje, para ver o futebol
arguto, fino e inteligente desse jogador que vem fazendo a diferença no
campeonato paraibano deste ano, no comando do ataque do Botafogo. Até o final
deste primeiro turno, que se encerra amanhã, com a partida entre Treze e CSP,
em Campina Grande, Warley já marcou nove gols e divide a artilharia do estadual
com Thiago Chulapa, do Treze, com o mesmo número de tentos marcados até aqui.
Contudo, não é por envergar a
condição de artilheiro do paraibano deste ano, pelo menos até aqui, que venho
falar desse jogador, nesse meu espaço de jornal dominical. Venho falar dele
porque além de fazer bem o que um atacante deve fazer em campo, ou seja, gols,
Warley é um jogador cujo talento desequilibra as forças do adversário em campo.
E, pasmem, a sua maior qualidade não é fazer gols, como parece à primeira
vista. Sua maior qualidade - além desta, claro - é saber jogar com ou sem a
bola. Pelo menos é isto que vem demonstrando nas partidas que tem jogado pelo
Botafogo ao longo deste primeiro turno do Estadual.
Inteligente, sagaz, rápido,
com raro senso de colocação e faro para saber aonde a bola vai estar no momento
que ele precisar dela, Warley se movimenta em campo de maneira a abrir espaços
para os companheiros definirem os lances enquanto as defesas adversárias se
preocupam com ele e esquecem do resto. Além disso, é um excelente
"garçom", o que na gíria do futebol define aquele jogador que tem a
habilidade e generosidade de abrir mão de fazer o gol para deixar que o
companheiro melhor posicionado mande a bola para as redes. Numa partida em que o Botafogo fez nove gols,
por exemplo, ele deu cinco aos companheiros, se contentando com marcar apenas
um. Isso já diz tudo da sua importância para o Botafogo e para o Campeonato, se
é que me entendem.
Sim, uma outra coisa: esqueci de dizer que Warley também atuou uma temporada pelo São Paulo (1998-1999) e jogou na Seleção Brasileira entre os anos de 1997 e 1999. Isso também diz tudo, se é que me entendem.
Ver também em: http://diariopb.com.br/category/colunas/coisas-de-futebol/
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