O que vem pela frente
Edônio Alves
Encerrado o Campeonato do Nordeste com o melhor resultado possível para
o futebol paraibano - o Campinense Clube campeão e o status de melhor futebol
da região para nosso Estado -, eis que é a hora de perguntarmos, sinceramente,
o que se seguirá dentro e fora do campo dos nossos estádios, depois que a festa
acabou, a luz apagou, a noite esfriou na serra da Borborema e o bonde não veio;
não veio a utopia e tudo acabou.
Digo: tudo que tem a ver com a
Copa do Nordeste, uma vez que só resta agora encarar as duas últimas fases do
campeonato paraibano para comprovarmos de fato, se realmente o título regional
da Raposa feroz terá repercussões positivas na melhoria do velho e bravo
ludopédio da terrinha.
Eu já tinha dito aqui, noutra oportunidade, que essa conquista regional
conseguida pelo Campinense só teria significado real para o nosso futebol se
ela mudasse de vez o entendimento reinante nesse nosso patamar de futebol
precário e quase amador e o transformasse numa atividade realmente profissional
que pudesse dar emprego e alegria a todos os segmentos nele envolvidos,
considerando os interesses dos torcedores e de todos os profissionais do setor.
Continuo batendo nessa tecla e é por isso que vou tratar aqui das
possíveis repercussões do fato aludido e da realidade posterior a sua
comemoração por todos os esportistas do nosso Estado, sem exceção de cor, time
ou camisa. Quanto a isso, o farei considerando o que se encontra dentro e fora
do campo de jogo, conforme já anunciei.
Dentro do campo, segue que o Campinense entrou de vez nas disputas do
campeonato estadual (estreou vencendo o Atlético de Cajazeiras, na quinta-feira, por 3 a 2), juntando-se ao Sousa como reais candidatos
a se classificarem na segunda fase do torneio, para formarem o grupo dos quatro
melhores clubes do Estado que disputarão, num cruzamento olímpico, o direito de
brigar pelo título deste ano do campeonato paraibano e conseguir calendário
para continuar suas atividades no segundo semestre do ano, nas disputas da
série D do Brasileirão, caso do campeão, ou garantir uma vaga no Nordestão do
ano que vem, caso do vice-campeão.
Falei do Campinense e Sousa, prováveis vencedores deste segundo turno
do estadual (Botafogo e Treze são descartados por já terem ganho a primeira
fase), e esqueci de incluir o Auto Esporte, que é líder isolado desta fase dois
e pode muito bem roubar uma das vagas destes dois acima e se juntar a Botafogo
e Treze, já classificados para o tal cruzamento olímpico que apontará os
finalistas do campeonato estadual de 2013. É real a possibilidade disso
acontecer com o Auto Esporte porque o clube corrigiu os erros da primeira fase
do paraibano ao investir em contratações que realmente surtiram efeito e
melhoraram consideravelmente o desempenho da equipe a partir da administração
técnica posta em prática pelo treinador Jairo dos Santos.
Considerado o que está dito acima, a grande questão é saber se o
Campinense fará um campeonato estadual com o mesmo poder de fogo que demonstrou
na Copa do Nordeste. Se o mercado deixar e os jogadores do elenco do Nordestão
forem mantidos, a decisão do estadual será entre Campinense e mais um. Se a
diretoria e a comissão técnica do Botafogo não fizerem bobagem até esse momento
chegar, esse um será o Botafogo, o melhor time do estadual até a chegada, agora,
do Campinense Clube. Digo isso porque Treze, Sousa e Auto Esporte (o CSP
correndo por fora, muito fora mesmo) têm times limitados e suas forças já
chegaram até onde podem chegar. A não ser que o Galo da Borborema lance mão do
seu cofre imaginário e contrate outro time - um time de galácticos - para
concluir o campeonato. Resumindo: ao chegarmos à terceira fase do estadual, o
campeonato se resumirá a quatro dessas equipes apontadas acima. Na fase final,
só dois desses clubes restarão para que um deles possa finalmente levantar a
Taça.
Fora de campo, entretanto, a coisa é mais complicada. Os dirigentes do
nosso futebol terão que finalmente entender que só investindo forte e certo,
faremos times competitivos como este do Campinense no Nordestão. Investir forte
e certo, implica profissionalismo e alto conhecimento do setor. Implica também
uma mudança radical de mentalidade no sentido de fazer o torcedor acreditar - e
sentir - que vale a pena pagar para ir ao estádio ver seu time não apenas
jogar, mas, principalmente, ser campeão. Esse foi o grande exemplo deixado pelo
Campinense Clube com o título do Nordestão. Espero que tenha valido a pena.
VER TAMBÉM EM: http://diariopb.com.br/category/colunas/coisas-de-futebol/
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