O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Provincianismo medroso

Treze solicita arbitragem de fora
para jogo decisivo contra o Botafogo

O Galo da Borborema, depois da derrota do domingo contra o Sousa, que fez o Botafogo colar no seu pescoço no quandrangular decisivo do Campeonato Paraibano, parece não confiar mais em seus jogadores para decidir o título. Essa é a única explicação para a sua decisão de solicitar à Federação Paraibana de Futebol uma arbitragem de fora para apitar o jogo decisivo de domingo contra Belo, em Campina Grande. Além de um desrespeito sonoro para com a arbitragem da Paraíba, que, neste quadrangular final, vem se mostrando muito boa (a excessão foi domingo, mas favorável ao pórpio Treze, quando o juiz "amarelou" todo o time do Sousa e não deu nenhum cartão amarelo a jogadores do Galo), a atitude do Treze demonstra ainda uma cavalar dose de provincianismo misturada a um trago de auto-desconfiança. No limite, isso nada mais é do que a demonstração, para o adversário, de que o time está com medo e não se mostra mais aquela equipe confiante e bem articulada técnica e psicologicamente do início do quadrangular, quando os pontos que ostentava à frente dos adversários impunham respeito por si mesmos. Agora, com a diferença de apenas dois pontos para o Botafogo, faltando apenas dois jogos, e a lembrança traumática de ter perdido o título do ano passado em casa para o próprio Sousa, quando tudo indicava que seria o campeão, o Treze apela para estratégias no mínimo discutíveis. E o pior de tudo: com a conivência da própria Federação que podia vetar a solicitação do Galo e não o fez. Por que? É de se perguntar. O problema é o seguinte: como se comportará em campo um árbitro vindo de fora, indicado pela CBF, sabendo que sua arbitragem só foi possível graças ao pagamento do clube mandante, requisito absurdo e necessário para a solicitação deste tipo de expediente? Isso mesmo: o Treze pagou uma taxa de R$ 20 mil para as despesas com a arbitragem que solicitou. Diante disso tudo, o jogo fica, no mínimo, do ponto de vista ético, sob suspeita quanto ao desempenho da arbitragem. Algo que poderia muito bem ser evitado, não fosse a atitude medrosa, auto-desconfiada e fragilizante do Galo. Não tenham dúvidas: o Treze começou a perder o campeonato novamente contra o Sousa e concluirá o trabalho neste domingo, contra o Botafogo, sob os olhos suspeitos da sua pretensa, frágil e mal intencionada proteção psicológica.





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