O futebol como um fenômeno da cultura brasileira

As coisas só acontecem por acaso, necessidade ou vontade nossa! Epicuro - filósofo.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Copa da África do Sul - 5º dia_Estréia do Brasil

Portugal e Costa do Marfim empatam
 em jogo chato seguindo o tom do mundial
Brasil estréia com espectativa de mudar o panorama
João Pessoa-PB_10h30min.
Inicio este post numa espectativa grande para ver o jogo entre Portugal e Costa do Marfim pelo grupo do Brasil, o grupo G. Até o momento, foram disputadas 12 partidas e marcados 20 gols, numa média abaixo de dois gols por jogo, o que deixa a Copa muito chata, sem muita emoção e vibração. Estava esperando ver Portugal e Costa do Marfim mudarem esse panorama e me enganei. Agora, às 13h45min da tarde, momentos antes da estréia do Brasil, a minha torcida é para que o Brasil seja o Brasil, apesar de Dunga, e mude tudo isso. Ou seja: ganhe de forma convincente da Coréia do Norte, o que significa marcar muitos gols. Mas voltemos ao jogo entre os portugueses e os homens da Costa do Marfim. A seleção portuguesa não mostrou um bom futebol, foi muito burocrática e sem criatividade no seu meio de campo e ataque. A estrela da Companhia, Cristiano Ronaldo, não se destacou como se esperava e seu único lance digno de nota foi uma bola que chutou na trave, após uma limpada de terreno sob o adversário. No mais, foi apenas mais um entre os dez da equipe portuguesa. Já a Costa do Marfim apresentou um esquema tático compacto e defensivo; diferente da equipe da última copa, mais insinuante e ofensiva. No geral, mesmo assim, a equipe bem que tentou vencer o jogo. Entretanto esbarrou na pouca qualidade do seu meio de campo que não conseguia acertar o passe final para a finalização dos seus atacantes, que estavam sem inspiração alguma ou lhes falta talento mesmo. Embora ainda contundido no braço, Didier Drogba entrou no segundo tempo para melhorar o jogo mas não conseguiu; teve uma chance de marcar, mas resolveu cruzar a bola na área para  ninguém. Jogo também muito chato, seguindo a trilha das demais partidas jogadas até aqui, com poucas excessões a citar. Deve-se ressaltar, porém, mesmo assim, que se um dos times tivesse que vencer, este seria a equipe da Costa do Marfim, que atacou mais e buscou mais o gol. Vamos aguardar a estréia do Brasil para ver se as coisas mudam lá pela África do Sul em matéria de bom futebol. GRUPO G: Brasil, Portugal, Costa do Marfim e Coréia do Norte.
2 a 1: Brasil vence mas não convence

Seleção brasileira: ainda em busca de um bom futebol
João Pessoa-PB_23h30min.
Escrevo só agora depois de meditar muito sobre a estreía do Brasil nessa Copa da África do Sul. É que eu afirmara acima que esperava o Brasil ser o Brasil nessa partida contra a fraquíssima Coréia do Norte. Ou seja: fazer o seu dever de casa ganhando com sobra do adversário. Entretanto, não foi o que aconteceu. O que se viu do Brasil em campo foi um time com um futebol quadrado, chato, sem inspiração durante todo o primeiro tempo da partida. Diante de uma Coréia armada unicamente para se defender, a seleção de Dunga comportou-se como um exército sem estratégia para atacar. Digo exército para me utilizar de uma metáfora que cabe bem ao time de Dunga, formado por jogadores que se comportam como soldados que não pensam e apenas obedecem as ordens do seu comandante. Exatamente como o próprio time da Coréia do Norte, que, sob esse aspecto, sai na frente porque tem justificativas plausíveis: entrou em campo com o objetivo definido de não tomar uma goleada do Brasil. Assim, colocou nove homens atrás da linha da bola e apenas um na frente para não ter que dizer que futebol é apenas um jogo de defesa. Diante de tal dificuldade previsível mesmo ante um adversário fechado em todos os sentidos, o Brasil não apresentou alternativa tática nem técnica. O time não soube furar o bloqueio defensivo imposto pelos coreanos e gastou todos os 45 minutos do primeiro tempo torrando a paciência da torcida. Só no segundo tempo é que a Jabulani resolveu dar a sua ajudinha e enganar o goleiro coerano, assinando um gol para o lateral brasileiro Maicon, que a chutou já em desespero. Claro que a torcida brasileira vibrou, mas se engana quem quer. O futebol apresentado no segundo tempo pelo Brasil só salva dois jogadores: Robinho, que percebeu que Kaká (visivelmente sem ritmo e errando passes simples) não ia levar o time a lugar nenhum e chamou o jogo para si, e Michel Bastos, que também percebeu que poderia entrar no bloqueio coreano com vontade e alguma técnica. Os demais jogadores não passaram de soldadinhos de chumbo do general Dunga. Nesse quadro, Robinho deu um passe fantástico para a entrada de Elano pela direita e o Brasil chegou aos dois a zero. As circunstâncias dos gols dizem tudo: quem os fez foi um lateral e um volante, ambos entrando pelo mesmo lado direito e apontando a incompetência do meio de campo para criar jogadas úteis para a finalização dos atacantes. Tudo isso mostrou que o time brasileiro precisa de jogadores mais ágeis, leves, velozes, criativos, no meio campo, a exemplo de Nilmar, que nos poucos minutos em que jogou substituindo Kaká, levou mais perigo ao adversário do que o nosso melhor jogador durante todo o tempo que esteve na partida. Nilmar, que é atacante jogou de meia com atribuições de atacar e melhorou mais o time. Resumindo: o resultado final da nossa estréia nessa Copa da África ao invés de melhorar o nível do futebol apresentado até qui no Mundial só contribuiu para nivelar as coisas por baixo. E de quebra ainda trouxe uma preocupação: a nossa defesa, que é tida como uma das melhores do mundo, tomou um gol do único jogador de ataque do time adversário. Isso numa jogada em que este atacante deixou toda a zaga brasileira para trás com uma arrancada direta para o gol. Tal estado de coisas preocupa muito para um time que quer ganhar a Copa do Mundo, mas não sabe sequer passar convincentemente por uma equipe que jogou apenas para não ser goleada. Ou para não ficar mal com o ditador do seu país porque lá, amigo  - diferentemente daqui -, se jogar mal, a coisa pega... e de verdade. Ainda bem que um jogo é um jogo, apenas um jogo...!
VEJA REPERCUSSÕES DA PARTIDA

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